Claro que isto de descascar o alho, numa mente pouco asseada, poderia prestar-se a trocadilhos pouco abonatórios.
Não é o meu caso. Tudo em mim é asseado. Diria mesmo purificado. Não é à toa que sou conhecida por Santa. Aqui, sou eu que me auto-intitulo por Sta UJM mas, no mundo real, há muito quem me trate por Santa e, a seguir, o diminutivo do meu nome, coisa que me assenta como uma luva. Sou dada a gestos de santidade. É certo que também sou dada à ironia pelo que muito frequentemente a recebo de volta. Coisa dos princípios da termodinâmica, isto do ricochete.
Mas, portanto nada de trocadalhos que aqui só argumentação a que ninguém tenha nem uma migalha desabonatória a sacudir, só palavras que escorram castidade.
Aliás, nem sei a que propósito estou com isto já que o tema tem a ver com culinária.
Portanto, adiante.
Portanto, adiante.
Quem esteja habituado a mexer em alhos -- repito: alhos -- sabe como, frequentemente, se fica om um mau odor nas mãos. Por mais asseado que seja o alho.
Pois bem. Alguém muito dado a inovações de alto gabarito, uma menina filtrada com uns very big eyes, descobriu a forma de não se comprometer, mexendo no dito quase com pinças. Não bem uma pinça mas uma coisa bicuda, uma espécie de lança curta e afiada. Não fora o alho não ter pontos álgicos e a ver se não dava um grito ou, mesmo, se não se recolhia todo, ficando encolhidinho, tipo um chinesinho cheio de dores. (Chinesinho? Eu disse chinesinho? Pois, não sei a que propósito me ocorreu). Assim, não: o alho não tuge nem muge e, mal leva a picada, larga logo a pele, apresentando-se todo nu, pronto a ser usadinho. Almas sacrificiais poderiam dizer circuncidadinho mas isso eram elas; eu não, que não sou dada a louvar sacrifícios e nem estou certa de ter alma, quanto mais.
Pois bem: o vídeo com a dita habilidade, tal a relevância do tema, tal a destreza da lady, logo se tornou viral.
Mas isto das redes sociais e dos temas de mulheres (sim, porque não me venham com feminismos, isto de descarcar alhos é coisa mais de mulheres -- embora, ok, reconheço, muito bom chef não lhe fique atrás) proporciona muita invejinha e despique.
E, vai daí, não que se tenham atirado, em topless, para a lama a puxar os cabelos, mas desataram a mostrar que descascavam o alho de forma mais limpinha que as outras.
E o The Guardian -- desta feita, o Guardian australiano -- mostrando como é que se pode dar dignidade a um tema que poderia prestar-se a conversas rasteirinhas e a desinteresses culturais, publicou o vídeo abaixo onde se tiram as teimas.
Ou seja: afinal qual o melhor método?
Ou seja: afinal qual o melhor método?
E eu, que não passo sem uns bons alhos nos meus temperos, não poderia ficar indiferente. Fui logo ver e, confesso, aprendi. Pelos vistos acomodada a práticas convencionais, nunca o tinha feito como aqui vejo, formas verdadeiramente inovadoras.
Ora vejam. Mas antes não se esqueçam que o consumo directo de alhos crus comporta alguns riscos.
Descascar alhos: quatro técnicas postas em prática para ver qual a mais eficaz
PS: A ver se a minha filha desta vez não me envia uma sms a repreender-me pelo desconchavo do tema. Mas penso não, afinal uma técnica usada na culinária parece-me tema muito adequado a gente bem comportada (que é o sonho da vida dela: ter uma mãe bem comportada). 😋
Um muito bom dia Querida UJM!
ResponderEliminarJá me diverti com os seus dois temas, que tinha em atraso.
Há dias, no cabeleireiro dizia-me a menina que me ajuda nas unhas, buço e sobrancelhas"já um mês que cá não vinha".(obrigo-me a ir só para corrigir o corte e pintar, depois lá faço o resto) "temos aqui uns branquinhos a aparecer e dois grandes e grossos pêlos nas sobrancelhas, tiro, corto ou faço trançinhas?
