Não vi na hora nem a desoras.
Deprimente. Deprimente e, lamento dizê-lo, Senhor Presidente, escusado.
A ver, Senhor Presidente, se reflecte no que o levou a ceder ao facilitismo, escolhendo uma criatura a quem nunca se conheceu nobreza de atitute, elevação moral ou intelectual, palavra ou gesto superior de qualquer espécie.
Muito pelo contrário, a João Miguel Tavares o que se conhece aconselha a não lhe dedicar atenção. Dali nunca vi sair ideia que se aproveite. Por isso, JMT é um mau exemplo e nada o recomendaria para presidir à Comissão Organizadora do Dia de Portugal. De cada vez que fala ou escreve, JMT parece querer provar que é frívolo, leviano, justiceiro-popular, maria-vai-com-as-outras, maria-vizinha, fofoqueiro, sectário, tuga boateiro, cultivador de vacuidades e raivinhas de estimação. E estou a medir as palavras porque não me apetece dizer exactamente o que acho dele, limito-me a dizer o que ele próprio parece esforçar-se por mostrar que é.
Quando o ouço ou leio (o que acontece cada vez mais esporadicamente e, em regra, por mero acidente), penso sempre que é com criaturas assim, a quem se dá púlpito, que se abre caminho ao populismo.
E também me ocorre sempre aquela sábia dos chineses: "Quando o sábio aponta para a lua, o idiota olha para o dedo."
E, a partir da amostra que vi, assim me parece ter sido o discurso do João Miguel Tavares em Portalegre: quando se desejaria que apontasse em frente e falasse do futuro, querendo apontar o dedo nem se sabe a quem, limitou-se a olhar a ponta do próprio dedo.
Por isso lhe digo, Presidente: lamentável, esta sua escolha, muito lamentável. Para a próxima, a ver se escolhe melhor quem vá presidir à comissão organizadora das comemorações do Dia de Portugal, está bem? O País merece mais e melhor.
Estou inteiramente de acordo consigo no que escreve neste seu Post, no que respeita a JMT, uma escolha lamentável (provavelmente provocadora, intencional, do PR, que não dá ponto sem nó). Com tanta gente com qualidade, no plano intelectual e cultural, que existe neste País, e Marcelo opta por essa criatura. O País, como diz a terminar, merece melhor.
ResponderEliminarE depois, aquela maluqueira de estar de manhã em Portalegre, à tarde em Cabo-Verde e amanhã na Costa do Marfim (em visita oficial). Tenho-me perguntado o que é que Marcelo pretende provar com esta sua pretensa energia, algo desenfreada. Cada vez mais me convenço que o homem é esquizofrénico. Ou para lá caminha!
Pois é, P. (Rufino?),
ResponderEliminarMuito de acordo consigo. Para quê aquela correria? Não se cansa? Para quê correr de cidade em cidade, de país em país? Não é por mais nada: é que, às tantas, dá tiros nos pés como esta de convidar o João Miguel Tavares para uma destas... Onde é que uma criatura como aquele JMT pode ser exemplo para alguém para ali estar? Só pode ter sido num daqueles dias de frenesim em que nem parou para pensar.
Dias felizes para si, P.
Marcelo fez a maior provocação à democracia portuguesa desde que tomou posse como presidente da república. Nem o seu salazarento antecessor foi tão longe; e penso que, tal como eu, muitos democratas portugueses sentiram a nomeação de JMT como uma verdadeira afronta e sentiram-se excluídos da efeméride, que começa a assemelhar-se cada vez mais ao “dia da raça” de outros tempos.
ResponderEliminarO escolhido de Marcelo surge nestas comemorações com um novo visual, muito tipo “skinhead”, que lhe assenta bem. Há que estar atento aos novos episódios que este namoro nos reservará no futuro e saber se Marcelo quer catapultar o rapaz para mais altos voos, quiçá como potencial “regenerador” da sua direita que anda meio baralhada e sem rumo, ou se quer apenas dispor de um fiel homem de mão para fazer uns trabalhitos durante a próxima legislatura, que se adivinha tumultuosa.
