Se me permitem, vou usar um bocado deste espaço para um assunto privado: vou responder a perguntas que algumas pessoas me têm colocado por mail e a outras que algumas ainda não ousaram colocar-me diretamente.
Mas vamos com fotografias de Steve McKurry e com música de Alan Menken para nos sentirmos mais acompanhados.
1ª Pergunta: O que tenho andado a escrever, o folhetim 'Dindinha', é real ou ficção? Diana sou eu e aquilo está mesmo a acontecer-me?
Resposta: Tudo o que escrevo é real: aconteceu, poderia ter acontecido ou ainda está para acontecer. Em contrapartida, a minha vida real é uma ficção e sobre essa não me atrevo a escrever porque ninguém acreditaria.
2ª Pergunta: É mesmo verdade que o blog Um Jeito Manso faz parte das "capelas da socratolatria"?
Resposta: Não sou dada a misticismos, fervores religiosos ou êxtases devotos. Também não sou dada a fidelidades clubísticas ou enlevos partidários. Não alimento cultos, sejam eles de que tipo forem, nomeadamente os de personalidades alheias. Dito isto, devo dizer que considero que Sócrates, em especial no seu primeiro governo, foi um bom primeiro ministro; mais: considero que a crise que lhe rebentou nas mãos durante o seu 2º governo foi fruto, sobretudo, da crise internacional e da falta de sentido patriótico dos partidos então na oposição e do, então, presidente Cavaco. Claro que fruto, também, de anos de crescimento débil e de uma descapitalização generalizada da banca, dos empresários, das famílias (de anos? - melhor: de décadas). Quanto ao processo que envolve Sócrates não me pronuncio. Sou demasiado racional para me pronunciar sobre indícios plantados aqui e ali por incertos. Que eu saiba, Sócrates ainda nem acusado foi. Portanto, não o acuso eu daquilo de que ainda ninguém, com poderes para isso, o fez. E falo de acusado, quanto mais de julgado. O que vejo é um comportamento desumano e abusivo por parte da Justiça que se arroga o direito de destruir a vida de uma pessoa, fritando-a em lume brando na praça pública. E, note-se, digo isto de Sócrates como diria do Zé da Gatinha ou de si, Caro Leitor.
3ª Pergunta: O blog Um Jeito Manso é, foi ou gostava de ter sido financiado por José Sócrates?
Resposta: Leio que o Ministério Público anda a averiguar se mais bloggers que defendiam Sócrates, para além do misterioso Miguel Abrantes no Câmara Corporativa, eram pagos, directa ou indirectamente, por ele. Pois, não sei se alguém se dá ao trabalho de me investigar, tão humilde e esdrúxula escriba sou, mas, para o caso de o fazer, daqui afirmo: que eu saiba, a mim, Sócrates ou o amigo ou o primo ou o advogado da cunhada ou o filho da vizinha ou o motorista da mãe ou o cão da tia ou a cabeleireira da namorada nunca me pagaram o que quer que seja. Mas consta que há gente com papel nas suas imediações pelo que, a esses, eu digo que, se me quiserem contratar como jardineira, cabeleireira, cozinheira, preceptora de meninos, diseuse de poemas em tardes de chuva ou cronista da piolheira, deverão contactar-me para que eu possa avaliar as condições e tomar uma decisão em consciência.
Mais perguntas? É só fazerem que eu cá estou para responder. Nada de acanhamentos.
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E é descer, por favor, para o mundo das sete terras, sete luas.
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E a ver se ainda cá volto com a Dindinha. Se não conseguir agora de noite, talvez consiga de manhã ou à hora de almoço
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A resposta que dá à sua 1ª pergunta fez-me lembrar uma história passada com meu avô Beirão. Quando ia até terras da Beira-Alta, onde tinha casa que depois de ter falecido lá lhe vamos dando o devido e agradável uso, gostava, na época venatória, de ir atrás dos coelhos, perdizes, etc. E, sempre que lá estávamos com ele, a passar umas férias, depois de nossos pais nos terem lá deixado, íamos com ele por aqueles campos fora. Naquele tempo era permitido o uso do furão para caçar coelhos, ou lebres. Colocava-se o bicho na toca e se lá estivesse uma peça de caça dessas e ela fugia (se pudesse) nosso avô atirava-lhe um tiro e o cão ia buscá-la (já com o furão preso num saco de pele). Às vezes fazia-se acompanhar por um dos trabalhadores das quintas. Um dia, um deles, que ia com ele, quando o avô parou a olhar para uma toca de coelho/lebre, o homem lá foi pôr o furão a cheirar a toca. O bicho entrou, demorou-se um pouco e depois saiu – sem a peça de caça. Exclama o homem: “Oh Sr. Fulano, isto aqui, ou esteve coelho, ou está, ou, digo-lhe, está para estar! (ou quase a estar) ”. Bom, o avô até deu um salto, comentando: “Oh, homem, se estiver para estar então não cheirava, essa agora! Quando muito esteve, mas já não está, evidentemente. Agora, está para estar!” *Quanto à resposta que dá à 2ªpergunta, tem toda a razão. Se, porventura, tivesse sido o Passos de Massamá (apoiado pelo Portas efeminado) o PM, ter-lhe-ia sucedido o mesmo, ou seja, teria tido o mesmo problema, dado que as causas daquela situação eram, sobretudo, externas, com reflexos no plano interno, designadamente, no que respeitou à nossa banca que deixou de se poder financiar como anteriormente o que teve reflexos no quadro empresarial (em particular do sector imobiliário), que deixou de ter o mesmo tipo de acesso ao crédito, como antes. Isso mesmo é explicado e sublinhado por economistas sérios, que desdenham a manipulação dos factos e dos motivos que levaram à crise de então, mas que os Partidos de Direita, CDS/PSD, gostam de utilizar (apesar de saberem muito bem que estão a manipular e enganar o pagode), recorrendo àquele chavão imbecil, da “bancarrota do Sócrates”.
ResponderEliminarCumprimentos meus à Dindinha! Se a viesse a conhecer neste dia de hoje oferecia-lhe um disco do Zeca Afonso.
P.Rufino
Gosto muito do seu blog, já lho disse aqui, mas confesso que não gosto de a ler nesta versão dindinha. Fica um bocado para o confuso. Peço imensa desculpa, mas que hei-de fazer? É a vida.
ResponderEliminarUm abraço,
L.
Olá L,
ResponderEliminarNão tem que pedir desculpa, ora essa.
Sabe o que é? Volta e meia dá-me para isto, para escrever historinhas de embalar. Deve ser do adiantado da hora. Não me apetece falar de off shores, sms domingueiras, patetices politiqueiras. Cansada como estou, isto já só dá para contos assim, sem nada de mais.
Mas quer sugerir um tema para um outro dia em que esteja como hoje, ensonada e desinspirada? Agradeço.
Um abraço, L. E uma sexta-feira das boas.