Já aqui no outro dia falei de como é lidar com a leva de millennials que chega ao mundo do trabalho e, de caminho, partilhei um vídeo no qual Simon Sinek fala sobre os traços mais determinantes desta camada da população.
Ora bem. O algoritmo do YouTube, rapaz esperto e que me topa a léguas, apareceu para me desafiar. Hoje tinha para me sugerir um vídeo que me fez sorrir: 'The other millennials'.
De facto, existem outros. E nisto, quando se generaliza, não se pretende que seja tudo clone uns dos outros. Está apenas a falar-se em traços largos e, obviamente, sabe-se que há excepções e gradações. Nem todos são egoístas, auto-centrados, adolescentes até aos trinta e muitos.
Mas o que o Youtube tinha para me sugerir é mesmo o reverso disto: o despojamento total.
Também me parece estranho o que aqui vejo. Acho até desolador. Imagino a tristeza dos pais destes jovens que vagueiam sem tecto, que vivem da caridade alheia.
Mas é o mundo em que vivemos.
Queiram ver. Do The New Yorker - The Other Millennials
Ao fim do dia, íamos para a praia quando ouvimos, na rádio, a surpreendente notícia: Marcelo tinha ido ter com a tiazona do PSD para lhe dar uma palavra de apoio. Ficámos estupefactos. Ambos: 'Passou-se?! O Marcelo foi apoiar a Teresa Leal Coelho?! Como é que é possível?!?!'. Mas, acto contínuo, caímos em nós: 'O Marcelo não é parvo, não ia cair nesta'. Os jornalistas continuavam a noticiar e nós: 'Não, o Marcelo não ia espalhar-se ao comprido desta boa maneira... A história está mal contada.'
Chegados a casa e eu ao meu sofá de estimação, ligo o computador e cá estava o desmentido de Belém, um valente tabefe na Leal ao Coelho: Qual apoio? Estava Marcelo no trânsito, passa a Tia Leal ao Coelho que vendo-o, atravessou a rua para ir cumprimentá-lo. Apoio isso? Qual apoio? Zero apoio.
E pimbas. Como se o caldo não estivesse já entornado, eis que a pouco inteligente criatura, julgando que a malta tem um QI alinhado pelo do láparo, se sai com uma esperteza saloia. Como a malta não é assim tão burra, o que aconteceu é que olhou para ela e o que viu foi a fina criatura a dar mais um tiro no pé. Só que, com a falta de discernimento que tão bem se lhe conhece, o resultado foi que a madama falhou a pontaria e acertou, de vez, no já defunto político que por aí anda exibindo a sua proverbial burrice e o seu igualmente famoso ressabiamento. 'O tiro foi bem na testa, não matará mais criancinhas nos caminhos da floresta', consta que logo concluíram os caciques laranjas, satisfeitos por o enterro do seu fraco líder estar próximo.
No domingo todos encomendarão a sua alma ao seu amigo diabo e o aparelho haverá de se preparar para saltar a pés juntos em cima da tumba (metaforicamente falando, claro está).
E eu, que não faço nem nunca fiz parte da família nem gosto de nada que tenha que ver com cenas mórbidas, com vossa licença não vou participar no velório do láparo.
Assim, tenho andado por aqui a passarinhar, flanado sobre danças e artes, e, nessa divagação, dei com um vídeo supimpa. Partilho-o convosco. Maravilha.
Sou maternal desde que me conheço. O que eu pedia para ter irmãos... O que eu gostava dos meus primos mais novos... Tomava conta deles com a responsabilidade de uma pequena mãe. O que sempre gostei de bebés... Tanto, tanto. Às vezes, ia para casa de uns vizinhos dos meus pais. Os vizinhos tinham uma padaria com um grande forno de lenha e estavam fora todo o dia. Eram uma simpatia. Era o vizinho padeiro e a vizinha padeira. Tinham uma filha que ficava em casa. O marido dela estava no Ultramar. Dedicava-se à costura. Creio que costurava para ela ou para a casa. Não devia trabalhar para fora pois não me lembro de lá ver clientes. Tinha uma filha bebé. Quando não andava a brincar na rua, eu gostava de ir para casa deles. Gostava de vê-la com os alfinetes, alguns na boca. E, sobretudo, gostava de tomar conta da bebé. Tenho ideia que uma vez o marido veio passar férias. Se calhar veio mais que uma vez mas não sei dizer. Era um homem silencioso. Tempos depois nasceu um menino, que viria a revelar-se igualmente silencioso. Também gostava de tomar conta dele mas, ao contrário da irmã, que era uma criança buliçosa, ele era introvertido, sempre caladinho.
Os vizinhos padeiros já morreram há algum tempo. O marido da filha também já morreu. A bebé fez-se uma mulher divertida, já tem filhos e foi viver para as ilhas. O rapaz é agora um homem magro, sempre tímido e vive com a mãe. Vejo-os, às vezes, quando vou a casa dos meus pais.
