quinta-feira, maio 09, 2019

Mário Nogueira vai sair da Fenprof e do PCP?
Sigilosamente, conto-vos qual a relação entre isso e o silêncio de Marcelo.
E explico ainda porque acho que Rui Rio anda a fazer-se de parvo


Estou a pé há umas vinte horas e, pelo meio, já tenho umas centenas de quilómetros, um (belíssimo) almoço volante, reuniões, cavaqueiras e o mais que quiserem.

E o que posso assegurar é que malta que tenho por próxima do BE (e que, por acaso, se resume a uma pessoa) e muita malta que sei que é de direita (e aqui coloco no mesmo saco PSD e CDS porque, do que lhes conheço, é por aí que votam -- e isto, em alguns deles, por não haver partido apresentável ainda mais à direita) estão todos furibundos com esses partidos. Mas ponham furibundos nisto. Coisa na base do desprezo profundo. Mais -- e posso afiançar-vos que é a pura verdade -- todos tiram o chapéu ao Costa.
Ainda me lembro de um deles, há algum tempo, estar a falar-me de um artigo do Observador e eu lhe dizer: 'Não costumo ler, é muito conservador para o meu gosto'. E ele, figura de referência na classe empresarial portuguesa, direita assumida: 'Mas sabe que eu sou conservador, não sabe?' 
Hoje, enquanto o ouvia, só pensava: 'Ui... quem te viu e quem te vê...'

Logicamente hoje não consegui ler jornais, não ouvi notícias e só há pouco, aqui chegada à sala, ao passar por um canal (SIC?), ouvi o Mário Nogueira a falar do que o Carlos Carvalhas terá dito a seu respeito e da sua própria posição sobre manter-se ou não no sindicato (e no PCP?). Não ouvi mais porque o meu marido ao vê-lo, pegou no comando e, a modos que zangado comigo, exclamou: 'Eh pá, o que isto?! Nem pensar! Este gajo é que não'

E eu que não sou prima da Maya, cunhada da Maria Helena, neta do Zandinga, comadre do Paulo Cardoso ou afilhada da pombinha do Espírito Santo o que posso dizer é que, queira o Mário Nogueira ou não queira, vai ter que sair do sindicato. Escrevam. Há muito tempo que o digo. Mário Nogueira está a dar cabo da imagem dos professores e, pior, está a chantagear o Governo (qualquer governo excepto o do Láparo) e a intoxicar o ambiente político.

Pois bem. Tenho uma notícia off the record: fontes anónimas comunicaram comigo via telepatia para me transmitirem que o nosso ex-omnipresente Professor Marcelo fez uma promessa e só volta a aparecer quando a cena política estiver higienizada, mormente limpa do Mário Nogueira.

Esta do dito Mário Nogueira andar agora a pressionar os partidos e a instá-los a deixarem-se de politiquices terá sido a gota de água. Marcelo, cansado de tudo isto, terá pensado que não consegue coexistir social e institucionalmente com uma criatura destas que achincalha desta forma os partidos e a política portuguesa.

As mesmas fontes anónimas telepatizaram-se também comigo a propósito do Rui Rio mas isso Marcelo sabe que não vai poder ser já não apenas pelo período poli-eleitoral em que estaremos entre Maio e Outubro mas também porque não se perfila alternativa no PSD. Além do mais, Rio não estará oficialmente off mas, na prática, já só estará ligado à máquina. Por isso, Marcelo que é crente mas não é maluco, não reza o terço e faz promessas para pedir milagres impossíveis mas, tão só, actos simples de higiene básica. E, portanto, o foco imediato é o Nogueira.

Resumindo: fontes anónimas e que me exigem sigilo absoluto fazem-me saber que Marcelo anda a toque de novenas, velinhas acesas pelos corredores e altares, e diz-se até à boca pequena que ninguém se admire se vir alguém parecido com ele, de colete amarelo, boné, cruz na mão, a andar pela berma da Nacional a caminho de Fátima. 

