segunda-feira, fevereiro 27, 2017

Em noite de Oscares, continuo a falar das acolhedoras cores de Lisboa, a bela





Estou a ver a abertura dos Oscares. Não faço ideia do que há entre Jimmy Kimmel e Matt Damon que justifique as gracinhas do primeiro, fingindo querer amofinar o segundo. Não frequento as fofocas hollywoodescas pelo que algumas deixas me passam ao lado. No big deal. Antes estive a ver o desfile das estrelas na passadeira vermelha, os vestidos, a graça que conseguem aparentar apesar da pressão ou do artificialismo que a situação sempre deve acarretar.

Não vi parte dos filmes nomeados. Mas vi 'Ela' com Isabelle Huppert e é um filme de tal forma inusual e marcante que talvez lhe fosse um prémio bem dado. E Isabelle é uma mulher de tal forma elegante e tão boa actriz que merece bem ter lugar entre as melhores. Aliás, prémios e reconhecimento é o que lhe não tem faltado ao longo da sua vida pelo que, haja o que mais houver, Isabelle Anne Madeleine já está entre as melhores.

E é enquanto vejo o directo da cerimónia que, já com algum sono, continuo a falar do meu passeio pela beira Tejo num domingo ensolarado e feliz.


Há agora muitas esplanadas, há cadeirões com almofadas, há bancos. Se há situações em que oferta gera a procura esta é uma delas.

Claro que há também pessoas que vão mais longe: descem até à areia para se abeirarem ainda mais do rio. Dá gosto vê-las.


O Cais Sodré também está outro. Do largo junto à estação desapareceu a confusão que por lá reinava e o mar de carros que por ali se conseguia juntar -- e nasceu uma praça ampla. 

De junto ao rio, passando por esta praça branca, chega-se depois ao casario colorido que se ajeita para nos levar, Rua Alecrim acima, até ao Chiado.


Também do Campo das Cebolas, cujo parque de estacionamento subterrâneo será das obras mais complexas e emblemáticas da cidade (e eu, por razões cá minhas, sempre sentirei um orgulho especial no fantástico lugar que está prestes a nascer) também nascem percursos que nos levam por escadinhas e vielas, em que os passeantes têm por vezes que se desviar da roupa estendida de tal forma são estreitas as ruelas.


E, depois, hora de almoçar. Ainda era cedo, pensámos que não haveria crise. Pois, pois. A confiança dá nisto, o turismo em força ainda mais (e ainda bem porque o país estava a precisar de se relançar e o turismo é daquelas boas actividades em que entra dinheiro sem que tenha que sair parte dele): o lugar estava a rebentar pelas costuras.

Mostro a fotografia (abaixo) e imagino que tamanha multidão vos pareça assustadora. Na verdade, é. No entanto, confesso que não desgosto de almoçar em mesas corridas, entre estranhos. Mas estava, de facto, muita gente e, por isso, era difícil arranjar lugar nesta zona.

Por isso, optámos pela nossa já usual escolha de recurso: fomos ao Sea Me que tem bancos ao balcão na passagem por detrás dos restaurantes e onde tudo é mais calmo. 


E termino com uma fotografia a que me, querendo ocultar um pouco o rosto, me apeteceu puxar pelas cores, aquecendo-as. Não gosto de aqui colocar fotografias em que se vê o rosto das pessoas mas gostei tanto de fazer esta, havia uma tal serenidade na mulher que aqui estava a apanhar sol, havia tal quietude, uma luz tão perfeita, que arrisco. 

Claro que retirarei a fotografia se for caso disso. 


Páro já de vos maçar. Mas gostava que acreditassem que Lisboa está mesmo uma belezura e que a frente ribeirinha está linda. Quem puder, que venha confirmar.

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A reportagem fotográfica do meu passeio domingueiro pela Baixa Lisboaeta continua nos dois posts abaixo.

Segue-se o final do folhetim Dindinha -- um final a pingar amor como seria de esperar neste fim de semana dedicado às fitas com um grand finale.

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