E isto agora não vem a propósito pois eu estava a falar era dos meus instintos maternais. Quando era miúda, não via a hora de estar grávida. Gostava de brincar às mamãs. Estava grávida, tinha bebés. Claro que, mal a vida se equilibrou minimamente, tratei logo disso (tratei não: tratámos). Pelo meio dos vintes já cá tinha os meus filhos. E ainda tenho pena de não ter tido família por perto para me darem alguma ajuda e eu poder ter mais uns quantos. Adorava ter tido uma casa cheia de filhos. Imaginava-os correndo, brincando, sentados na sala. Agora, entre filhos e netos, já consegui a tal casa cheia -- e penso muitas vezes que, se tivesse tido a tal meia dúzia de crianças e todos se reproduzissem como estes, havia de ser uma festa quando cá se juntassem todos. Não havia mesa que chegasse para todos se sentarem à sua volta.
Já o contei muitas vezes: não é apenas o amor que sempre senti pelos meus filhos, é também o prazer de ser mãe. Prazer mesmo. E é a empatia com crianças pequenas. Vejo um bebé e apetece-me brincar com ele, pegar-lhe ao colo. Uma criança mais crescida e apetece-me conversar, ensinar, deixar-me encantar com o que dizem.
E penso que é por tudo isto que fico doente, mas doente mesmo, se vejo alguém tratar mal uma criança. É coisa que praticamente não controlo. Passo-me. Não suporto. Mesmo se vejo os meus filhos zangarem-se com os pimentinhas já eu fico incomodada, com vontade de lhes dizer que não falem assim com os miúdos. Contenho-me (até porque, racionalmente, reconheço que têm razão) mas fico atravessada. Se na rua ouço alguém a gritar com uma criança tenho que me dominar para não ir impedir.
No outro dia, ao lusco-fusco, vimos uma menina quase bebé sozinha no carro. Sozinha e, coitadinha, com ar assustado. Fui logo a uma farmácia que ali estava para ver se lá estava a mãe pois só me ocorreu que a criança estivesse com febre, sem poder apanhar frio, e que a mãe tivesse ido numa corrida comprar medicamentos. Não estava. Voltei para perto do carro, pronta para intervir. Eu e o meu marido. Nisto chegou a mãe, uma brasileira afobada que vinha do café. O meu marido disse-lhe 'Não é boa ideia deixar a criança sozinha no carro'. E ela toda empinada: 'E o que é que tu tem a ver com isso?'. Eu e o meu marido dissemos que é perigoso deixar uma criança sozinha no carro e ainda por cima já de noite. E ela toda empertigada: 'Eu é que sou a mãe. Não se mete nisso'. O meu marido já a levantar-lhe um bocado a voz: 'Estou a dizer-lhe que não foi boa ideia deixar a sua filha sozinha no carro!'. Viemo-nos embora mas arreliados. Se ela não tivesse aparecido, tinha chamado a polícia e teria tentado tirar a criança do carro. Fico varada com coisas assim.
Imagine-se, então, quando sei de maus tratos. Pior, mil vezes pior, se se tratar de violações. Fico arrasada. É coisa que não entra na minha cabeça. O sofrimento de uma criança que seja violada é de uma dimensão que não consigo sequer avaliar. Sofrimento, vergonha, humilhação, desespero.
Custou-me ouvir o testemunho de James Rhodes. Hesitei em trazer de novo aqui este tema. Mas acho que é importante que se fale nestas situações para que quem também passa por isto se encha de coragem e denuncie os agressores. E exorcise as vergonhas e medos e procure o apaziguamento.
'This is child rape - let's call it what it is': James Rhodes
Li no DN sobre um pianista de que nunca tinha ouvido falar. Li e fiquei um bocado impressionada.
Fui ouvi-lo e fiquei ainda mais impressionada. Fui à procura de mais notícias sobre o livro que escreveu, calhou ser no The Guardian, e voltei a ficar impressionada. Voltei ao YouTube.
Daquelas pessoas que teve uma vida atormentada. Talvez ainda tenha, não sei. Alguma coisa na vida de James Rhodes fez com que descarrilasse e que, durante grande parte da sua vida, descesse aos infernos. Disse 'alguma coisa' mas não foi coisa pouca. Aos seis anos foi violado por um professor, foi rasgado, teve que ser operado e cosido por dentro e por fora, teve depressões, foi alcoólico, drogado, automutilou-se, tentou suicidar-se. Tudo o que de mau se possa pensar fez parte da sua vida.
A ex-mulher tentou evitar a publicação do livro temendo o efeito daquelas revelações se o filho o lesse. Mas o livro foi autorizado. Diz ele que o livro é uma carta de amor ao filho.
