segunda-feira, maio 08, 2017

Macron em França.
Eu, mãe-galinha, num piquenique com os pintos e pintainhos e não só.
[E, com vossa licença, uma pitada de gastronomia para a caldeirada ser completa]





Claro que Macron ganharia pois, embora a Europa esteja pelos cabelos, nomeadamente a França que já mostrou não aguentar mais os galaruchos pimpões que lhes calharam na rifa nas últimas eleições, ainda não se atingiu o grau zero em que vale tudo -- tal como aconteceu nos EUA, ao elegerem a mais estúpida das criaturas.

Portanto, embora os partidos 'normais', 'históricos' e 'sérios' tenham desaparecido do radar eleitoral, entre a xenófoba Marine le Pen e o civilizado Macron, claro que a França iria optar por Macron.

Terão votado, sobretudo, na maman Marine aqueles que mais teriam a sofrer com ela. O populismo tem destas coisas: sabendo dizer o que as pessoas mais vulneráveis querem escutar, chega-se à perversidade suprema que é ter o antigo eleitorado de esquerda, os mais pobres, os mais desamparados, os mais explorados e indefesos a votar naquela que, se eleita, representaria para eles o maior perigo.

Contudo, não há qualquer garantia de que Macron seja antídoto para o marasmo em que a Europa se encontra ou que consiga levantar o orgulho francês, que anda de rastos. Embora pouco saiba dele, temo que não tenha estaleca cultural e política para mobilizar um país como a França para conseguir dar um pontapé no feudo burocrático em que a Europa se tornou. 

Os chefes de secção de antanho, prepotentes, mangas de alpaca, burocratas empedernidos que, na prática, quase controlavam as organizações, parece terem-se travestidos em eurocratas, tiranetes obscuros que se têm mostrado surdos e cegos aos anseios do povo e, com arrogância e em roda livre, têm imposto verdadeiras torturas a quem mais precisaria de apoio. Sem líderes políticos fortes, sem visionários humanistas e cultos, a Europa tem andado a reboque dos interesses alemães (onde Merkel reina como a governanta insubstituível) e a toque de caixa das cinzentas figuras que ocupam infinitos edifícios em auto-gestão.

Que os povos europeus se querem ver livres disto e de quem lhes cheire a gente fraca que se vergue e se deixe ir na onda e anseiam por ter à frente dos destinos da nação alguém com coluna vertebral, com pulso firme, com a cabeça no lugar, com algum coração e que saiba estar à mesa, isso é mais do que óbvio. 

Portanto, sem ousar pedir muito mais (porque não há muito mais), os franceses escolheram Macron.


O que se irá seguir, é uma incógnita. Pior do que Hollande não deve ser. Portanto, é desempenho a observar com atenção. Optimista como sou, ainda espero que venha dali algum sopro de modernidade. Sendo formado em filosofia, espera-se que saiba pensar, ver as diferentes perspectivas, Também já mostrou ser pessoa determinada e respeitar os valores sagrados da França livre. Portanto, aguardemos, façamos figas. Pode ser.

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E este domingo não foi só dia das eleições em França. Enquando num corredor, o mais largo, vai desfilando a grande História, nos outros corredores, mais estreitos, vão desfilando muitas outras pequenas histórias. E há ainda os corredores só nossos, que mais ninguém vê, onde vai andando a nossa vida.

Este domingo foi dia da mãe. Não ligo nada a ser dia da mãe. Mal fora. Um dia da mãe para mim que sou mãe-galinha todos os dias? Mãe e filha. Todos os dias ligo duas vezes à minha mãe para saber se está tudo bem. E todas as semanas lá vou a casa. E, com os meus filhos, se passa uma semana em que não lhes ponha os olhos em cima já eu ando numa saudade que só vista. E falo todos os dias com eles. Todos. Ou eles me ligam ou eu lhes ligo. E se estou muito ligada a eles, estou-o também à família que eles formaram e, em especial, aos meus cinco lindos pimentinhas, sangue do meu sangue, amores lindos do meu coração. 

