Pode chegar-se lá indo por vários caminhos. Conhecemos a direcção e vamos andando, degustando cada passo.
Há agora muitas árvores nuas. Quase apenas os enormes pinheiros e cedros conservam as ramagens. De resto, há muitas árvores despidas, embranquecidas ou conservando a filigrana fina de uma folhagem que outoneceu e por aqui se foi deixando ficar.
Há pássaros de plumagem azul brilhante e longa cauda. Voam das árvores para vir brincar na relva. Cantam alto com a descontração das criaturas felizes.
Até que chegamos ao ponto em que o vemos, junto ao pequeno lago onde nadam patos e cisnes negros. Está envolto nas cores doces das folhagens rendilhadas.
Para lá chegar, vamos pela pequena gruta. Gosto. É fresca, ouve-se a água a cair em cascata, há uma magia infantil que me faz sentir expectante. Como estará agora o palácio?
Ouve-se a música de um violino. Não vejo ninguém, apenas ouço. Só quando estou lá em cima, já junto à entrada, é que o vejo. O homem está junto a uma árvore, tocando.
E depois entramos. Há uma instalação sonora. Trata-se da gravação de um navio a navegar por um rio gelado. É esse o som que se ouve. O espaço é totalmente amplo, luminoso, lindo.
Se eu não fosse como sou, toda cheia de coisas, a achar que quem eu sou não interessa para nada, que este espaço aqui tem que valer por si sem a muleta da exposição de quem o compõe, mostra-vos-ia umas fotografias que o meu marido fez comigo. Eu estava sentada numa das cadeiras que por ali há e que as pessoas transportam para onde lhes apetece e estava ali a sentir-me bem, em total comunhão com aquela luz fabulosa, com as árvores, com o som que é quase o som do silêncio. E ele fotografou-me. E, por acaso, desta vez até gosto de me ver. Vejo-me como me estava a sentir. Na boa.
Dado o adiantado da hora não vos mostro o museu da Biblioteca Nacional, um museu que ainda não conhecia, muito bonito, muito interessante.
E só por já ser tão tarde é que também não vos mostro fotografias minhas fantasiada de D. Quixote.
A sério. Lá num canto, num espaço dedicado às várias obras de cervantes, caixotes com fantasias para quem quisesse sentir no corpo o mundo ficcionado pelo dito Miguelito. Claro que quis -- e quis também que o meu marido me fotografasse. Mas naquela confusão das roupagens caíu a máquina ao chão. Quando ele estava a fotografar-me, eu de gola de cabeção, armadura, chapéu de ferro -- a máquina não disparava. E eu, 'vá, despacha-te' e outras pessoas a aparecerem e eu naquela maravilhosa figura e 'Vá, Poças, Dispara' e ele, 'Que é que queres? Esta gaita não dispara..'. Caraças. Só depois é que reparámos numa luz encarnada e na mensagem 'gravando'. Quando caíra, a máquina deu-lhe para se pôr a filmar. Lá parou aquilo e, finalmente, lá disparou. Linda. Só gostava que me vissem. Como sempre, perdida de riso. Olho as fotografias e tão disparata estou que, sem quere, desato a rir-me, de novo. Melhores ficaram as que me tirou a seguir, sem eu dar por isso, quando estava a despir as vestimentas e a compor-me para tentar voltar a parecer normal. Enfim. Cenas.
E pronto. Se amanhã der, logo vos mostro o museu da Biblioteca. A exposição do Palacio Velasquez não mostro, acho que não vale a pena, é maluqueira a mais. Até para mim é -- imaginem para vocês que, aposto, são mais certinhos que eu.
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E queiram ir descendo que há por aí muita coisa, incluindo uma mulher de cabelo pink e farto bigode louro.
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É uma estrutura apenas...um lugar para estar em contemplação. Boa.
ResponderEliminarestas fotos não ficavam mal neste ambiente - http://culturainquieta.com/es/erotic/item/6718-petter-hegre-fotografia-a-su-esposa-en-increibles-posturas-de-yoga-desnudos.html
ResponderEliminarbob marley
Sempre me pareceu que o yoga era qualquer coisa de difícil. Mas das fotos e da modelo...nada a acrescentar.
ResponderEliminarbea,
ResponderEliminarUm lugar muito belo pois a estrutura é elegantíssima. E vê-se o exterior. É um lugar de paz.
Olá Bob!
ResponderEliminarJajus...! Imagine a ginástica que é preciso fazer para se conseguir aquele equilíbrio (e aquele corpo...!).
A minha pose foi o oposto. Sentada numa cadeira, a olhar em volta, sem qualquer esforço...
Mas, enfim, à noite, sem ninguém por perto a ver a barraquinha que eu haveria de dar, talvez ainda fosse capaz de me aventurar a fazer yoga por ali... Mas talvez com os bombeiros por perto porque, se me aventurasse nalguma daquelas posições mais arriscadas, palpita-me que não saía dali a andar pelo meu pé...