quinta-feira, agosto 08, 2019

Contra os Pardais tóxicos e manhosos desta vida, contra os Bolsonaros, Trumps, Salvinis e outros racistas, xenófobos e estúpidos que tais, contra os Bannons e outras úlceras purulentas, contra os nazis, fascistas e ultra-direitolas que por aí ensaiam perigosos regressos:
que as crianças se levantem e façam ouvir a sua voz.
Podem chamar-se Greta, Malala, Emma, Bana.
Podem até chamar-se apenas Emanne Beasha


Defendo o direito à greve. Quando a um trabalhador nenhuma outra forma de luta resta, que use a da negação ao trabalho é mais do que justo. É direito que deve ser defendido com unhas e dentes.

Contudo, uma greve é uma luta contra um patrão com quem se quer chegar a um acordo. Uma greve não pode ser um acto de chantagem. Quem faz greve não pode (ou, se pode, não deve poder) fazer gente inocente refém das suas lutas. Isso é cobardia que não pode ser perdoada.

Claro que uma greve terá sempre alguns efeitos colaterais mas os efeitos colaterais não podem ser desproporcionais. Por exemplo, a greve às cirurgias dos enfermeiros que, para ganharem mais, colocaram em risco a vida humana foi abjecta.

in TSF
A anunciada greve dos motoristas que, para garantirem aumentos para daqui por dois e três anos -- aumentos que nem vou comentar -- e que assentam toda a sua reivindicação numa manipulação de conceitos e deturpação de números, pretendendo paralisar o país parece-me selvagem (sim, Paulo e JV, selvagem).

Nada naquela greve é razoável, proporcional, admissível. Mais: tenho para mim que há por ali mão de quem quer desestabilizar a democracia. Mão de quem quer que o país se revolte e exija o fim do direito à greve. 

in BBC

E mais: tenho para mim que, perante Pardais e quem, se calhar, está por trás de tudo isto, a malta que ingenuamente se agarra a purismos como a intransigente e cega defesa do direito à greve, defendendo esta seita, não faz outro papel que não o de meninos do coro.

Não digo que todos os motoristas deste sindicato que se construíu em torno do Pardal fazem parte de uma 'seita'. Não, não estou a dizer isso. Haverá ali muito boa gente simplesmente deslumbrada com tanto mediatismo, gente iludida com o poder de parar um país, quiçá até um ou outro simplesmente ingénuo. Mas o Pardal e mais uns quantos é gente que, se fosse eu decidir, a bem da democracia, manteria debaixo de olho.

E digo ainda mais: a bem de preservação do nosso regime democrático, um regime que a tão duras custas foi conquistado, é bom que se pense bem nos limites que devem ser postos ao recurso à greve para se evitarem greves selvagens que são verdadeiros atentados contra a democracia.
Por exemplo: podem os trabalhadores estar em greves de prazo indeterminado financiando-se sabe-se lá como e auferindo, nesse interim, rendimentos fiscalmente isentos? Podem uns quantos trabalhadores causar prejuízos a outras entidades que não os seus patrões e em montantes desproporcionais face ao que esperam atingir? Podem uns quantos trabalhadores pôr em causa a vida humana? Podem uns quantos trabalhadores paralisar um país? Etc.
Penso que, a bem da defesa dos direitos dos trabalhadores, tudo isto deve ser seriamente analisado, sem pruridos, sem tabus. Read my lips: meninos do coro é do melhor que há para os Bannons desta vida paparem ao pequeno-almoço.

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in The Guardian

E quanto às enormidades  potencialmente assassinas e aos incitamentos racistas, homofóbicos, xenófobos, cretinos e populistas dos Bolsonaros, dos Trumps, dos Salvinis e de outros merdosos desta vida -- gente inculta, estúpida, ignorante, mesquinha, gente que o povo elegeu (em alguns casos por aritméticas duvidosas -- mas não interessa, foram eleitos) -- o que tenho a dizer é que, de cada vez que se dá corda a quem faz levantar descontentamentos populares se está a abrir a porta a gentalha dessa, gentalha que há-de devorar aqueles que neles votaram. Não neutralizar gente perigosa é deixar que levem o país à beira de uma crise de nervos, a malta toda pronta para acolher de braços abertos um qualquer herói que se anuncie como o grande salvador da Pátria.

