domingo, janeiro 06, 2019

Resposta muito a sério ao Anónimo e 1/2


Diz o Caro Anónimo e 1/2, num comentário ao post seguinte, que eu também sou anónima. Homessa. O que é isso significa? Ignora o meu nome porquê? Não gosta e finge que desconhece? Não estou a perceber. É certo que é um nome um pouco atípico mas que posso eu fazer? Eu, por mim, até gosto, acho bonito; mas admito que não seja consensual. Agora daí a dizer que sou anónima... Que coisa, que desagradável. 

Agora uma coisa que me deixa ainda mais surpreendida é isso de dizer que fugi com o rabinho à seringa. É boa. Rabinho...? Disse rabinho...? Quanta ternura... Não o sabia assim, ternurento, dengosinho... De facto, quem vê fanfarrões não vê corações...


E ainda mais outra: seringa, doutor...? Seringa...? Mas isso é o quê? Está a querer brincar aos médicos comigo...? A sério...!? Ui... 

(Mas agora aqui só para nós: que pensamentos malandrecos esses, doutorzinho... Ná, ná, ná... Não me parece nada bem... nada, nada, nada bem...)


Mas, então, vamos lá a combinar uma coisa, Senhor Doutor: se é mesmo caso para injecção, faça favor de ir com calminha, ouviu?

Ou melhor, Doutorzinho, pensando bem, não será caso de aplicar antes a injecçaozinha a si próprio? Capaz de estar precisadinho, não...? E repare nos diminutivos, repare como estou a retribuir a ternurinha. 


Εντάξει, γιατρός, για τώρα, αυτό είναι όλο.

Cumprimentos desta que se assina,

                                                      Ujota Eme

NB: Há quem me trate por Santa Ujota Eme mas Santa não é nome, tem apenas a ver com a minha ocupação de espalhar o bem, tal como em Armado em Doutor Anónimo e 1/2 o Armado em Doutor tem apenas a ver com a sua actividade de pica miolos e não com uma opção de quem lhe deu nome ao nascer. Το πήρα;

7 comentários:

  1. Que ironia tão a despropósito.
    E com tanto bonequinho animado, não acredita na força das palavras?
    Esperava mais de si, seja lá qual for o seu nome.
    Rabinho foi uma delicadeza, pois segundo nos conta por aí... já não será tão inho assim.
    E a história dos anónimos não era para si, era para a JV (cujos comentários até aprecio bastante) e que estava tão indignada por eu ser anónimo e estar armado em doutor...
    Enfim, não interessa, mas eu até sou do seu partido. Agora aquela história de termos de "ensinar" o povo a votar lembra-me o tempo em que nas igrejas e nas escolas também gostavam de fazer isso - e não são lembranças nada boas.
    O povo tem de aprender à sua custa, é assim que tem de ser, para o bem e para o mal.
    Fique bem, senhora com nome de canção.
    Anónimo e 3/4

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  2. Olá Anónimo e 3/4,

    Pois, bem sei que a ironia não é o seu forte e, por isso, me apeteceu provocá-lo.

    Quanto a inho e não-inho uma coisa posso eu dizer, e isto em geral, em abstracto: não nos devemos fiar em tudo o que lemos.

    Agora quanto àquilo de 'ensinarmos' o povo a votar, repare que não é nada disso que preconizo até porque não me ponho de um lado contrário ao do 'povo'. Não me vejo como elite. O que penso é que todos temos que reflectir neste problema. Se é ter programas escolares, em todos os níveis do ensino, para ensinar a cultivar uma saudável democracia, se é ter-se campanhas de diversos tipos, se é suscitar-se discussão pública permanente isso não sei.

    Mas sei que não devemos deixar que a democracia seja devorada perante a nossa passividade, só porque achamos que mais vale que 'o povo tem que aprender à sua custa' ou só porque nem queremos pensar nisso não vá alguma das nossas ideias nos fazer lembrar tempos passados.

    Se quer a força das palavras, então tome lá com o Rimbaud:

    Par délicatesse
    J'ai perdu ma vie.


    Compreende?

    E uma semana feliz para si, Sr. Anónimo e 3/4!

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  3. Oui, Madame, je comprends très bien!
    O que não compreendo é essa histoire de não ser da élite, mas isso deve ser da minha oisive jeunesse...
    Dia feliz!

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  4. Oh la la, mon Cher, que vous ne parlez pas seulement le grecq, quelle bonne surprise... (e agora reparo como o meu francês está emperrado, há tanto tempo sem escrever que nem sei se esta simples interjeição não está cheia de erros),

    Queria eu dizer que estava a dizer povo não no sentido de 'povão' mas no sentido de população. Ou seja, toda a malta. Não estava a pôr-me num pedestal de pessoa evoluída com vontade de educar os 'ignorantes' mas no sentido em que acho que não podemos dar como adquirido que a democracia está para dar e durar e que, portanto, é melhor que se pense bem nisto e talvez que passe a haver formação cívica para a malta toda: populaça, betinhos, gente com pedigree ou, mesmo, aristocracia.

    Não sei se me faço entender.

    Uma boa semana a começar já por esta segunda-feira.



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  5. Está a ver como já estamos a convergir?
    Mais um bocadinho e estamos a dançar a valse à mille temps.
    Ensinar, sim, mas com o devido respeito pelas opiniões diferentes das nossas.
    E agora, embora fora do contexto, o seu marido tem razão: no Verão não se encontra estacionamento e as manhãs são quase sempre de nevoeiro.
    Mas quando o sol aparece é uma maravilha!
    Boa semana!

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  6. Oi Anónimo vezes 2

    Não se entusiasme. Une valse a mille temps...? Queria...! (Ainda se fosse um tango...)

    E não estou a convergir porque desde o momento zero que é o que penso. Sinto é muitas dúvidas sobre a forma eficiente de agir perante a sandice de quem constitui uma ameaça e, daí, achar que deve haver reflexáo sobre o assunto, Ou que deve ensinar-se a amar e respeitar os valores da democracia enquanto se está em idade escolar,

    O meu Caro é que é um pedante (mais do que isso: um pedante e 3/4) e acha que, lá por eu não ter aprendido grego, não posso exprimir-me de corpo inteiro, de frente, Se calhar, lá por não saber grego, já devia ficar caladinha, inibida de dar opinão.

    Mas, pronto, vá, desculpo-o. Essa de meter umas paroles em francès tem aquele je ne sais quoi de charme.

    Porte-se bem.

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  7. Bonjour Madame Chanson!

    Seja o tango, então, desde que dancemos para comemorar a Victoire...

    E não se preocupe, pas de problème: as laranjitas mecânicas já começaram a auto- destruir-se...
    Chega a dar pena.

    Joyeux Dimanche!
    Le Métèque

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