Não vi, não ouvi. Cheguei a casa quase às nove da noite, mais saturada que sei lá o quê. Pelo caminho, não apenas vim a fazer os meus telefonemas diários como a ouvir música. Foi o meu marido que me contou. Sendo pessoa que, com facilidade usa o vernáculo quando em ambiente informal, estava incomodado com a falta de decoro do líder parlamentar do PSD bem como com as intervenções de outros elementos da bancada laranja. Depois, ao passar de raspão pelo Santana Lopes, vi-o, todo ele frescuras a mostrar agastamento pelas maneiras do seu antigo correlegionário. Fui agora espreitar as notícias e, de facto, pelo que leio confirmo que o PSD está mesmo a desaderir do seu eleitorado e a cavar um fosso entre eles e os portugueses bem formados e bem educados.
Poderia aqui contar umas coisinhas, vividas na primeira pessoa, com uma das personagens referidas nas notícias e até, mais recentemente, de uma cartinha dele. Ainda me lembro do meu cunhado que, nesse dia cá estava e com quem comentei a epístola, a ter lido e ter dito que às vezes de reencontros assim nasce um grande amor. Mas não aconteceu porque obviamente jamais aconteceria e porque não houve o reencontro ali sugerido. Mas isso também não é para aqui chamado até porque na altura a minha ideia dele não era exactamente a mesma que é hoje e porque de episódios pessoais não se constroem histórias colectivas.
O que sei é que, ao mesmo tempo, é uma pena e uma preocupação que não haja uma oposição decente e consistente. Embora eu seja apoiante deste Governo, considero que um regime democrático se fortalece com uma oposição inteligente e sensata. A sua ausência abre portas a movimentos populistas cujas consequências estão bem patentes por todo o lado e de que a vitória de Bolsonaro é apenas o último e caricato exemplo.
Portanto, não me apetecendo alongar-me mais sobre mais esta desastrosa performance do partido de Rui Rio e Fernando Negrão, passo a Mr. Bean. Não está no Parlamento mas, sim, num avião. E tem graça e é educado e simpático. Mas há ali qualquer coisa que me faz relacionar o vídeo com o comportamento da bancada laranja, a começar pelo seu inconveniente líder.
Também ainda não vi número, mas deve ser divinal.
ResponderEliminarO PSD com a sua vocação de "pega-tudo" (sim, há quem se diga de centro-esquerda), claro que tem muita gente educada e com valor, mas sempre me pareceu bastante levado a toques de populismo e com vocação para a má língua e barracada.
Como não conheci outro PSD que não o do cavaquismo (nasci precisamente no ano da primeira maioria absoluta do Rei Mariani), é esta a impressão que tenho, de qualquer modo eu já devo ter nascido de esquerda, por isso nunca fui à bola com o PPD.
Calculo que Sá Carneiro, Magalhães Mota, Mota Pinto, Sousa Franco se devam rebolar nos túmulos (é certo que Magalhães Mota e Sousa Franco deram o salto cedo com a ASDI).
A UJM atenta uma questão central, a radicalização do dito centro-direita abre as portas à extrema direita, visto que a última acirra ideários que muita gente alinhada com as direitas tradicionais sempre teve, mas mantinha-os em privado.
Um abraço e bela 4a.feira.
E obrigado pelo grande Bean.
ResponderEliminarAbraço.