Se depois de um Obama pareceria impensável haver um Trump, ponhamos os olhos nessa improbabilidade e não descuremos a probabilidade de, por manipulação, má informação, revolta ou descontentamento, os portugueses virem um dia também a eleger uma qualquer besta quadrada.

Por isso, não é por alguns ditos 'sindicalistas' usarem a palavrinha sagrada 'greve' que devemos, nem por um segundo, defender gente sinistra como os Pardais desta vida.


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Presumo que, percebendo o isolamento em que se encontram e com uns serviços mínimos que os deixam expostos ao ridículo, estas espécies de agremiações que se auto-intitulam 'sindicatos' venham, por ora, a meter a viola no saco. Mas não subestimemos o poder do Pardal e de quem o apoia ou suporta nem o dos que andam pelo meio das claques, no meio dos motards, em torno de Chegas e Bastas, em manifs de ultra-direitas e tretas dessas. Não subestimemos.


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E, tirando isso -- e mais para desanuviar do que outra coisa -- tenho ainda outra coisa a dizer. Não tenho o mínimo de paciência para crianças armadas em adultas, meninos e meninas todos cheios de nove horas. Zero. Mas tenho a máxima admiração por crianças que nascem corajosas, que enfrentam selvajarias, guerras, perseguições, iliteracias, que sabem impor-se a adultos, lutando por ideais que deveriam ser os de todo o mundo. 


Ouçamos os jovens, apoiemos as crianças, deixemo-los que encabecem lutas a que nós, adultos, miseravelmente fechamos os olhos.

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E para este post não ser não apenas grande demais mas também um bocado sisudo, acabo com uma menina de dez anos que tem um rosto de anjo e uma voz de deusa. Chama-se Emanne Beasha e o Jay Leno festejou-a com um justíssimo Golden Buzzer. É verdadeiramente do além.



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Até já.

8 comentários:

  1. Paulo Batistaagosto 08, 2019

    UJM,

    Eu percebo o seu ponto e em parte concordo com ele. Mas permita-me assinalar que discordo deste parágrafo em particular:
    "Uma greve é uma luta contra um patrão. Uma greve não pode ser um acto de chantagem. Quem faz greve não pode (ou, se pode, não deve poder) fazer gente inocente refém das suas lutas. É cobardia que não pode ser perdoada."
    Não acho que uma greve se possa cingir exclusivamente a uma luta dos trabalhadores contra um patrão (ou, pelo menos, não pode ser só isso). Até porque se assim for, essa luta está perdida à partida: os meios ao dispor de cada um dos lados são completamente desproporcionais. Uma greve, seja mais localizada (num setor, numa unidade produtiva em concreto, na relação de um trabalhador com o seu patrão), é uma luta inerentemente política, da qual, sejamos ou não participantes diretos, não podemos fugir.
    Uma luta (e até uma negociação) tem, inevitavelmente, uma componente de chantagem. E, aliás, se ela é usada amplamente, é por aqueles que têm efetivamente o poder de a usar - na esmagadora maioria das vezes, os patrões (mais uma vez, desde logo porque são os detentores dos meios de produção e/ou do capital que lhes é necessário). Portanto, é natural que os poucos trabalhadores e sectores onde os trabalhadores detém algum poder, acabem por usar esse recurso. Não podemos esquecer todas as situações em que essa chantagem é usada selvaticamente por um dos lados (turismo/restauração, call-centers, pequenas empresas e até investigação científica) - o patrão - e tornar-mo-nos críticos ferozes quando os trabalhadores fazem uso de uma medida com consequências mais profundas.
    Feita esta nota, que se registe que me preocupa e aflige este tipo de movimento sindical. Porque as suas práticas são contraditórios e até contraproducentes com a concepção de greve que tentei formular ali em cima. Não nos iludamos, houve tempos em que só medidas radicais, com consequências negativas para muitos dos próprios trabalhadores, surtiram algum efeito na alteração do sistema socioeconómico. Esses tempos (e essas consequências) culminaram no consenso de que era necessário introduzir sistemas federativos dos trabalhadores e envolvê-los permanentemente no delinear das regras das relações laborais. Muitas destas estruturas foram desmanteladas nas últimas dezenas de anos.
    Pode parecer que precisamos de mais leis, regras e regulamentações para restringir o exercício da greve. Curiosamente, essa ideia é muito do agrado do patronato.
    Talvez precisemos é de parar de destruir as estruturas que, com mais ou menos sucesso, procuravam equilibrar o poder negocial de ambas as partes, trazendo / envolvendo essa negociação na própria governação (seja da unidade produtiva, seja do próprio país!). Se continuarmos neste caminho de "dividir" os trabalhadores, autonomiza-los por decreto, cingir a sua ação à sua situação, individual, concreta, estaremos a abrir espaço exatamente para este tipo de sindicalismo.

