Neste dia quente e cheio de afazeres que é um breve interregno entre festas e aniversários, acordei com despertador às sete e tal e, mal pus o pé no chão, já estava a receber sms, com informações de que estava à espera. Entretanto, já despachei alguns dos primeiros compromissos e estou prestes a seguir para os próximos. A gente habitua-se a viver nestes ritmos e já parecem normais. E, pelo meio, cada espaço de pouco tempo, é vivido como se houvesse todo o tempo do mundo.
Falei no outro dia com uma pessoa que tinha uma vida idêntica a minha. Até que resolveu parar. Desligou-se há umas semanas. Diz que ainda está com a sensação de que está apenas de férias mas que já tem planos para o mês pós férias. Diz que vai arranjar ocupação que lhe agrade e senti-a inteira e a começar uma vida nova.
Há ideias que começam a fazer o seu caminho dentro de mim. Por vezes são interrompidas pela força torrencial das circunstâncias mas alguma coisa sempre cá fica, latente.
Está outra vez muito calor. Se isto vai passar a ser o novo padrão, temperaturas extremas, no limiar da suportabilidade, seria bom que a sustentabilidade não só do planeta mas também da própria espécie humana passassem para a ordem do dia, para tema prioritário. Podemos pensar que a extinção não estará em perspectiva no nosso horizonte temporal mas é irresponsável não pensar nas gerações que nos sucederão.
As gentes intelectualmente honestas e que tenham em si a presciência de antever a linha destrutiva que inevitavelmente levará ao fim têm por obrigação levantar-se, unir-se e estudar a forma de o travar.
A democracia pura não subsistirá num mundo em que o populismo avança imparavelmente a cavalo nas redes socias desreguladas e numa comunicação social apeada dos seus mais nobres propósitos. São os fundamentos da democracia que têm que ser repensados.
Idiotas com Trump e tantos outros que pelo mundo afora pululam não deveriam nunca conseguir chegar onde estão -- e mecanismos para o prevenir têm que ser encontrados. É obrigação de quem sabe pensar, que diga o que pensa e que abdique do seu comodismo para lutar a favor da defesa mais profunda dos pilares da democracia, da defesa do planeta, da defesa da liberdade e da qualidade de vida para as gerações vindouras.
Em alguns lugares da Australia, de tão seca, a terra começa a abrir. Há zonas do globo que escaldam: de calor, de pobreza, de ingovernabilidade. Migrações envoltas em tragédias humanitárias, fenómenos extremos, incêndios que parecem tornados de fogo -- e, em simultâneo, meio mundo continua sem ver o que se passa, sem se preocupar, entregue à sua vidinha, às suas selfies, à sua conta de Instagram ou de Facebook ou entregue a discussões fúteis.
A primeira fotografia é de um lugar que parece não ser do mesmo mundo que as restantes. Mas é. Há paraísos que, se não forem preservados, serão perdidos. Lobos, pássaros, frescura, árvores, silêncio, rios saudáveis, mares férteis, paz, crianças felizes, palavras que transportem tranquilidade -- assim deveria ser o futuro. Nada disto deveria ser encarado como o cenário idílico de um passado nostálgico.
A primeira fotografia é de um lugar que parece não ser do mesmo mundo que as restantes. Mas é. Há paraísos que, se não forem preservados, serão perdidos. Lobos, pássaros, frescura, árvores, silêncio, rios saudáveis, mares férteis, paz, crianças felizes, palavras que transportem tranquilidade -- assim deveria ser o futuro. Nada disto deveria ser encarado como o cenário idílico de um passado nostálgico.
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E agora tenho que me ir porque os deveres me chamam.
Mas, antes, deixo-vos com imagens de lugares que ainda mostram o que deveríamos preservar religiosamente
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