No sábado, depois de termos visitado os meus pais, fomos almoçar e o almoço deu para tarde. Estava com um bocado de dor de cabeça pelo que bebi uma bica a ver se arrebitava. Ora bebo sempre dois cafés de manhã, talvez até três mas, se bebo algum depois das duas e tal, é mais do que certo que vai afectar-me o sono. Não sei se por isso, se por estar cansada demais, se por dormir no sofá, se pelo enternecimento dos rapazinhos abraçados a dormir, se pelo enternecimento de ouvir as meninas a conversar na outra sala, se por qualquer outro motivo, a verdade é que, apesar de estar tão cheia de sono e cansada enquanto acordada, agarrei uma tal espertina que apenas me deixou adormecer de manhã. Vi as horas a passar e eu sem pitada de sono. Passado um pouco já eles estavam acordados e, claro, pouco depois acordaram-me.
Depois, chegou o casalinho que tinha estado num animado copo de água até de madrugada. E, a seguir, as meninas crescidas começaram a falar de cortes de cabelo, uma sem saber como cortá-lo, a ver imagens em revistas e instas, e outra a oferecer-se para lho cortar. E uma que não e outra que sim e uma que não e outra que deixa lá. Até que a segunda, ó milagre!, convenceu a renitente primeira. Foram as duas para uma casa de banho e o cabelo cortado foi crescendo, apesar do que continuava na cabeça se manter avantajado, manta fofa e quente. Eu também já me tinha oferecido para fazer o mesmo mas, como tenho fama de ser sempre a abrir, sem querer saber de assimetrias ou pontas -- até porque a última coisa de que gosto é de me sentir penteada -- a outra cabeleireira, mais ponderada, levou a melhor. E ficou muito bem. Eu não teria feito melhor. E a dona do cabelo, exigente que só ela, também gostou.
No fim havia cabelos all over mas com pás e vassouras, papel higiénico e água, tudo se limpou.
O meu marido passa-se um bocado com isto mas, no meio de tanto reboliço, acaba por nem ter grande ocasião para protestar. Quando ouviu que iam cortar o cabelo só disse: 'A ver se no fim não fica tudo cheio de cabelos!' pelo que, as ladies, talvez para não desiludirem o dono da casa, no final levaram a limpeza mais a preceito. Aliás, antes da faena, começaram por se instalar as duas dentro da banheira para conter os danos, uma sentada num banco, a outra atrás. Mas não dava espaço de circulação, pelo que tiveram que se instalar normalmente: a cliente na mesma sentada no banco mas fora da banheira e a lady da tesoura à sua volta.
Entretanto, ainda consegui fazer a roupa de máquina da ordem, com os lençóis das camas dos hóspedes mas deixei para amanhã outra máquina com os toalhões.
E de seguida, com aquilo tudo, já era quase hora de almoço -- e, pronto a ser comido, eu só tinha o resto do cozido da véspera; mas nem para encher a cova do dente de tanto comensal aquilo daria pelo que pensámos que mais valia irmos todos almoçar fora. O meu filho reservou e lá fomos. E a seguir ainda fomos refrescar num passeio a pé à beira rio. E soube bem andarmos a caminhar por ali, a respirar a fresquinha.
Até que dispersámos. Quando cheguei a casa, estendi-me em cima da cama, a janela aberta, o aragenzinha a entrar e a deslizar sobre mim - e pimbas, tiro e queda. Deve ter sido uma hora bem dormida, a sono solto.
Mas parte do grupo tinha dito que, ao fim da tarde, iria à praia, se não queríamos ir também. Por isso, quando acordei, o meu marido também recém acordado, achámos que mais valia irmos até à praia senão ficávamos em casa a molengar, na volta a dormir até ser hora de jantar.
Fomos. Já lá estavam.
Ficámos até às sete e tal. Agradável embora, para o fim, tenha começado a levantar-se um ventinho fresco. As crianças tomaram banho apesar da água fria e brincaram, inventando brincadeiras, e os rapazes pequenos e grandes jogaram à bola e eu andei por ali, curtindo a alegria de estar com eles. E, claro, fotografei-os. Por exemplo, à saída da praia, fotografei pai, filho e neto, três gerações, os três com o mesmo nome. E fotografei todos os outros, sempre animados, a pele dourada pelo sol, bonitos, o verão pousado neles.
