Gosto de comédias inglesas. Gosto do sentido de humor inglês. Gosto quando o humor é servido com aquele british accent que transporta a saudade do verbo e da verve de Shakespeare, gosto de humor imprevisto, improvável, com aquele toque de absurdo, elegância e despropósito que nos predispõe para a diversão.
Tive um colega inglês que era um verdadeiro biltre mas que, não obstante, era um verdadeiro comediante. Aquela ironia desconcertante, aquela irreverência subjacente ao cavalheirismo britânico, tudo nele puxava ao humor. Claro que em público, e quando em modo 'oficial,' era irrepreensível. E essa dualidade ainda era mais divertida.
Nisto do Brexit -- um dos grandes passos em falso da história -- há que reconhecer que há intervenientes dignos de uma boa soap opera. Dois deles estão aqui abaixo: a fabulosa Nigel e Boris.
Um dia que se faça a história deste conturbado período, o filme que daí resulte pode ser visto sob diversas perspectivas e todas elas curiosas. Muito do que é complexo na natureza humana existe em doses elevadas nestas pequenas histórias que habitam este período da história.
Para além dos dois artistas acima, outros dois marcam o ar do tempo nestes dias pré Brexit, um Brexit que talvez nunca venha a existir: a desasada Theresa May que, há que reconhecer, tem a resiliência de uma verdadeira anta, e o indómito e preponderante John Bercow. Este recentíssimo vídeo, de há poucas horas, mostra bem a fibra de que ambos são feitos:
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Mas eu, neste vídeo, para além do meu (sobejamente conhecido) apreço por Bercow, sou forçada a reparar e invejar o colar de Theresa May. Que espectáculo. O que eu gostava de ter um colar assim. Mal empregado colar ali nela. Alguém saberá dizer-me onde se pode arranjar? Capaz de ser um belo presente para o meu próximo aniversário.
É isto que gosto no Parlamento britânico. Pode parecer um bando de crianças desordeiras, mas tem um código de conduta que não permite que ofensas sejam feitas (pelo menos explicitamente). Quem diga qhe outro membro mentiu é obrigado a retratar-se imediatamente e a retirar o que disse. Comparar isto com o Parlamento português onde frases como ‘O Primeiro Ministro mente’ foram ditas há poucos anos sem qualquer consequência ... assim como muitas mais atitudes que são um desrespeito à instituição e aos eleitores.
ResponderEliminarPS - e sim, a May tem uns belos colares.
ResponderEliminarOlá Lady Anny, Dame of Vaz con Cellos,
ResponderEliminarAinda hoje acabei de escrever sobre o espírito da coisa:
https://umjeitomanso.blogspot.com/2019/02/as-mamas-de-rachel-mana-mais-nova-de.html
a propósito na mana Rachel que tirou a blusa em directo num programa de televisão.
E tem toda a razão: no meio daquela baderna em que apupam, aplaudem, protestam, sai um epítoto fora da boa educação e leva ali uma admoestação de dar gosto. De facto, todos parecem saber onde estão as linhas vermelhas. Dá gosto, não dá?
Abraço, Lady Anne