De duas selecções, uma da Elle e outra da National Geographic, escolho algumas fotografias de 2016. Eu que gosto tanto, tanto, de fotografar (ao ponto de quase nem me apetecer visitar alguma coisa caso a não possa fotografar), vejo estas fotografias com uma admiração dupla -- e dupla porque as vejo como simples observante mas, também, como quem sabe o prazer supremo que se sente quando se sabe que se captou o instante preciso em que o que não era aconteceu, logo deixando de o ser. A magia do instante perfeito. Por vezes é o golpe de sorte, a intuição de saber que vai acontecer. Outras vezes é a persistência, o rigor, a elegância.
É, pois, com a devoção que os amadores sentem pelos profissionais excelentíssimos, que aqui partilho algumas fotografias.
Faço-me acompanhar por alguém de gosto muito, Benjamin Clementine. Tinha escolhido Adios mas depois não resisti e bisei o People and I.
Primeiro umas quantas pessoas conhecidas. Depois a natureza, a guerra, a animalidade, as aparentes excentricidades. Isto a juntar às duas que já ontem mostrei. Deliberadamente não vou colocar legendas para que as fotografias valham por si mas quem quiser poderá procurá-las através dos dois links que acima deixei.
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Junto neste post -- e se calhar nem faz sentido fazê-lo mas paciência -- parte do que poderá muito bem ser usado como um índice arrumativo de livros.
No último dia do ano, quando comprei aqueles livros de que aqui falei, um cartão foi colocado no saco.
Li-o quando cheguei a casa. Trata-de de um belo cartão negro com letras em ouro velho. Livros Documenta / Sistema Solar, sendo que Sistema Solar é o nome da livraria (há duas, uma no Chiado e outra na Passos Manuel, ambas em Lisboa).
É parecido com o da fotografia (e só por preguiça é que não vou buscar a máquina para fotografar este que aqui tenho comigo).
Para além da bela fotografia do livro que acima vêem, podem ler-se frases extraídas de livros de Mário Cesariny. Transcrevo algumas (o cartão deve ter o dobro) pois parecem-me excelentes critérios para os arrumar.
livro de memórias livro de um burro
livro emprestado livro dos livros dos livros
livro ilustrado livro antológico
livro admirável um livro feito para adular
livro de versos um livro insólito
livros proféticos livro apenas impacientemente lido
livro jovialmente aberto está tudo nese livro
livros em alto voo planado um grande livro fechado
numerosos livros empilhados em livro eugénio e invulgarmente lilás
o livro que lhe cabe o Orador fecha o livro e foge
Acho que um dia destes vou esquecer os meus critérios banais e optar por estes. Tiro tudo das estantes e entrego-me a esta singular classificação. Só de imaginar, já estou a rir.
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Permito-me, ainda, informar a quem aterrou agora aqui que, no post já a seguir, poderão ver o que fiz para o almoço do Ano Novo. Como de costume não segue qualquer tradição e apenas pretende ser bom e fácil de fazer.
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E eu arrepio só de pensar em tirar os meus livros das estantes e dar-lhe nova ordem (não sei bem qual a que têm, mas enfim, costumo encontrá-los). Se bem que, sim, essa ordem é deveras original.
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