Fico a pensar. Se fosse com os meus filhos eu também tentaria protegê-los. Não quereria que soubessem de todo o sofrimento por que o pai tinha passado. E, no entanto, não sei. Perante situações tão difíceis e tão melindrosas nunca sei o que é melhor.
E fico a pensar em James Rhodes e na sua vida tão à beira do precipício e na coragem que é precisa para assim se expor. Nem consigo imaginar.
E, apesar disso, que extraordinário pianista. Que maravilha estar aqui a ouvi-lo enquanto escrevo.
J S Bach arr. F Busoni Chaconne in D minor (James Rhodes, piano)
Music and the inner self | James Rhodes | TEDxMadrid
Isto agora está tudo profissionalizado. Por exemplo, uma reunião. Até não há muito tempo, quem tinha que tratar de uma reunião tratava. Muita ou pouca gente, mais ou menos trabalho. Agora não. Quem tem que tratar, contrata quem o faça. E uma reunião passou a ser um happening. Claro que não todas mas algumas. No outro dia, ao chegar a uma, parecia eu que ia para uma festa da Caras. Painéis e um fotógrafo que nos punha à frente do painel e nos fotografava. E fazia grupos, diziam ba-ta-ta e diziam para nos rirmos e... pumba, flashada para cima. E havia cocktail volante e palcozinhos entre as árvores. E, no meio do jantar, houve prelecções imprevistas e para a noite houve dança e bar aberto e, portanto, não sei se estão a ver. E havia fotógrafos e fazedores de filmes, tudo ultra eficiente.
Dentro de pouco tempo vou a uma outra destas cenas. E nova ultra produção deve estar a ser preparada pois já nos começaram a mandar coisas. No outro dia, estava eu naquelas minhas pseudo-férias, recebo um mail a dizer que abrisse o link e respondesse a umas perguntas. No meio das trapalhadas, não o fiz e nem mais me lembrei disso. Dias depois, novo mail a dizer que era o último dia, que era importante e que não demorava mais que uns minutos. Nesse dia eu estava sem cabeça para o que quer que fosse. Olhava para as perguntas e não sabia o que responder. Ainda por cima era o tipo de pergunta a que costumo recusar-me a responder. Mas uma coisa é a gente, em conversa, explicar a razão da recusa ou, em texto folgado, dissertar em volta disso -- e outra, bem diferente, é ter um espaço mínimo para responder e aquilo não aceitar não-respostas. Portanto, em sofrimento e muito contrariada, lá respondi o que me veio à cabeça.
Uma pergunta inquiria qual o meu filme preferido. Devem depois fazer algum filme ou arranjar surpresas com base nisso. Completamente esvaída, lá escrevi o nome de um de que gostei mas do qual, em consciência, não poderei dizer que foi o melhor de entre os melhores. E, tal como com outras perguntas abrangentes para redutoras respostas, fiquei contrariada. Entretanto, fiquei a pensar. Tinha que poder elencar uns quantos para me sentir confortável na resposta. E um deles seria, sem dúvida, 'A vida dos outros'. Aquela invisível fronteira entre o bom e o mau, entre o claro e o escuro -- que tanto me fascina.
Por exemplo, tenho um colega que é o maior traste. O maior. Horrível criatura. Acho que mente já sem dar por isso e acho que não se ensaia nada em prejudicar quem calha e fico com a sensação que nem se apercebe do mal que faz. Não o posso ver nem pintado. E, no entanto, reconheço que, em determinadas circunstâncias ou, pelo menos na aparência, tem graça e parece demonstrar genuína franqueza conseguindo eu, nessas alturas, conversar normalmente com ele.
Na verdade, todos nós somos feitos de nuances e a mesma circunstância pode desencadear reacções antagónicas em diferentes pessoas. O mal não é óbvio nem facilmente reconhecível e os maus não têm caras de monstros. E podem ser maus para uns e amorosos para outros.
Tenho também constatado que a exposição a situações recorrentes de maldade, cria em nós uma quase habituação. E, com a habituação vem a tolerância. É um processo quase inconsciente. E se eu, indignada, perguntar. 'Mas por que raio fez isso?' as pessoas olhar-me-ão, espantadas, e dirão que o fizeram apenas porque sim. Já nem pensam. Fazem o que lhes parece normal. Hannah Arendt falou muito bem disso. A banalização do mal.
O filme narra a história de um agente da Stasi, a polícia política da República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) chamado Gerd Wiesler (interpretado por Ulrich Mühe, falecido em 2007) que se envolve num serviço de escutas clandestinas do apartamento de um casal da cena cultural de Berlim Oriental, o escritor Georg Dreyman (Sebastian Koch) e a atriz Christa-Maria Sieland (Martina Gedeck). Mais tarde, ele se vê envolvido na vida do casal e tem um papel decisivo em seus destinos.
