Bem. Se vos contasse o meu dia não acreditavam. Se amanhã me conseguir mexer só vos digo que é milagre. Uma coisa do além.
São quase onze horas e agora é que acabei de jantar.
Claro que já tratei da lida doméstica. O problema é que a lida doméstica começou tarde e más horas.
Uma loucura. Ao telefone agora com a minha filha, ouvi das boas, que somos malucos. Se calhar, somos.
Como estávamos no estado em que estávamos e como tinha roupa para lavar, roupa para arrumar, sopa e arroz de carne para fazer, pagamentos a fazer e unhas a pintar, achámos que o melhor era mandarmos vir uma piza. Mandámos. Com a chuva e provavelmente com muita procura, chegou hora e meia depois do pedido. Já meio fria mas boa e, além disso, tanta a fomeca, que marchou que nem ginjas.
Mas isto para dizer que, ao sentar-me agora aqui na minha sala (que está como nova!), liguei a televisão e dei com uma cegada, gente mal disposta, meninas birrentas, um pobre de óculos que, penso que na lua de mel, até chorou tal foi o destrato a que a briguenta da mulher o sujeitou, psicólogos ou sei lá quem a darem música aos casais... e fiquei a perceber que afinal aquilo dos casamentos não é one time shot. Não tinha percebido: pensei que o objectivo era uma equipa polivalente descobrir o par certo entre os candidatos e que a coisa se extinguia com o casamento ou, no máximo, que talvez houvesse algum ponto de situação ao fim de algum tempo. Mas não: dá ideia que as câmaras andam sempre atrás deles, gravam as conversas, uma coisa invasiva. Um reality show.
Uma coisa estranha. Já achava extraordinário -- mas não censurável, aliás, até curioso -- que as pessoas escolhessem este método para arranjarem parceiro mas agora acho um bocado estranho que aceitem sujeitar-se a uma coisa como esta. Uma pessoa expor-se desta forma, expor a sua intimidade, as suas inseguranças...? Que coisa tão, tão estranha.
Por vezes, tantas e tantas são as situações em que me sinto fora deste mundo, que até tenho que me esforçar para não ficar a pensar que tenho alguma pancada.
Sobre Tancos não consigo dizer nada a não ser que tanta tramóia num milieu que devia estar reservado a gente séria também me deixa a pensar que tudo aquilo é tão estranho que, na volta, eu é que não tenho QI que chegue para compreender que forrobodó é aquele. Não seria de também transformarem aquela cena num reality show para a gente acompanhar em directo as traições, as aldrabices, os conluios, as ratices, as fofocas, as rasteiras, as facadas nas costas?
Ó Professor Marcelo, Presidente, pense lá nisso. Mande distribuir microfones e ponha a malta dos Big Brothers desta vida a seguir os GNR de Loulé ou do Vale da Gatinha, a PJ, a PJM, o SIS, os sargentos, capitães, generais e tutti quanti, a ver se conseguimos perceber alguma coisa desta história mal contada. Pode ser?
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Sobre Tancos não consigo dizer nada a não ser que tanta tramóia num milieu que devia estar reservado a gente séria também me deixa a pensar que tudo aquilo é tão estranho que, na volta, eu é que não tenho QI que chegue para compreender que forrobodó é aquele. Não seria de também transformarem aquela cena num reality show para a gente acompanhar em directo as traições, as aldrabices, os conluios, as ratices, as fofocas, as rasteiras, as facadas nas costas?
Ó Professor Marcelo, Presidente, pense lá nisso. Mande distribuir microfones e ponha a malta dos Big Brothers desta vida a seguir os GNR de Loulé ou do Vale da Gatinha, a PJ, a PJM, o SIS, os sargentos, capitães, generais e tutti quanti, a ver se conseguimos perceber alguma coisa desta história mal contada. Pode ser?
Bom Dia
ResponderEliminarÉ uma sensação de triunfo quando vemos a nossa obra concluída. Parece que por muito trabalho que dê não nos cansa.Parabéns.
Já me tinham falado nesses casamentos, mas é pouca a paciência para ver a humanidade enlouquecer cada vez mais depressa. Com tantas coisas boas e saudáveis para se viver, perde-se tempo com fantasias para que o comum dos mortais não pense no verdadeiramente importante desta sociedade. Ou então sou eu que tenho falta de sentido de humor.
A Justiça está pela hora da morte, os juízes mandam em liberdade traficantes, assassinos, gatunos, corruptos que na primeira oportunidade fazem pior do que aquilo que os levou a tribunal. Deixam que os mesmos gozem descaradamente com quem está na policia numa luta pelo bem comum. E depois há as "capelinhas"onde cada um reina a seu belo prazer indiferente a leis e normas, exemplos não faltam como a novela mal amanhada de Tancos. Que vergonha!
Desculpe, já chega de desabafos.
Um beijinho e votos de uma boa semana livre de obrigaçoes por vezes evitaveis mas desgastantes.
Olá Pôr do Sol,
ResponderEliminarBem verdade o que escreveu e a assentar como uma luva ao que hoje tenho estado a escrever. Este mundo está a virar um lugar perigoso, onde há muito espaço para a estupidez e pouco para a esperança.
Não tem nada que pedir desculpa, gostei muito de ler os seus 'desabafos'.
Esperemos é que os nossos pimentinhas (e desculpe estar a incluir a sua meninininha no grupo dos 'nossos pimentinhas') encontrem um mundo mais limpo e saudável quando chegar a vez de formarem as suas famílias.
Um beijinho, Sol Nascente, e uma semana boa, com saúde e alegria.