Calhou hoje podermos estar, outra vez, todos juntos. Dia de piquenique num pinhal com campo de futebol por perto, parque infantil, terreno atapetado de caruma, espaço à larga, bom tempo, sem pressa. Depois, juntaram-se-nos outros muito queridos a todos.

De manhã, foi a correria habitual nestes dias pois o catering ficou a nosso cargo. 
  • Levámos duas pizzas gigantes que comprámos numa pizzaria de forno de lenha: uma com frango, queijo de cabra e nozes e outra com salmão fumado, mozzarela, sumo de limão e manjerição. 
  • Depois levei dois tabuleiros de massa 
(massa de desenhos diversos cozida à qual misturei bifes de frango e perú, que antes tinha assado no forno a 160º com tomate, alecrim e azeite, cortados finos, juntando também os tomates assados, mais presunto fatiado desfiado, e tomate cherry, tudo regado com o caldo de assar a carne e um pouco de azeite fresco, e, no fim, polvilhei com orégãos) 
  • e empadas fofas, umas de espinafres e presunto e outras de salmão 
(leite com ovos e farinha com uns grãos de sal batidos até fazer um líquido homogéneo e espesso, depois o recheio -- espinafres salteados com presunto ou, então, apenas, salmão -- depois natas light batidas com ovos e, por cima, queijo ralado e polvilhadas com sementes. Posto em forminhas antes lambuzadas com Planta e farinha e para o forno a 180º até estarem com ar dourado e saboroso)
  • E, no fim, morangos frescos (sem açúcar)
Mas, depois disso, queixaram-se que não havia nada doce e o meu filho foi comprar gelados para todos.

Claro que, para mim, levei comida separada. Afinal a dieta ainda vai no início, não ia já prevaricar à descarada. Mas como não nasci para obediente, muito menos para santa, não resisti e tasquinhei para lá umas quantas coisas. Azarinho.


E foi o de sempre. Conversa, cantorias, brincadeira de miúdos e graúdos, futebolada da grossa, uns descalços, outros preparados para marcar golos, luvas de guarda-redes e tudo, o bebé todo palrador e a dar às pernas e aos braços dando mostras de querer avançar para o meio dos outros, ela a brincar com a tia, e tudo tranquilo e em paz.

Quando me vi de regresso, mal o carro arrancou, caí num sono profundo. O meu marido não conseguiu fazer o mesmo, teve que esperar até chegar ao sofá,

Cá em casa, tratei do que tinha a tratar e, depois de roupas e comidas despachadas, vim passar as fotografias para o computador. 178. Depois a minha filha pediu que mandasse as melhores e então fiz uma selecção e enviei para os piqueniqueiros.

E, portanto, para mim foi isto. Antes tinha estado a falar ao telefone com a minha mãe com quem tinha estado no sábado. Estava tudo bem. Tirando isso, mais uma ou outra coisa, e nada de mais. Concluindo: um dia bom.

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E viva a França.


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[E, se ainda não estiverem fartos de me aturar, queiram descer, por favor, saber das minhas sósias e das sósias de Lúcia, também conhecida por Doris].

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2 comentários:

  1. "C'est pas sérieux ça" alguns dos seus leitores a precisarem de emagrecer e você a falar de pizzas em forno de lenha, receitas de massas e empadas, etc...
    Gostei das "soeurs" As minhas já foram de carrinho para casa.
    A França lá terá que aguentar o Macron, mas, não sendo um "enfant de coeur", sempre é melhor do que a Le Pen.
    Um bom dia para si.
    Ana

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  2. Ana,

    A França terá que reencontrar a sua posição no coração da Europa e, para isso, não deverá desperdiçar a oportunidade criada pela derrota da Le Pen. Macron é uma incógnita, é certo. Cabe aos franceses que a incógnita funcione a favor de França e da Europa. Digo eu.

    Um dia felz para si, Ana

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