E lembrei-me agora de escrever isto depois de ter começado a ler o livro Uma Vida Alemã sobre Brunilde Pomsel, a antiga secretária de Goebbels (que morreu este anos com 106 anos). O livro regista as memórias dela e, sobre esse registo, leio que foi também produzido um documentário. E é espantoso. É tudo espantoso. A banalização do mal entorpece.
Agora que a Alemanha acabou de eleger para o seu Parlamento um bando de nacionalistas, acho que tudo isto e, em especial a nossa própria natureza, deveriam merecer alguma reflexão -- até porque os outros somos nós.
Há coisas que não se percebem. Às vezes parece que adivinho coisas. Acontece e as pessoas pasmam. Até eu às vezes me assusto um pouco. Por vezes penso que é mera coincdência. Outras que é a materialização das inexplicabilidades que me habitam. Mas é só de vez em quando e é sem querer. A pedido, não. Por isso esse meu bizarro dom nunca pode ser rentabilizado. Mais: quando vejo alguém a adivinhar coisas fico espantada, não faço ideia de como conseguem. Presumo que seja magia, coisas na base dos truques. E, no entanto, parece mesmo que não.
De Lior Suchard diz-se qe é o maior (ou melhor?) mentalista do mundo.
Vejam-no, por favor, no programa de James Corden. É impressionante. Lior Suchard. Fixem o nome.
Só para explicar. A semana ainda nem a meio vai e eu já tive a minha dose. Isto de reuniões sem dar tréguas, sem tempo para me preparar, e importantes, e ter que ir para elas apanhando a substância da coisa on the fly, e pelo meio ter que fazer tretas e mais tretas, e ainda ter que aturar gente complicada ou em mau estado psicológico e, en passant, ter que andar de um lado para o outro e, ainda por cima, saber que até que o bendito feriado da semana que vem me chegue vai ser assim em contínuo... dá-me uma canseira que não consigo aqui explicar.
E estou aqui varada de sono e a pensar que vou ter -- já, já -- que me levantar de madrugada porque há senhores por demais executivos que acham que macho-alfa que se preze tem que ter hábitos de galinha, e tudo bem não fora eu estar mais para fêmea-vénus do que para macho-alfa. Gostam. Gostam de marcar reuniões de madrugada, à hora de almoço, a começar às cinco da tarde para acabarem quando acabarem, na véspera de um feriado ou no dia a seguir, tudo para provarem que não estão nem aí para uma folguinha ou para um lero-lero e que um pequeno ócio, então, nem pensar. E eu que gosto tanto de pensar que tenho vida própria... e a ter que me alinhar com eles. Protesto, mando bocas. Mas sou uma entre não sei quantos galfarrros. Por isso, que venham as quotas. Enfim. E já que estou numa de desabafos. Cansa-me também quando depois das dez da noite ou às dez da manhã de domingo recebo mails a perguntar se estou disponível para reuniões durante a semana. Não respondo. Mas às vezes tenho mesmo que responder. Mas fico animicamente fatigada.^
Resumindo: fico sem paciência para falar de relatórios feitos por fantasmas. Um ghostwriter a tomar conta das notícias e dos comentários parece-me coisa sem grande lógica. Claro que não li o Expresso. É lugar que me vejo forçada a frequentar cada vez menos. Covil de boateiros, coito de autores por conta (sendo que aqui quem pagará conta se esconde atrás de interesses pouco confessáveis). Não tenho paciência. Um alegado pateta qualquer, daqueles que alegadamente gosta de se armar ao pingarelho, deu-lhe para fazer uma redacção a elencar alegados cenários bélico-metafísicos. Cenário 1: as armas foram roubadas pelo Kim Jong-un para as mandar numa série de foguetes para a lua. Cenário 2: as armas foram para os amigos do Trump de Loures. Cenário 3: as armas foram para os do exército de Napoleão. Cenário 4: as armas foram para os alegados jihadistas de Angola. Cenário 5: as armas foram para Hollywood. Cenário 6: as armas estão escondidas até o Marcelo receber os três ramos. Cenário 7: as armas foram para a patrona da Ordem dos Enfermeiros que ela tem a mania das grandezas e quer negociar devidamente armada. Cenário 8: as armas foram para Rio Maior para um just in case em que as mocas não cheguem para todos. Cenário 10: as armas nunca existiram de facto, era tudo uma ilusão levada a cabo por Luís de Matos. E vai daí, 1ª página do Expresso e, logo, logo, o presciente láparo a cavalo no fantasma. E a SIC e todos os seus alegados jornalistas e demais comentadores a comentarem os urros do láparo e os salpicos que a ejaculação do fantasma espalhou nas lapelas das hostes laranjas -- e todo um frenesim se formou. Há relatório? Foi alguém bom da cabeça que o fez? Foi um espião na reserva? Foi a vizinha da esquina? Foi mesmo um fantasma encartado? Um noir? Quem...? Quem...? E, sem surpresa, a resposta é a de sempre nestas circunstâncias: Ninguém...