    Sei que pareço um velho do restelo e um ortodoxo defensor do velho sindicalismo (quiçá, seria acusado de comunista primário - coisa que está quase a desaparecer). Na verdade, sou muito critico desse velho sindicalismo e reconheço que é / era, em grande parte, anacrónico (os sistemas produtivos estão num processo de mudança radical, o que causa dificuldades muito complexas à organização de trabalhadores - nunca esquecendo que eles não têm nunca os meios do patrão!). No fim de contas, não tenho uma resposta. Apenas uma convicção: que focarmonos demasiado na espuma produzida por estes sindicatos nos desvia tempo e energia para denunciar o tal processo em curso de desmantelamento dos mecanismos que, precisamente, bloqueavam o aparecimento destes sindicatos.

    Abraço!

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  2. Boa tarde UJM
    "Uma greve é uma luta contra um patrão. Uma greve não pode ser um acto de chantagem. Quem faz greve não pode (ou, se pode, não deve poder) fazer gente inocente refém das suas lutas. É cobardia que não pode ser perdoada." Também considero ser uma frase meia-assassina. Todas as verdadeiras lutas laborais são realizadas para fazer doer aos dois lados da barricada. São naturalmente inevitáveis os danos colaterais.

    Ora, neste caso particular (tal como dos enfermeiros) são estes danos colaterais que, por serem descontrolados, estão na origem da posição musculada do governo. Também, como no caso dos enfermeiros, deverá ser finamente investigada a origem dos financiamentos a organizações desenquadras (?) e “inorgânicas” (??), radicalizadas (onde e por quem??) que promovem greves prolongadas ou por tempo indeterminado com finalidades egoístas de grupo sem a solidariedade e a visão do equilíbrio social do país. Mas não deve por isso que e pelas percepções que que os políticos e os média com sus muchachos direitolos nos querem criar que devemos começar a criar a ideia de rever ou condicionar a Lei da Greve, nem sequer devemos criar duvidas quanto á sua legitimidade. É ao Estado que compete garantir o cumprimento da Lei, foi nesse papel que fez publicar o Despacho dos serviços mínimos (ou máximos!). E é assim que deve continuar a acontecer.