Compreendo-o. Marcelo, para existir em todo o seu fulgor, tem que ter gente com um mínimo de qualidade no espaço político, tem que ter ar respirável, estar rodeado de decência e alguma elevação.

Gentinha como a Cristas que nem inteligência tem para se desdizer com alguma credibilidade, Rio que, com uma funesta falta de jeito,  faz de parvo* e, de caminho, abandalha e faz também de parvos os deputados do PSD, ou um baderneiro como o Mário Nogueira, que não tem cabeça nem categoria para lutar decentemente pelos professores, perturbam a paz de espírito do nosso ex-ubíquo Marcelo.

Por isso, porque o País não é o mesmo sem o afecto do nosso Professor, que se levante uma onda de fundo que convença o Mário Nogueira a desamparar a loja. E que alguém comece a ajudar o Rio a ir já fazendo as malas. Quanto à Cristas, é capaz de dar jeito que continue: assim como assim, uma peixeira descerebrada pode ter, de vez em quando, alguma utilidade.

* Faço uma pergunta para exemplificar o que me leva a dizer que o Rui Rio se faz de parvo: 
Dizendo ele que só aceitaria considerar a integração de todo o tempo de serviço se houvesse um crescimento económico que o permitisse, e fala na miragem dos 10%, pergunto o que faria ele se o crescimento ano ano seguinte viesse abaixo disso. No ano seguinte, os professores devolveriam o que tinham recebido a mais no ano anterior? Voltavam a receber o que recebiam antes da integração desse tempo?
Irreal.
Diz também ele que, como reconhece que é impossível haver um crescimento de 10%, poderia pensar-se em diminuir a idade da reforma ou trabalharem menos horas. E eu pergunto ao economista Rui Rio: Isso não tem custos? Não teria que ter mais professores para compensar o menos tempo de trabalho dos mais velhos?
Brincalhão.
Como acredito que parvo ele não é, concluo que está a fazer-se de parvo. No mínimo.


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Como é bom de ver, as fotografias, respectivamente de Ezra Miller e Jared Leto na Met Gala 2019, não têm nada a ver com o texto. Ou então têm. Sei lá.

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A recomendação que visitem o em boa hora regressado Histórias de Nós -- que escreve histórias pedidas por nós -- também não vem a propósito do Nogueira, do Rio e etc. Mas visitem-no e peçam-lhe uma história que o resultado é bom de se ver. Vão por mim.

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5 comentários:

  1. Francisco de Sousa Rodriguesmaio 09, 2019

    20 valores para o bom humor e a criatividade.

    Esqueceu-se de evocar a Alcina Lameiras (que quando eu era pequeno me deu uns bombons super bons que ainda hoje tenho o gosto na boca) e o Horus!

    Eu sou como o seu marido nesses coisas, tenho a maior dificuldade em ouvir ou ler certas pessoas.

    Imagine o tio Marcelo N10/N1 acima a distribuir fofuchisse presidencial e a teorizar sobre a aviação em Alverca, a Festa Brava e a cultura do arroz em Vila Franca, o Presépio em Alenquer, a prostituição na Espinheira, a vida prisional em Alcoentre e Vale de Judeus, o sal em Rio Maior, as tradições cisterianas na Benedita, as Lareiras e maciços calcáricos nos Moleanos, a Batalha de Aljubarrota em São Jorge, as minas do Lena em Porto de Mós, as capelas imperfectas na Batalha, as curvas da 356 e o painel da PanAm no Reguengo do Fetal e talvez chegasse a Fátima para o Dia de Portugal, que por lá é o dia da pequenada, ou dos "amiguitos e amiguitas" do nosso Cardeal-Sorriso D. António Marto.

    Um rica 5f, que espero que para si seja mais "sussugadinha" que ontem.


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  2. No “tempo” de Sócrates é que era bom...

    A falta de vergonha e de memória destes
    socialistas de vão de escada é gritante.


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  3. Eis 0 exemplo, mais um, de quem não sabe distinguir um "porque" de um "por que", mas não lhe faltam palavras para falar dos professores e de Mário Nogueira... Será manso, mas não tem grande jeito.

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