Estou de volta. Em vez de me dedicar à culinária, deu-me para as ideias avançadas. Comecei por querer escrever o nome do blog (ou melhor, as iniciais UJM) recorrendo a um alfabeto sofisticadamente desenhado. Quando vi o resultado, pensei que eu sou uma ingénua, não vejo mal em nada, mas que sei lá se, no meio dos que me lêem, não haverá mentes preversas. Então, por prudência, antes de publicar, mostrei ao meu marido. Para ver televisão não usa óculos mas para ver miudezes ao perto, precisa. Como não os tinha, teve que se esforçar, nem estava a captar os detalhes. Quando viu, perguntei-lhe, então, se seria 'too much'. Sendo sempre tão liberal, desta vez respondeu 'Se calhar é'. Pronto, retirei.
Contudo, para não ficar frustrada, fica aqui uma amostra. Deixo-vos, em ponto pequeno, o alfabeto completo e sem ter as letras animadas como eu tinha escolhido. Assim, não me poderão acusar de indecência -- até porque, calma aí, Malika Favre não é uma aprendiz a tentar fazer pela vida. De facto, tem como clientes The New Yorker, Vogue, BAFTA, Sephora e Penguin Books.
Eis o Alfabeto Kama Sutra que Malika Favre concebeu e que, muito justamente, tem feito um sucesso.
Adiante.
Agora ainda não falei ao meu marido na dita palavra que referi no título e que corresponde a uma prática cujo nome em português desconheço. Candaulisme em francês ou cuckolding em inglês. Na minha inocência, diria eu tratar-se de voyeurismo mas li que não, que não é a mesma coisa. Parece que meio mundo andou de roda do google a colher aprendizagem: o que é, onde se faz, como se faz?
Claro que já há um site: Candaulisme.com e que isto, aquilo e o outro, e quem quiser inscrever-se é bem vindo e quem quiser colocar fotografias da mulher para mais facilmente encontrar quem alinhe, pois melhor ainda.
Tem graça que o dito site, ao pretender fazer um enquadramento histórico/cultural da dita prática, remete para algumas obras que me surpreenderam. Estava eu à espera de nem encontrar literatura ou pintura... quando encontro obras que não me parecem coisa pouca. Uma prática para gente com alguma sofisticação cultural -- digamos.
Tem graça que o dito site, ao pretender fazer um enquadramento histórico/cultural da dita prática, remete para algumas obras que me surpreenderam. Estava eu à espera de nem encontrar literatura ou pintura... quando encontro obras que não me parecem coisa pouca. Uma prática para gente com alguma sofisticação cultural -- digamos.
Gravura de um livro de Conrad Lycosthenes (1518 — 1561) |
E vou ler o que têm a dizer sobre a origem que, diria eu, deve ser mais antiga que a espécie humana quando dou de caras com a história de que parece que foi um tal Candaule que começou a coisa.
Fui à wikipedia saber se era verdade (na ausência de oráculos mais entendidos, recorro à wikipedia) e la está. Antes de Cristo e já com ideias avançadas o tal Candaules, aka Myrsilos.
Louis Ier d'Orléans mostrando uma amante (Mariette d'Enghien), -- por Eugène Delacroix |
Como não sou dada a erudições de alto gabarito, desloco-me para a espuma dos dias e leio antes informação em francês ou inglês.
Assim, no Slate, leio que: Le cuckolding n’est pas une pratique sexuelle si moderne que ça -- dizendo eles, com graça, que: Admirer sa compagne en train d’avoir des relations sexuelles avec un autre homme est une pratique qui reste très conventionnelle.
E o Independent diz: Cuckolding fetish relationships: Men wanting partners to sleep with other men reaches new high
Ou seja, uma prática que daqui a nada há uns três mil anos é uma realidade. Uma coisa convencional, portanto. Fica é a perceber-se que os homens (sim! porque parece que isto é fantasia só de homens!) gostam que as mulheres lhes sejam infiéis e, mais, querem assistir com os próprios olhinhos.
Candaule, rei de Lídi,a mostrando a sua mulher a Gygès -- por William Etty |
E, portanto, para os que andam distraídos, aqui fica a informação: esta parece ser a prática sexual que mais atenção e interesse anda a despertar nos homens deste nosso tempo.
Poderia agora tecer algumas considerações ou propor alguns condimentos para um improvment mas, lá está, poderia ser mal interpretada por alguma mente preversa e, portanto, deixo-me ficar caladinha. Smiling.
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E como não coloquei aqui nenhuma música, caso vos apeteça algo, poderão encontrar o Blue Velvet em duas versões já a seguir, no post abaixo.
Talvez ainda cá volte com algumas das minhas boas intenções. Ou com alguma das outras.
We never know.
Para abrir o vosso apetite retrospectivo mostro já uma das magníficas fotografias de 2016.
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Talvez ainda cá volte com algumas das minhas boas intenções. Ou com alguma das outras.
We never know.
Para abrir o vosso apetite retrospectivo mostro já uma das magníficas fotografias de 2016.
ou, então, esta aqui:
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Até já, meus Caros Leitores. E, entretanto, um dia feliz.
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Ai, Credo!...vê-se logo que a UJM não andou pela juventude do CDS.
ResponderEliminarOlhe que esse alfabeto não contribui nada para a abstinência dos betinhos cristasinhos!
Não havia nexexidade!
UC
Aprecio a sua “ousadia”, é bem divertida!
ResponderEliminarUm Bom Ano de 2017!
P.Rufino