    Abç

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  3. A UJM fala em greve selvagem e é bem capaz de ter razão. Todo o dia, todos os dias, lido com as leis e as regras nelas ínsitas. Todos os dias procuro encontrar as melhores formas de sob a égide dessas leis, respeitando integralmente essas normas, encontrar as melhores soluções para os nossos Clientes. É isso que faço e isso torna difícil, muitas vezes, pensar fora de um mindset jurídico, ou seja, ter um pensamento independente dos quadros mentais do Direito e da Legalidade. Percebo bem, por isso, o sentimento de inadmissibilidade de uma greve "selvagem", tal como o relativo a qualquer prática abusiva e, portanto, ilegal. Mas não consigo deixar de ver para lá do meu próprio mindset limitativo das regras e das leis. Como não ver que os salários pagos à generalidade dos trabalhadores são imorais, ainda que não ilegais? Quer o abuso sob a égide da lei, quer o abuso fora da lei me revoltam. Vou, aliás, ser totalmente sincera: revolta-me muito mais, mas muitíssimo mais, o primeiro. Revolta-me os serviços mínimos decretados pelo Governo - colocando-se de antemão do lado de patrões que têm crescido de tal forma que são já dos maiores da Europa, vindos de uma terra da Beira deste nosso Portugal, pelas estradas fora em camiões conduzidos por pessoas mal pagas e com más condições laborais, que passam dias e até semanas sem ver as famílias. Contra este sentimento de revolta não há lei, nem decreto, nem acusação de selvajaria que me tire da minha. Nem sequer o facto de talvez ser absurda uma reivindicação para 2021 quando ainda estamos em 2019. Quem sou eu para considerar isso absurdo? Os clubes de futebol não renovam contrato aos jogadores três anos antes de o contrato terminar? Diria que é boa gestão. Revolta-me sobretudo que não se perceba (como se pode não perceber?!) que a culpa de Trump, Pardal, Bolsonaro existir NÃO é dos pobres, dos explorados, dos pouco instruídos, mas sim - a 100 % (não a 99%; a 100%) dos ricos conservadores, exploradores, que usam e abusam da lei, quantas vezes sob as vestes de caridosos e benfeitores, quantas vezes arrogantes na sua pretensa superioridade moral e intelectual que raramente existe, que usam e abusam do aparelho do Estado, das autarquias, da comunicação social, dos bancos, etc., etc., para fazerem as suas vidinhas desafogadas. Há um mundo novo de exploração, de trabalho precário, nos países ocidentais, ditos civilizados, como não havia desde o século XIX. Será o Advogado Pardal o herói ideal na luta contra a exploração de hoje? Ninguém o afirmará. Mas se é ele, assim como Trump e Bolsonaro o são nos seus países, o herói possível, isso diz muito do falhanço social da nossa democracia.
    Um abraço,
    JV

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  4. Quando uma entidade patronal, como a ANTRAM, paga aquilo que veio a público aos motoristas de transporte de matérias perigosas é caso para se concordar com os ditos motoristas. Eu, pelo menos, não estou contra. Contra, sim, estou para com a ANTRAM (que, ao que parece, conta com a “compreensão” do Governo). Este tipo de sindicatos, que têm vindo a florescer, foge ao estereotipo dos Sindicatos controlados pela CGTP e UGT. Ainda bem! O que destabiliza este Governo (e outros que estivessem no seu lugar), habituado a negociar com as habituais caras de quem dirige os tais “veneráveis” Sindicatos. Mas, as coisas evoluem e hoje temos outro tipo de movimentos sindicais, ou começamos a ter, independentes daquelas estruturas e que se limitam a defender – e bem – os seus interesses, e só, ou seja, aqueles que lhes dizem directamente respeito. Não vejo nada de mal nisso. E muito menos os condeno. É claro que um determinado tipo de pessoas fica nervosa com esta imprevisibilidade, com o impacto que provocam, etc. E chamam-lhes selvagens, extrema-direita e outras patacoadas. A questão é saber se eles, grevistas, têm razão, ou não. Ora, tendo em conta os salários pagos, quer aos motoristas de matérias perigosas, quer a enfermeiros, quer a tantas outras classes profissionais, hoje em dia, se essas mesmas classes profissionais não se manifestarem, não protestarem, nunca conseguirão que se lhes faça justiça salarial. Convém sublinhar que hoje e cada vez mais as assimetrias salariais (e sociais) têm vindo a aumentar. O que parece não preocupar o Poder político, designadamente do PS/PSD/CDS. Curiosamente, ninguém se manifesta contra o facto de o Estado (Governos) sacar milhões aos contribuintes para salvar Bancos, ou se indigna que alguém ganhe 6 mil euros por dias (Mexia/EDP), onde o Estado ainda contribuiu com o pagamento de rendas obscenas, ou 1,500 euros dia ao homem da Opus Dei que gere a CGD, dinheiro dos nossos impostos – e cuja actuação não trouxe até hoje qualquer benefício para as Indústrias, "o sector produtivo por excelência" (com o beneplácito do Governo, que o lá pôs). E claro, o que “chateia” é tudo isto acontecer…à boca das eleições. Pois! Such is life!