Rimos a imaginar o efeito. E lá foi dissertando por penteados e outras habilidades que lhe sugerem na sua profissão. Ele há cada uma que mais parece anedota. Mas existe ao que me garantiu.
Pus-me a imaginar qual daquelas jovens e não só se prestaria a tais fantasias.
Não tenho "cultura" para entender certos gostos. Por exemplo depilar-se a zona da pubis em forma de aranha. Que efeito causará em quem conheça a viúva negra?
O Mundo está a ficar louco e já não sabem que mais inventar.
Tambem aplico alho em quase todos os temperos, mas continuo a descascá-los à maneira antiga, não fico por nenhum dos métodos sugeridos.
Desejo-lhe, e a todos os seus, um bom feriado ou fim de semana alargado se fôr caso disso. Eu por mim estou sem os meus raiosinhos de Sol que vao em passeio pelo norte.
Um beijinho.
Estava o Criador a dar nomes aos inúmeros e variados animais que iriam povoar a Terra, um a um, quando, já cansado, na fase final do processo - que respeitava aos peixes - procurou descansar.
ResponderEliminarJulgando concluída tão árdua e morosa tarefa, suspirou, passando uma mão pela testa suada e, arfando, disse: “Por fim, terminei!”
Foi quando um assessor, esvoaçando sobre ele, lhe mencionou: “Senhor, ainda falta este último peixe!”
- “Oh Eu (o Criador é o único que não diz Oh, Meu Deus, já que Deus é Ele)! Estou esgotado! A minha cabeça já não dá para mais! Nada me ocorre! Nenhum nome! Como o designar?”
- “Vós, Senhor, melhor do que alguém, seguramente encontrareis uma solução, enfim, um nome adequado ao pobre pária de peixe. Não o ignoreis! Um nome, qualquer que seja, lhe servirá!”, argumentou o tal assessor alado.
O Criador, debruçado com o queixo pousado nas mãos, olhou então para o pobre ser, que teimava em nadar em redor dos seus pés, como que a suplicar-lhe que lhe desse um nome. Qualquer que fosse. Para que, no futuro, pudesse, orgulhosamente, ser identificado.
Foi quando viu o peixe, de tanto esperar por um nome, já em estado de desespero, sentado em cima de um pau, olhando, suplicante, para o Criador.
E, nesse instante, o velho Criador (um ser sem idade, visto ter existido sempre) bateu as palmas e, sorrindo de satisfação, ditou: “olha, já que estás sentado em cima desse um pau, ficas…Carapau!”
O peixe agradeceu a infinita bondade do Criador de lhe ter dado um nome.
No regresso a casa, nadando através das profundezas do mar, enquanto recordava o episódio da sua designação, exclamou para a sua companheira: “e se, por qualquer circunstância, eu estivesse sentado em cima de um alho? Já imaginaste que raio de nome nos calharia em sorte?”
Olá Pôr do Sol,
ResponderEliminarCredo, essa da aranha. Ainda se fosse uma borboleta. Ou um coração. Agora uma viúva negra...? Haverá parceiro sexual que se sinta motivado ao ver ali um aranhiço...?
Se pensar ao contrário e numa mera abstracção, se um dia um parceiro meu (e não digo o meu marido porque é parvoíce a que ele jamais se dedicaria) se apresentasse depilado e, na zona púbica, uma aranha, acho que lhe diria que se vestisse e desandasse dali para fora que gente parva é coisa para a qual não tenho pachorra.
E se os seus queridos raios de sol andam a passeio pelo norte, porque não aproveita e vai também dar um passeiozinho? Vá...
E saúde e alegria.
E beijinhos, Sol Nascente.
Olá P.
ResponderEliminarPois é, já nem me lembrava disso: foi Deus que fez tudo, até as sardinhas e os carapaus. E nunca me tinha ocorrido essa necessidade de dar nomes às coisas. Ainda por cima, nomes em todas as línguas, incluindo um nome científico em latim. Coitado dele, que trabalheira teve.
É que o dito carapau, feliz por não ter estado sentado em nome de um alho quando Deus o nomeou, não pensou que se calhar deus pensou que ele, quando estava sentado em cima do pau, estava a brincar aos cavalinhos upa-la-la, para também o chamar horse mackerel.
:)
E uma friday à maneira, P.