Credo Unknown, vire essa boca para lá. O JMT catapultado para outras cavalgadas? Não pode ser. Dali só cavaladas. Aquilo ali não desenvolve mais do que aquilo, não é material que o Prof. Marcelo possa puxar muito senão corre o risco de quebrar.
ResponderEliminarQue Marcelo anda ralado com o desatino do Rio e da Cristas e com vontade de regenerar uma direita a seu gosto, isso parece-me óbvio. Talvez ande a ver se desencanta melhores actores para protagonizarem uma direita civilizada, com causas modernas, capaz de derrotar a geringonça. Mas Marcelo é inteligente, não ia apostar num cavalo tão errado. Eu acho que este mau passo, de nomear o JMT para isto, foi coisa de um dia aziago, coisa mal pensada, um tiro no pé.
Mas cá estaremos para ver como evoluem as coisas.
Dias felizes para si, Unknown.
Um parvalhão JMT...
ResponderEliminarQueria falar no tema fetiche do momento? Pois bem, mas que fosse para enaltecer o caminho que temos feito, em que a corrupção é cada vez mais visivel e censurada socialmente. É esse caminho que temos vindo a percorrer que devíamos enaltecer, acreditar e abraçar de forma ainda mais convicta. Mas não... vem um parvalhão dizer exatamente.o contrário... reclamar por alguém que nos restore para um estádio de desenvolvimento social onde a corrupção não "existia". Ou seja, onde ela grassava livremente, escondida do nosso olhar.
E depois vem com a conversa do mérito, como se fosse os valores da meritocracia os mais prejudicados e não a pobreza e exploração do outro, agudizada pela usurpação dos recursos comununs. Conversa desprezível que ousa até afirmar que temos de dizer ao miúdo do bairro da jamaica que ele conta. Na medida do seu mérito? Ou no esforço que devemos fazer para que não lhe roubem os recursos?
E o argumento caricatural de uma suposta sociedade deprimida porque não oferece aos seus meritórios filhos mais do que os meros 15 dias de férias anuais em Albufeira? Acha mesmo o JMT que é essa a bitola das condições de vida limitadas dos portugueses... que ignorância para tão douto meritório cidadão...
Enfim.
Em política o que parece é. Tal como JMT, Marcelo também é populista, um pouco mais inteligente e disfarça melhor a tendência direitista...
ResponderEliminarCara UJM, mais um belo post!
ResponderEliminarA propósito do tema e em sublinhado aos que aqui teceram comentários recomendo a leitura:
O Portugal da Mini – um discurso salazarista em Portalegre
(Carlos Matos Gomes, in Jornal Tornado, 10 de Junho de 2019)
https://www.jornaltornado.pt/o-portugal-da-mini-um-discurso-salazarista-em-portalegre/
Para o próximo ano, vai ser a Maria Vieira parrachita!
ResponderEliminarSó falta mesmo a Maria Vieira (ou o marido, segundo os mais informados), como bem disse o comentador anterior.
ResponderEliminarAinda bem que não vi nada, não ouvi nada, nestas coisas sou como o seu marido que se recusa ouvir estas pseudo-existências a venderem-se como seres dotados de soluções para tudo.
Quanto ao Senhor Presidente, cito as tias e os tios defraudados quando dá numa de esquerdista da direita: "Pois, é o Marcelo...!".
Rica tarde!
Olá Paulo,
ResponderEliminarTem razão. O JMT quis dar uma de sensato mas como o substracto é fraco não deu mais do que aquilo, uma lamechice, uma ladainha, um coitado a quem os outros é que t~em que dar ideiais que ele, pelos vistos, não consegue descobri-los. Uma indigência. Uma converseta demagogazeca.
Com tanta gente boa por aí. E se é para ir buscar alguém pós 25, não arranjou melhor do que aquele dizedor de banalidades?
Tem razão: enfim.
Abraço, Paulo, e mostre ao Marcelo o que são pós-25 de qualidade!