Portanto, dizer o que sobre isto...? Nada. A coisa não me diz nada e, é claro, não fui alvejada por nenhum salpico (que não sou parva de me pôr a jeito). Estou limpa. Portanto comentar o quê? Que o láparo anda nisto? Que aos candidatos a suicidados agora juntou os espiões-fantasmas? Não posso. Sou uma alma caridosa. Não gosto de tripudiar em cima de falecidos políticos. Tempos houve em gostava de coelho à caçador. Agora nem isso. Incapaz de papar coelhos.
Ou então discutir se a Cristas bate a Leal ao Coelho ou vice-versa...? Também não. Comentar as não-ideias de duas cabeçolas cheias de vento não é coisa que me assista. Ou vir para aqui gargalhar até às lágrimas com o Rangel a dar ainda mais cabo da vida da Leal ao Coelho? Não. Não me peçam isso. Posso parecer tão santa quanto a mais santa das santas mas, vão por mim, sou é mesmo uma pecadora. Por isso, esfarrapar o meu espírito só para fazer a vontade àqueles de vós que aqui vêm na esperança de me ver a desancar nas indigências políticas que por aí andam arrastando tristes cadáveres políticos... não... isso não é comigo.
Ou pôr-me para aqui a rasgar as vestes porque o Isaltino deve voltar a ser escolhido porque as pessoas querem lá saber de causas ou de éticas ou dessas cenas que incendeiam blogs e faces e instas mas que são espuma a que ninguém oferece voto? Ná... estou cansada dessas frioleiras líricas que escamoteiam a verdadeira alma de quem escolhe. Mais do que fartinha de saber que a malta quer é um mundo governado por isaltinos estou eu.
A sério.
Na televisão o Pedro Adão e Silva, o Rui Tavares e o Norton a falarem destas coisas. Nem dois minutos. Repetem-se, andam em círculo. Posso estar meses sem os ver que, quando voltar, vai-me parecer que estão a falar da mesma coisa. E, quem diz estes, diz os outros.
Não tenho pachorra.
Por isso não tendo nada que me motive e, sonolenta como estou, incapaz de ir seleccionar fotografias e mostrar coisas bonitas ou ir saracotear a minha beleza pelas ruas dos onlines, com o vosso perdão, ficarei por aqui.
É feio, eu sei, maçar a vossa inteligência para chegar aqui e nada, coisa nenhuma. Mas, acreditem, sou humana, um imperfeito exemplar do tipo manuel germano (ou descodificando para quem não conhece o trocadilho: do género humano). Quando não há nada para dizer o melhor é fazer isto: ficar calada. Tal como acabei de fazer. Caladinha, caladinha.
Ontem estiveram a mostrar-me umas coisas relacionadas com Voluntariado. Questionei a utilidade daquilo. E, no entanto, pelas imagens, vi que os voluntários estavam felizes da vida. Eu até tive formação em gestão de programas de voluntariado e cheguei a participar numa iniciativa. Mas desisti. Ou é uma coisa integrada num contexto que me pareça fazer sentido ou, se é para gratificação pessoal ou para fazer número, tenho mais que fazer. Tenho para mim que ainda hei-de dar muito de mim a quem precisa mas, se assim for, será de uma forma que eu sinta que faz verdadeiramente a diferença.
Mas isto para dizer que há mil maneiras de se ser útil aos outros. E muitas delas vão muito para além das mais banais. Claro que em primeiro lugar, em termos de relevância, estarão sempre as que se prendem com ajuda na satisfação de necessidades básicas. Mas depois há outras. Chamemos-lhe acções de voluntariado ou trabalhos pro bono em prol da sociedade.
Por exemplo, desde que aprovado pela autarquia, penso que formas artísticas ou divertidas de dar vida a objectos de utilidade urbana nos quais ninguém repara é coisa que pode ser levada a cabo a bem da boa disposição dos concidadãos.
Os exemplos que aqui mostro são de dois artistas brasileiros e não sei se o fazem apenas pelo gosto ou se alguém lhes encomenda e paga o trabalho. Mas aqui fica a ideia para quem tenha vontade de dar graça ao lugar onde vive. Nas horas livres, sozinho ou em grupo, desde que autorizado, aqui fica a ideia: surpreender os vizinhos e os passeantes com imagens engraçadas.
A dupla de que aqui mostro os trabalhos é composta por Anderson Augusto e Leonardo Delafuente que se intitulam 6emeia Project. Pintam também bancos de jardim, tampas de esgoto, portas de quadros eléctricos. Mas, para hoje, aqui, mostro sobretudo pinturas no passeio junto a sarjetas.
Lá está. Pode ser que seja eu que esteja já fora de prazo. Não curto. fazer o quê? Não curto, não curto.
