segunda-feira, outubro 07, 2019

Terceiras impressões sobre as Legislativas 2019:
sobre o fraco resultado do PSD e sobre o desastre que é o Rui Rio


No fim do debate na RTP entre António Costa e os outros quatro eu disse aqui que me parecia que o Rio ia conquistar alguns votos pois tinha uma conversa que iria cair bem junto de algum eleitorado que o acharia mais confiável do que a Catarina. 

A impressão que tive foi real pois, na verdade, depois do debate as sondagens mostraram que o PSD começou a subir. Contudo, mal vi a reacção dele a propósito de Tancos, pensei que, se as pessoas estivessem atentas, voltariam atrás. Achei-o, nessa altura, muito mau: troca-tintas, de carácter duvidoso. 

É pessoa que a mim me parece de tipo videirinho, mangas de alpaca, chico-espertinho, pouco polido e pouco inteligente.

© REUTERS/Rafael Marchante in DN
Tendo agora acabado de ouvi-lo fico ainda mais convencida de que é pessoa que não interessa na política nacional. A reacção que teve, todo contente, eufórico mesmo, como se o PSD não tivesse tido um resultado fraco, como se o PSD não fosse um partido derrotado. Ria-se e batia palmas como se estivesse radiante. Diz que não houve desastre nenhum, qual desastre? Quem o visse ali, a fazer o Vêzinho de vitória, a bater palminhas e a rir por todos os poros diria que aquela pessoa tinha ganho as eleições. E atrás dele todos riam na maior euforia. Só Joaquim Sarmento, o ex- candidato a Centeno, se mostrou assisadamente ensimesmado.

Mas isto não foi nada quando comparado com o chorrilho de acusações que atirou à Comunicação Social, em especial à SIC (e, inclusivamente, pasme-se, às sondagens da SIC), como se fosse isso que o tivesse impedido de ter melhores resultados. Acusou ainda os dissidentes, presumo que Santana Lopes (esse outro derrotado da noite), por lhe ter roubado votos. E acusou a conjuntura em geral. Todos conspiraram para não o deixar brilhar ainda mais, todos foram culpados pelo resultado e, só depois de confrontado por uma jornalista, é que admitiu que ele próprio teve alguma responsabilidade na derrota mas, da forma como o disse, diria que para ele é uma responsabilidade essencialmente teórica.

Tirando isso, armou-se em esperto, disse banalidades e irrelevâncias, mostrando que nada tem naquela cabeça que possa traduzir-se em algo de útil para o País. Mostrou ainda que vai agarrar-se ao que julga ser uma bóia de salvação: as autárquicas. Patético.

Está o PSD bem governado com este totó de mangas de alpaca, fraca fibra e miolo mole à sua frente.

Agora que o CDS está de pantanas e que a Iniciativa Liberal e, sobretudo, o Chega (no que é uma perigosa farpa espetada no coração da democracia) chegaram ao Parlamento era bom que o caminho para o populismo não estivesse tão aberto. E, para enquadrar os descontentes, seria bom que o PSD pudesse ser uma alternativa viável, democrática. E não é.

Com este totó, o PSD não vai longe. Presumo que não vá aguentar-se muito mais tempo. Não pode. As hostes laranja hão-de conseguir arranjar melhor alternativa.

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E agora estou a ouvir António Costa. Já cá volto para dizer o que acho mas adianto já que obviamente estou contente.

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