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  5. Amigo anónimo que escreve "Quando uma entidade patronal, como a ANTRAM....", deixe-me dizer-lhe que perde a perspectiva quando se entusiasma com estes sindicatos com “I” (independentes não sabemos de quê ou de quem). Faz-me sempre muita confusão que se utilize no nome das coisas o Independente e Democrático (sejam organizações ou sejam países). Mas, voltando ao seu comentário o que pretendo chamar a atenção é que quando egoisticamente e porque exercemos uma actividade que num determinado tempo e circunstâncias são importantes e decisivas e fazemos uso selvagem disso só posso concluir que a sociedade está a desfazer-se e não é solidária e está-se a borrifar. Quero lembrar-lhe que quando numa empresa ou grupos de empresas se negoceia um Acordo é para ter validade em toda a dimensão das carreiras da empresa, mas o caro não quer saber qual o ordenado da escriturária, a mulher da limpeza, do mecânico, etc . O amigo defende, neste caso os motoristas, que tendo na mão a distribuição de um determinado produto essencial devem fazer uso disso haja o que houver! Imagino que um ano destes (mais brevemente do que se pensa) com a construção de oleodutos e a migração para energias renováveis vá defender com o mesmo entusiasmo que os motoristas devem ir imediatamente para a rua, nem que para isso se crie um sindicato independente democrático de por as pessoas na rua (SIDPPR).

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  6. As coisas devem ser analisadas no seu contecto e não fora dele. O Leitor que creio ser o P. Rufino, uma vez mais, para defender acções que de sindicalistas nada têm, vem misturar alhos com bugalhos: o que os patrões pagam aos motoristas (coisa lá deles: patrões e empregados) com coisas que não têm literalmente nada a ver como ordenados de Mexias ou situações bancárias. É com argumentações assim, em que se atira poeira para armar confusão que, se manipula a opinião pública e se abre a porta ao populismo. De rigoroso o que diz nada tem.

    E quanto ao que a JV diz, tem razão: é a sociedade no seu todo que permite que toda a espécie de trastes seja eleita. São so que fazem lobby e encontram marionetas à sua altura, são as marionetas que sabem dizer o que o zé povo gost ade ouvir, é o zé povo que os elege. Totalmente de acordo: este modelo de sociedade, acolhe o ovo da serpente que a há-de destruir. Por isso, acho que, enquanto é tempo se devem eliminar as ervas daninhas. Não há que ter contemplações. Há sempre um fundo de legimitade nas lutas pois razóes de queixa sempre as houve, sempre as haverá. Não se pode é montar em cima de argumentos legítimos para travar lutas ilegítimas. Há valores que em democracia sevem ser sagrados e que, haja o que houver, não devemos deixar que sejam beliscados.

    Paulo, quase concordo. Mas não concordo com o uso da chantagem nas negociações. De todo! E acredite: gosto de negociar. Uma coisa é fazer bluff. Legítimo. Chantagem é outra coisa: é ilegítimo, deselegante, desprezível. Fazer reféns é igualmente desprezível. Inaceitável. Numa negociação há que haver fair play, ética. Quem náo sabe negociar, não deve ser aceite como negociador. Estes sindicatos têm revelado um espírito corporativista que é inaceitável, têm revelado falta de ética. Têm-se revelado indignos de uma sociedade democrática e civilizada. Talvez pudessem encaixar nos tempos da pirataria. Não em tempos que se pretendem civilizados como os de hoje. Contra interesses que até podem ser justos mas sáo corporativistas e que revelam falta de ética não pode haver compacêcia.