Quando ninguém usava tatuagens e não havia onde as fazer, queria eu ter um botão de rosa carmim sobre um seio. Depois, temendo que fosse complicado, já admitia que fosse mais acima, algures sobre o coração. Quiçá, até, entre o coração e o ombro. Depois, como já aqui o referi, temendo que, com o passar do tempo, a pele enrugasse e a rosa perdesse o viço, imaginei-a nas costas, sobre uma omoplata. Mas não sabia onde concretizar. O tempo foi passando. A minha filha ia perguntando pela rosa tatuada. O meu marido incentivava. O mais que me aventurei foi a pôr um piercing. Só um. Ainda o uso. Coisa feita em condições, tipo seringa à pressão, numa ourivesaria. Depois começaram a aparecer uns lugares para as tatuagens, uma espécie de lojecas, coisa que me parecia manhosa, pouco asseada. Agulhas, tintas... tudo aplicado por um cabeludo mal amanhado...? Ná... E o tempo sempre passando. Até que veio a moda. Tattoos para todos os gostos. Programas na televisão. Uma praga. E agora não há cão nem gato que não se pinte de alto a baixo, flausinas cheias de caveiras, letras chinesas, mensagens cifradas, malandrecos com carros de corrida, serpentes, bichos suspeitos. Ná... agora é que não é mesmo para mim.
No outro dia cruzei-me com uma mulher gorda, meia idade, vestida de garina, tshirt surreal, saia curta e justa, ténis de fantasia meio brilhantes, cabelos com madeixas cor de rosa e, claro, com uma hera com bicharada trepando-lhe pelo anafado pernão. Intuí que se achasse o máximo e, se calhar, até estava melhor assim do que antes. Tudo depende do ponto de partida. Enfim. E no outro dia descobri que um colaborador meu que costumo ver de camisa e casaco tem uns bíceps de impor respeito e, para alegrar, cobertos por artísticos desenhos. Ao deparar com tão insólita descoberta, ia comentar mas não consegui imaginar nada politicamente correcto para verbalizar. Depois ouvi outras a dizerem-lhe que tem que ir assim para o trabalho. Ele sorriu, orgulhoso do impacto que tinha causado. Pudera.
Esta imagem não tem nada a ver e eu, se tivesse juízo,
não a colocaria aqui.
(Mas hoje estou assim. Não me recomendo)
Sobre um outro avisaram-me: 'quando estiver com ele, veja lá... controle-se...' Parece que anda apaixonado por uma colega e não se sabe se para lhe agradar ou se já é imposição dela, sendo ele careca de longa data, coisa que notoriamente lhe está no ADN, apareceu agora com um triângulo cabeludo, em preto, no alto da cabeça. Acontece que o de origem, que já está ralo, é grisalho. Parece que a coisa se faz por lotes. A urbanização, digamos assim, começa da testa para cima, e, ainda assim, deixando uns triângulos de lado. Parte da cabeça, em cima, ainda está a descoberto. A quem ficou de boca aberta a olhar para ele, consta que contou que os implantes são com cabelo dele. O meu marido, que não é bom da cabeça, quando lhe contei, disse que se calhar lhe tiram pelos do rabo e que o cuidado que ele tem que ter é que a cabeça não lhe passe a cheirar mal. Só visto. Disse-lhe 'cala-te, não digas parvoíces'. Respondeu perguntando-me: 'dizes que ele apareceu com um triângulo cabeludo no alto da cabeça e a mim é que acusas de ser parvo?'. Pois a verdade é que venho engarrafada no trânsito e perdida de riso, a rir à gargalhada, sozinha, só de pensar nisto. Se me vejo de frente para ele, não conseguirei suster o riso. Vai ser bonito.
Mas, enfim, não era sobre plantações capilares que estava a falar. Tatuagens. Tatuagens artísticas.
Mas eu, mal por mal, antes os das pinturas corporais que, mal tomem banho, voltam ao normal. Vide, por exemplo, estes aqui abaixo que usam o corpo como uma tela para reproduzir pinturas célebres. Também em Londres, of course.
Ia agora fazer um comentário, sugerir uma pintura (até inspirada num post de um blog aqui da galeria lateral) mas abstenho-me. Estou com o meu nível de censura interna muito baixo, ainda ia ferir algumas susceptibilidades. Parecendo que não ainda há umas virgens putativamente ofendidas que por aqui resistem e que, volta e meia, quando alegadamente piso o risco, se zangam comigo e, bolas, bolas, bolas, eu isso não quero. Portanto, calo-me já.
Só mais uma coisa:
uma musiquinha dos meus amigos OK Go que me está apetecer entra e sair de paredes
OK Go - The Writing's On the Wall
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E pronto. É isto. E agora vou pregar para outra freguesia. Vinha para falar dos edifícios que visitei no domingo naquilo do Open House mas pus-me a falar da Melania e do doido varrido do Trump e da mão misteriosa do ex-Dirty Harry desviei-me dos meus bons propósitos. Acontece. Mas desçam que também tem graça. Kind of.
