sexta-feira, novembro 29, 2019

Transformar água salgada em água potável, transformar luz do sol em energia. Nada de mais.
[E um breve esclarecimento sobre doutoramentos]


Não é que já esteja tão flexível como antes do mau jeito mas acho que já estou um pouco melhor. Não sei se foi do ben-u-ron, se do brufen, se do omega 3, se de tudo junto que eu, se posso evitar andar empanada, não facilito. Ben-u-ron de madrugada, que nem conseguia mexer-me ou, quase, respirar, duas balas de omega 3 ao pequeno almoço, brufen ao almoço e, agora ao jantar, mais duas balas do omega 3. E a coisa parece que já está a resultar. Se mais daqui a nada perceber que subsiste algum ensarilhamento muscular, vai outro ben-u-ron e, expectavelmente, a coisa ficará resolvida. Talvez amanhã já possa voltar a fazer a minha caminhada e isto já para não falar nas minhas piruetas acrobáticas.

Tenho ideia de que quando apanho uma constipação (como apanhei na sexta-feira da semana passada, depois de ter passado o dia com os pés gelados), tendo a ficar com alguma debilidade que leva a que os músculos se mostrem mais sensíveis a coisas pesadas ou a movimentos invulgares. Nem sei se também não fico mais atreita a tendinites ou contracturas quando ando mais cansada. 

A minha mãe preocupa-se, não gosta que eu tome medicamentos, tem medo que me façam mal. Digo-lhe que os tomo porque tem que ser e que é só por um ou dois ou, vá lá, três dias. Não se deixa convencer. Sugere que eu passe a beber chá de gengibre ou de curcuma, a comer maçãs e outras coisas que ajudem a reduzir inflamações e a tornar mais resistente o sistema imunitário.

Por isso, quando cheguei, fui ao supermercado e comprei um bocado de gengibre e uma caixinha de saquetas de chá também de gengibre. Também já o bebi. Não encontrei foi curcuma. Tenho que ver no Celeiro. Nem sei se curcuma é para fazer chá ou para temperar a comida. Tenho que me informar. E, por via das dúvidas, antes de jantar comi um bravo de esmolfe. Acredito muito nos saberes da minha mãe.

Bem, não interessa, até porque isto de ter uma dor aqui e outra acolá é tudo menos original. De resto, nem é bem nas costas.
Tirando isso, estou como a Ana: também não tenho adidas, não faço ideia se tenho ou não cento e vinte canais de têvê pois se vejo uma meia dúzia já é muito, não estou inscrita num ginásio, não tenho qualquer bicho de superior estimação, não tenho mau dormir, não tenho o sonho de uma viagem sem retorno, credo, cruzes, nem pensar, claro que quererei sempre voltar, não tenho suspeita de ser diferente, nem pensar, nem isso nem pitada de jeitinho para poeta, felizmente não tenho um rol de incompetentes e invejosos ao redor, nunca me passou pela cabeça aquilo de um ou dois mortos queridos merecerem mais a vida do que os outros, nem nenhuma culpa abandonada no altar, nem tenho quaisquer nobilíssimas intenções nem baú de rancores lá no fundo, muito fundo, do armário. 
Pronto, adiante, já chega destes trololós.

E a ver se hoje, que já não tenho aquele ferrete aqui espetado a doer-me para escambau e a tirar-me do sério, não me dá para provocar de novo uma certa pessoa com mais uma inocente private joke, já que ontem acabei foi a desencadear justas perplexidades junto dos demais Leitores. Portanto, dentro do género, acho que já bastou o que escrevi ontem.


E, falando muito a sério, claro que acho bem que as pessoas estudem, investiguem, se tornem doutoras. Claro que sim. Só se fosse burra de todo é que acharia que não; e posso ser burra mas, na minha inocência e auto-caridade, acho que não de todo. E claro que acredito que não é por serem estudiosas, especializadas num assunto e sabedoras a sério, que vão deixar de usar perfume. Ora essa, que é uma coisa tem a ver com a outra? Sou maluca mas não sou parva (acho eu). Mas é que há quem, à conta de se doutorar, deixe de viver, quem se esqueça de que há outros assuntos que também interessam, de que há dias com luz do sol, quem se esqueça de apanhar ar, de conviver e dar uso aos sentidos, etc. -- e o que escrevi foi, em especial, para uma pessoa assim. Uma pessoa, de facto, especial.

Mas adiante que o tema que aqui quero trazer também não é nada disto, é completamente outro.

...   &   ...   Mudança de agulha   ...   &   ...


No outro dia, ao ver o mapa das regiões de Portugal que estarão alagadas no prazo de trinta anos, involuntariamente dei por mim a pensar que idade terei se viver até lá. Pensei que, se fosse com outra coisa, era capaz de pensar que até lá não me doa a mim a cabeça. Mas esta não é uma coisa qualquer.

E tomara que não aconteça senão no prazo de décadas. O que se passa é que há fenómenos que desencadeiam outros e aquilo para que os cientistas cada vez mais chamam a atenção é que várias linhas vermelhas foram já ultrapassadas e que a emergência pode chegar mais cedo do que se pensava. E pode ser horrível.

Mas não penso apenas em mim. Tenho que pensar os meus filhos, nos meus netos e nos meus bisnetos, chegue eu a conhecê-los ou não. E penso não apenas neles mas em toda a gente. 

Sempre pensei, a propósito de tudo, que tenho como que a obrigação de deixar as coisas melhores do que as encontrei. No trabalho, por exemplo, penso isso frequentemente.

E, nisto do planeta, sinto que não vou cumprir. Aliás, acho que, colectivamente, estamos a caminho de falhar. E isso frustra-me. E preocupa-me, dá-me medo.

Mas é bairrista pensar apenas no que nos rodeia e esquecer os que já vivem com as dificuldades com que provavelmente nos vamos deparar daqui por uns anos. A falta de água potável é fatal. Nada medra: nem plantas, nem animais, nem gente. 

Por isso, conseguir que as populações tenham água limpa e energia é vital. E tudo o que possamos fazer para divulgar iniciativas como as que hoje aqui mostro ou, mesmo, para ajudá-las é pouco.


Permitam, pois, que divulgue o vídeo abaixo. Não o faço pela organização em si mas, em geral, pela necessidade de haver quem o faça. Um dia pode acontecer que sejamos nós a precisar de transformar água salgada em água potável.


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E, por ora, é isto.

A todos uma bela e white friday

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