domingo, janeiro 01, 2017

2017


E já está... Já cá estamos.

Chegámos juntos a 2017. 



Uma noite linda, uma temperatura quase amena, um fogo de artifício a florescer dos dois lados do rio, barcos a apitarem, e as doze passas e os brindes, os beijos, abraços e os votos a quem se ama. Para mim foi assim.

Outros estarão em hotéis ou em concertos de rua, em casinos ou clubes, em festas particulares. Outros em casa como se fosse uma noite igual a tantas outras.  Outros em hospitais, em cenários de guerra. Outros na maior solidão, sem razões para festejar. Outros a trabalharem. Outros a...

Seja como for, 2016 trouxe-nos até aqui.

Se parte do mundo está a ferro e fogo e se grande parte dos países está entregue a doidos varridos, malucos, megalómanos, corruptos, burocratas ou nódoas, a verdade é que em Portugal se dão passos que, por estranho que isso possa parecer aos olhos dos que não conseguem para lá das pálas que trazem agarradas aos olhos e aos neurónios, vão num caminho que não assusta as pessoas nem não rejeita os seus melhores, e parece apontar no sentido de um futuro mais auspicioso. Voltaram a nascer mais crianças e isso é um indicador poderoso do restabelecimento da confiança e, sobretudo, deve ser para nós um motivo de festa. Um país definha se a demografia se afundar -- e era isso que estava a acontecer até há algum tempo atrás. 


Para o Ano Novo, não consigo fazer previsões nem vou pôr-me com grandes dissertações pois o momento não o pede nem eu estou com cabeça para isso. Mas quero crer que aos poucos iremos percebendo que há coisas que devem ser repensadas no modelo de sociedade que temos vindo a construir. 

Seja como for, e profundidades à parte, que tenhamos saúde, que os que amamos se conservem perto de nós, que nos sintamos motivados a enfrentar cada dia que começa, que nos sintamos realizados com o que vamos fazendo dia após dia, que consigamos satisfazer os nossos desejos e concretizar o que nos faz felizes. E que consigamos preservar a capacidade de sonhar. E que acreditemos em rosas eternas a exalar um perfume azul na noite mais escura e em tigres que não vemos mas cujo latejar quente intuimos na nossa pele sempre que sentimos um suave roçar de unhas no nosso coração. E que sintamos o sangue a correr mais veloz sempre que adivinhemos uma palavra mais quente no olhar de quem nos deseja e a pele arrepiada sempre que as nossas mãos sintam o apelo de uma carícia treslida no silêncio de quem nos escuta ao longe.


E uma vez mais saúde -- que sem saúde tudo se torna tão mais difícil -- e saúde também para os que nos são próximos porque ver padecer quem amamos é um sofrimento. E trabalho, e trabalho de qualidade, para quem estiver em idade disso. E inspiração para quem viva dela. E capacidade de criar laços. E capacidade de perdoar. E capacidade de pedir perdão. E força. Força para lutar contra ventos e marés. E muita sorte e muito afecto nas nossas vidas.


E que a beleza não nos passe despercebida e que o sentido de elegância nunca nos abandone. Nem o sentido de decência e de honradez.


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FELIZ    2017

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Lá em cima, a Maria João Pires interpreta o Concerto No. 3 para piano de Beethoven

As fotografias do fogo-de-artifício foram feitas à meia-noite, debaixo de um festivo ribombar e em que o cheiro a pólvora, felizmente, era sinónimo de paz e de comemoração.

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[NB: Se calhar não se vai conseguir ler bem com tanto fogo-de-artíficio por trás das palavras. Eu amanhã logo arranjo um fundo mais normal mas hoje apetece-me estar no meio desta animação. Está bem?]


6 comentários:

  1. Pôr do Soljaneiro 01, 2017

    Parabens pelo novo look.
    Gostava de me sentir no lugar da menina só um dia. Mas não, não posso a partir daqui nada de doces.
    Feliz 2017 cheio destas e das outras doçuras, com muita saude e alegria, trabalho e realizações pessoais e profissionais.

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  2. Pois está muito bem este post com tanta barulheira em silêncio. A tudo que a JM deseja!

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  3. Gosto do novo look. O de Madonnas e Santas diz menos com o que imagino de si. Um Óptimo 2017!

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  4. Olá Pôr do Sol,

    Tudo de bom para si, querida Sol Nascente!

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  5. Olá bea,

    Gosto sempre de ler o que escreve. E agradeço que escreva.

    Um dia feliz para si, bea. Este e todos os que se lhe sigam.

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  6. Olá Ana Vasconcelos,

    O pior é quando me apetece portar mal... As Madonnas e as Santinhas sempre estão ali em cima a ver se impõem algum respeito... Sem elas, não falo por mim!

    Um abraço, Ana Vasconcelos, e um 2017 do melhor que há.

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