Olá José Ferreira Marques,
ResponderEliminarPois, de facto a veia populista do Marcelo volta e meia sobressai de forma muito evidente. E esta eu não desculpo.
Sabe porque é que ainda sou tão tolerante com ele? Porque me lembro do coiso que o precedeu. É que, por comparação, este nosso Presidente é um príncipe.
Mas, enfim, há que estar atento não vá isto não ter sido um passo em falso mas sim um primeiro passo de um caminho....
E um dia feliz para si.
Olá Smiley Lion,
ResponderEliminarMuito obrigada! De facto, um excelente texto, na mouche.
Um momento triste do nosso ubíquo presidente, porque, não nos esqueçamos, foi ele que escolheu o JMT.
Abraço, Smiley!
Olá Anónimo/a
ResponderEliminarEssa da Parrachita é boa! Havia de ter graça. A Parrachita e o Quim Barreiros. Portugueses representativos. Quiçá também um comentador de futebol, quiçá promovido a comendador.
Boa sugestão. Gracias.
Olá Francisco,
ResponderEliminarNo outro dia li um post ou um twit ou lá o que era aquilo da dita parrachita e fiquei parva: aquilo não é coisa dela. A menos que um espírito machão tenha descido nela. Coisa mais esquisita. Deve mesmo ser o marido.
E, Francisco, fez bem em não ver. E eu que vi apenas um bochecho num noticiário fiquei incomodada, faria se tivesse ouvido tudo. A bem da nossa higiene intelectual devemos preservar-nos de macacadas daquelas. Não que nos contagie. Mas é como quando somos envoltos numa onda de mau cheiro. Incomoda.
Uma bela quarta-feira, com ar perfumado!
Totalmente em desacordo consigo. É que, a mim e MUITOS portugueses - talvez a maioria -, despertou-me os valores com que fui educada.
ResponderEliminarE aceite bem o meu total desacordo...é na democracia que se permitem divergências.
Fez-me bem para continuar a trabalhar e a lutar pela menor desigualdade de oportunidades, no meu/nosso país infelizmente entregue a medíocres políticos, armadilhados numa geringonça de oportunistas. Sinto bem esta distãncia entre os cidadãos e os "outros".
Em total desacordo consigo.
ResponderEliminarEste discurso despertou-me...lembrou os valores com que fui educada.
O meu/nosso país está entregue a uma geringonça de oportunistas e em nada me revejo em nenhum político. Contudo... continuo a trabalhar diariamente com esperança e acredito numa ENORME mudança.
E aceite o total desacordo sem problemas... porque só em democracia é possível e saudável divergir.
Paula M Mendes,
ResponderEliminarPois muito bem.
Contudo, deixe que lhe diga que acho que padece do mesmo mal do João Miguel Tavares: eu e os outros. Uma dicotomia que, para mim, é artificial. Eu, com valores, eu, que sou pura versus eles, os outros, os maus, os corruptos. Eu, que não consigo ter causas, eu que preciso que me arranjem causas, eles, os que têm a obrigação de dar causas aos outros.
O mundo não é assim, Não há eu e os outros. Todos somos responsáveis, todos temos que ir à luta, todos temos que fazer escolhas, todos temos um lado bom e um que os outros não acham tão bom quanto isso.
E claro que aceito que pense de maneira diferente. Sou absolutamente a favor da democracia. Uma democracia em que não há isso de uns e outros.
Dias felizes para si, Paula.
Não duvide das causas porque luto... também não tenho que duvidar das suas. Não temos esse direito.
ResponderEliminarÉ com as divergências que progredimos.
Dias felizes para todos nós.
Olá M. Manif,
ResponderEliminarClaro que não duvido. Cada um de nós, com a sua vivência e maneira de ser, encara o mundo à sua maneira. O mundo é diverso, cabemos todos. E é bom que nos escutemos, que tentemos perceber os argumentos contrários aos nossos.
Posso ser assertiva e defender aquilo em que acredito com convicção mas a verdade é gosto mesmo de perceber porque é que as outras pessoas vêem as coisas de maneira tão diferente de mim.
E uma boa terça-feira para si.