    Quanto ao Smiley Lion, nada a dizer a não ser que concordo com o que diz e que fico contente por sentir que, afinal, ainda há quem me entenda...

    E obrigada a todos. A falar é que a gente se entende!

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  7. Já que o meu nome foi invocado (de forma histriónica) aqui vai a minha opinião:
    O Sindicato dos tais motoristas tem as suas razões e a ANTRAM tem menos dessas razões;
    O Governo agiu mal, enquanto intermediário na questão. Não só porque por ocasião das negociações esteve do lado da ANTRAM, ou assim deixou transparecer essa impressão, como pela atitude patética de ter pensado em recorrer à PSP e GNR para resolver o problema, ou seja, ao ter considerado requisitar aquelas Forças de Segurança para conduzir os ditos camiões de combustíveis inflamáveis. Pior ainda, ter chegado a colocar a hipótese de recorrer às Forças Armadas (Exército). Já para nem mencionar a questão da diminuição do direito à greve, com a tal requisição dos serviços mínimos. O Governo no seu pior, como, infelizmente, nos tem vindo a habituar, ultimamente;
    Aquilo que é pago aos tais motoristas é miserável. Gostava de ver a UJM a conduzir aquele tipo de material perigoso por menos de 1000 Euros. O que vai de encontro ao que se vai passando neste País, desde o Governo Neoliberal de Passos/Portas até aos dias de hoje, Centeno/Costa, onde se registam salários baixos e a precariedade seja cada vez maior.
    Ignorar isto, ou fazer de conta, é o mesmo que aceitar e consentir esta situação.
    Hoje em dia, UJM, as condições laborais são cada vez mais precárias. Quer através dos “contratos” praticados, quer através dos contratos legalmente firmados. Só para lhe dar um exemplo, tenho filhos e sobrinhos que exercem funções em conhecidos Escritórios de Advogados, Consultadoria Económico-Financeira, em Gabinetes de Arquitectos, em Publicidade, em inúmeras empresas – privadas – e que estão a recibos verdes, com contratos a prazo e precários! Este é o Modelo Social que herdámos daquela corja Neoliberal PSD/CDS e que este Governo não alterou uma vírgula!
    Noutras ocasiões, pronunciei-me sobre várias questões político-económicas, em que fui bastante crítico da sua postura pró-PS – no que estava e está no seu pleníssimo direito; cada um tem direito à sua opinião. Em termos tais que qualquer Leitor pode, se assim o quiser, utilizar aquela minha argumentação. Já me aconteceu noutras circunstâncias.
    Aquilo que penso das desigualdades salariais e sociais, já o expressei, repetidamente, neste seu Blogue – e não mudo uma vírgula sequer!
    Sabe, UJM, prefiro sentar-me a almoçar com um desempregado do que com um Banqueiro.
    Daí a retirar conclusões como aquelas que retirou vai um abismo.
    Bom senso e alguma ponderação recomenda-se.
    Bom fim-de-semana,
    P.Rufino







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  8. P. Rufino,

    As generalizações são sempre perigosas e, como argumentação, não seguem nenhuma lógica, servem apenas para lançar poeira e fazer ruído.

    Um banqueiro é sempre pior companhia que um desempregado? Porquê? Mesmo que o banqueiro seja um trabalhador honesto e o desempregado seja um ladrão?

    E que argumento é esse de eu não querer conduzir um camião por 1.700€/mês (não 1.000)? Quem me diz que o motorista queria fazer o que eu faço pelo que eu ganho?

    A precaridade é má? Claro que é. Por isso o Governo já contratou milhares de trabalhadores temporários. Por isso a legislação apertou e as empresas estão identicamente a reduzi-los. Ainda não acabou? Não. Nem vai acabar. Há sectores em que são os trabalhadores que preferem ter a mobilidade de saltar de trabalho em trabalho, conforme lhes paguem mais.

    Por isso, falemos antes de coisas concretas. Não nos desviemos para abstracões que não esclarecem nada. Demagogias não são comigo.

    Uma noite descansada, P. Rufino.

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