As especulações não se fizeram esperar. Se fosse eu, numa situação destas, rodeada de fotógrafos e microfones, até podia acontecer. Estaria, certamente tão desorbitada que não atinaria com coisa alguma. Podia ter uma mão escondida e outra aflita à procura de esconderijo ou poderia estar especada em vez de rir ou devia ter a língua presa, incapaz de dizer coisa com coisa. Digo eu. Mas, a pôr uma mão escondida ou meio escondida, nunca a poria como ele a pôs. Ainda por cima, mais do que habituado a estar a preceito frente às câmaras está ele. Desde que nasceu. Então o que foi aquilo...? Enquanto a sessão fotográfica durou, ele manteve a mão assim. Não se sabe se estava a insinuar alguma coisa. Ninguém arrisca grandes explicações. Está todo o mundo banzado na maior perplexidade. Ela esfíngica, quase em transe, como que electrizada pela energia que se solta dele. E ele naquele propósito, olhinhos fuzilantes, boquinha pérfida e dedinhos mefistofélicos ou bovinos, como se queira. Alguém lhe devia ter dito que, por menos que isto, em Portugal, um ministro teve que se demitir.
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E aquele décor...? Tudo estranho. Nem sei o que me parece tudo aquilo.
Estava com a mulher ao lado e a referir-se a ela como se ela não tivesse conseguido lá estar. Dizem os entendidos que a dita Melania, ex-modelo, está treinada para mostrar sempre boa cara haja o que houver; e, de facto, faz e desfaz sorrisos conforme pensa que a estão a focar ou não.
É tudo deveras estranho por aquelas bandas. Gente disfuncional. Aquele anormal ou é tirado de lá antes que se faça tarda ou muita gente ainda pode ir desta para melhor sem ter culpa nenhuma de nada.
De resto, a internet está repleta de vídeos em que se vêem momentos estranhos entre aqueles dois. Parece que é tudo forjado mas, ao mesmo tempo, mal ensaiado, como se, em privado, nunca combinassem coisa alguma.
Os 6 momentos mais esquisitos entre Donald e Melania Trump
Vídeos que mostram o narcisista e o demente que ele é é também o que não falta. Há imensos e cada um mais revelador do que o outro.
O Top dos 10 momentos mais demenciais de Donald Trump
Aqui, agora, vou tentar dar uma ideia do estado de triste abandono a que está votado há anos depois de nenhum destino lhe ter assentado bem.
Fez-me lembrar aquelas mulheres muito bonitas e desejadas, as Marilyns desta vida, que toda a gente acha belíssimas e que, não obstante, não conseguem acertar na companhia, não alcançam uma vida feliz, sentindo-se frequentemente solitárias, mal amadas e tendo, frequentemente, destinos trágicos ou, pelo menos, desoladores.
Assim o Panorâmico: talvez belo demais, talvez bem situado demais, talvez com uma vista deslumbrante demais, talvez com demasiado potencial.
E, no entanto, quanta beleza na sua decadência. Abandonado, maltratado, riscado, partido... e cheio de vida impressa nas suas paredes. E tão elegante nas suas curvas, no equilíbrio dos seus volumes, na distribuição entre desníveis e recantos, no balanceamento feliz entre a luz e a sombra. Tão belo apesar de tão sem destino, tão sedutor apesar de tão esquecido, tão promissor apesar de num tão triste estado de acentuado declínio.
O que eu faria com ele se pudesse decidir já o disse no post abaixo. Não há dinheiro? Há. Há sempre dinheiro quando o retorno é garantido. Mesmo em épocas de crise (e estamos a sair dela), dinheiro é o que não falta para bons investimentos.
Não falei ainda de um outro aspecto: o local em que está implantado. No meio da Serra de Monsanto, num dos seus pontos altos, entre arvoredo, frondoso arvoredo. Um local que parece fora de Lisboa. E, no entanto, dentro de Lisboa. Dali deveriam partir caminhos pedonais, caminhos para bicicletas (até caminhos para se andar a cavalo ou de atrelado).
O Panorâmico de Monsando deveria ser um ex-líbris de Lisboa e não a quase ruína que é.
Mas vejam o que os meus olhos viram.
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Vejo um lugar assim e, apesar de me deixar entusiasmada com tanto que ver e fotografar, sinto pena. Penso que, com excessiva facilidade, se deixam perder preciosidades que, em tempos, alguém sonhou e desejou. Penso que se deixam perder oportunidades que, certamente, outros agarrariam e estimariam. Que se deixam perder ideias, riquezas, tesouros -- como sempre o fizemos, nós os portugueses que parece que nos desinteressamos da nossa história e das nossas heranças e que, desprendidamente, tudo deixamos esvair por entre os dedos. Perdem-se as memórias e os valores e nem se percebe porque se perdem. E o tempo passa e vai levando consigo quem se lembra dos sonhos que em tempos alguém sonhou. Ficam, depois, apenas frágeis memórias.