Ficámos até às sete e tal. Agradável embora, para o fim, tenha começado a levantar-se um ventinho fresco. As crianças tomaram banho apesar da água fria e brincaram, inventando brincadeiras, e os rapazes pequenos e grandes jogaram à bola e eu andei por ali, curtindo a alegria de estar com eles. E, claro, fotografei-os. Por exemplo, à saída da praia, fotografei pai, filho e neto, três gerações, os três com o mesmo nome. E fotografei todos os outros, sempre animados, a pele dourada pelo sol, bonitos, o verão pousado neles.
E fotografei as gaivotas.
E fotografei as costas de uma senhora que carregava com a Marilyn Monroe, o Peter Pan e o que me pareceu ser uma bruxa a cavalo numa vassoura. O meu marido fez um ar arreliado, achou que eu estava a fotografar as costas da senhora demasiado à descarada. Mas não podia deixar de fotografar. Aquelas costas estavam impregnadas do mais genuíno surrealismo.
E fotografei as costas de uma senhora que carregava com a Marilyn Monroe, o Peter Pan e o que me pareceu ser uma bruxa a cavalo numa vassoura. O meu marido fez um ar arreliado, achou que eu estava a fotografar as costas da senhora demasiado à descarada. Mas não podia deixar de fotografar. Aquelas costas estavam impregnadas do mais genuíno surrealismo.
De regresso a casa, atirei-me então a arrumar a casa. E depois do banho sentei-me, então, aqui, Estava a dar o Marques Mendes mas ou porque, como geralmente, não estava a dizer nada de jeito ou porque o corpo (o meu) continuava a pedir-me descanso, passado um bocado estava na mesma, quase a dormir.
O que vale é que o meu marido me chamou. Fomos jantar e agora aqui estou a fazer o gosto aos dedos, escrevendo sem pensar, ao correr da pena.
Já estive a ver a agenda para os próximos dias. Tirando um dia que vai ser dose, o resto parece-me que tem tudo para não ser daquelas semanas que me deixam com os bofes de fora. Vamos entrar em Agosto e o nosso querido mês de Agosto tem fama de ser mês feliz, mês de deixar boas recordações. Portanto, talvez tenha tempo para pôr um conjunto de coisas em dia, nomeadamente começar a pensar nos presentes dos leões e leõezinhos que, a seguir aos caranguejos, já aí estão em força.
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Acabo com um vídeo que fala de cinco beneficios da caminhada para que uma certa pessoa o veja. É das formas de exercício mais saudáveis para o corpo e para a mente. Andar diariamente deve ser hábito a manter em qualquer idade, em qualquer circunstância da vida. Por muito que se pense que não se tem tempo ou que não se tem onde ou que não se tem com quem, é importante que se saiba que não é preciso muito tempo, não é preciso nenhuma pista ou trilho especial, não é preciso ter companhia. É, sim, preciso andar, andar com convicção, andar olhando aquilo que a vista alcança, andar focado apenas nisso: em andar. Andar e deixar o corpo tonificar-se e a mente arejar.
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Queiram aceitar o meu convite: hoje no meu Ginjal tenho A grande e turva flor desse fogo ainda por abrir sobre poema de Carlos de Oliveira e muito gostaria de vos receber por lá. Haverá música, como sempre e mistérios em volta de palavras sugeridas.
Simples: basta colocar um lençol grande (de preferência velho) no chão, instalar a cadeira com a "cliente" e trabalhar à vontade.
ResponderEliminarNo fim, "sacode" a cliente e a cadeira, dobra o lençol e vai sacudi-lo num local adequado. Nunca na varanda do vizinho do piso inferior, a não ser que seja uma criatura detestável :))
Resulta sempre, desde que não tenha uma ventoínha por perto... e pode ser feito em qualquer divisão da casa.
Bons cortes!
Olá,
ResponderEliminarPois é, tem razão, boa ideia. O trabalho que nos teria poupado...
Para a próxima já vai ser assim.
Gracias very much.
PS: Sabe o que é pena? É não ser costume cortar cabelo à porta de casa. Senão montava uma banquinha e começava um negócio de rua. Com o lençolinho e tudo para não sujar o passeio. :)