"What We Lost" de Michael Ondaatje (lido por Tom O'Bedlam)
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Pensava que teria tempo para falar dos dois outros lugares que visitei mas fica para amanhã
(embora um ou outro tema da actualidade me estejam a convocar).
Verei como me organizo.
Open House Lisboa. Edifícios nem sempre acessíveis ao público abertos durante o fim-de-semana, com o apoio de simpáticos voluntários que nos contaram a história das construções, realçando os aspectos ligados à arquitectura.
Começámos pelo Panorâmico de Lisboa. Transcrevo do site:
Não existe vista sobre Lisboa como esta. Construído a uma altitude de 250 metros, este edifício inaugurado em 1968 já foi um restaurante de luxo, uma discoteca, um bingo, já albergou escritórios e um armazém de materiais de construção civil. Abandonado há mais de uma década, esta obra maior de arquitectura tem no seu interior painéis cerâmicos de Manuela Madureira e um mural de Luís Dourdil. Para já, o plano da Câmara Municipal de Lisboa é dotá-lo de condições de segurança para que possa ser visitado por todos, e assim se devolva este miradouro à cidade.
Uma construção espectacular, de onde se tem uma vista absolutamente deslumbrante -- e ao abandono.
Do Panorâmico de Monsanto se faria um fantástico museu. Um museu, por favor. Um garnde museu. Se Philippe Starck está a viver em Portugal, vão buscá-lo, está perto. Ele poderá dar uma preciosa ajuda. Um museu com restaurante, com ateliers, com residência de artistas, uma sala de concertos, uma biblioteca de artes. O edifício é enorme, dará para tudo.O que é que o Ministro da Cultura, o da Economia (na vertente Turismo), o Presidente da Câmara de Lisboa ou sei lá quem mais estão à espera, eu não sei. Façam qualquer coisa. E construam um hotel lá ao pé. Despachem-se.
Neste post não estou a mostrar o edifício em si mas sim a vista que dele se tem. Uma vista absoluta que o tempo limpo permite que se estenda até às maiores lonjuras. Noutro post já mostro o estado em que se encontra, uma desolação. Mas agora o que quero que vejam é o que os meus olhos viram.
O Cristo-Rei, o Tejo, a Ponte 25 de Abril (e mais um cruzeiro a entrar a caminho de Lisboa)
Ao fundo Palmela, a Arrábida. Junto ao Tejo, penso que o seixal. No meio Almada e virado para cá, uma rua estreita rente ao Tejo, quase invisível, o Ginjal. Do lado de cá, Lisboa, Lisabona, Lisbon, Lisbonne -- la ville blanche
O aqueduto das Águas Livres e, sobrevoando Lisboa, um aviãozinho
E eis que o aviãozinho desceu -- e cá está ele a aterrar
Uma cidade branca espraiada ao longo de rio largo e igualmente belo. E a outra margem, la rive gauche.
As Amoreiras que, em tempos, tanta polémica geraram. E afinal tão bonito que é.
A noiva. Os cabos da Ponte Vasco da Gama como se fossem véus brancos
Para os meus Leitores benfiquistas, um miminho: o Estádio da Luz
Do lado de lá, Cacilhas e o início do Ginjal e, do lado de cá, o Museu de arte Antiga
Uma das varandas de onde se vê o que vos mostrei
As alturas e a beleza da paisagem inspiram o corpo que parece ter vontade de ganhar asas
Não identifico esta paisagem pois as opiniões, aqui em casa, dividem-se.
Na verdade, não estou a perceber onde é embora aqui ao meu lado teimem que é óbvio. Para mim não é.
Por vezes a objectiva descobre o que nós, sozinhos, não descobriríamos. Há uma atenção aos pormenores que apenas assim, quando olhamos através da lente, se verifica.
Estava a entrar para o carro e olhei uma última vez. Olhei com a câmara. E então vi: um casal dançando. O espaço é um espaço público e, a poucos metros deles, estavam outras pessoas. Mas, como que indiferentes, unidos por uma melodia invisível, assim os vi eu, numa coreografia cúmplice.
E eu, admirada, cá de baixo, vi-os como quem vê, à distância, um momento invulgar e gostaria era de estar lá, ao pé deles, a fotografá-los de perto.
Não gosto de divulgar fotografias em que se reconheçam as pessoas mas abro uma excepção. Se os próprios vierem a ver-se aqui e não o consentirem, basta que me peçam para as retirar que assim o farei. Mas o que eu gostava era que se vissem e gostassem de se ver, eternamente abraçados e felizes, enlaçados ao som de uma música só deles.
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Desejo-vos uma boa semana a começar já por esta segunda-feira.