quarta-feira, agosto 24, 2016

Crónica de um dia a precisar de férias
[E, para não dizerem que vêm aqui para nada, deixo-vos o caminho para um teste-revelação:
Responda a 21 perguntas e descubra se é brilhante, mediano ou tótó de todo]




Chego de novo ao computador por volta da meia noite. Mais uma festa de aniversário. Se não estou em erro, entramos agora numa época de pousio. Claro que comi uma fatia de bolo de anos. Mais umas calorias mas, enfim, foi de gosto, não podia deixar de ser. 

Mas chego a esta altura do ano e parece que a partir de certa hora já preciso de descanso. Os miúdos quando se juntam são uma inesgotável fonte de energia ruidosa. E estavam outros. E um quase a nascer dentro de uma barriga enorme. As meninas brincam sossegadinhas mas os rapazes... minha mãezinha... Jogam à bola no hall, zangam-se, fazem barulho. Depois, junta-se-lhes o tio e a coisa ainda se complica mais. Claro que a bola é mole mas o ambiente é o de um estádio de futsal. Despique, faltas e por pouco não há também agressões. 

Quando chego a casa, venho ansiosa por tirar os saltos altos, o colar, os brincos, por escovar e apanhar o cabelo, por me refrescar, e, claro, por me estender no sofá de frente para a aragem que sopra do aparelho mágico ali de cima. Durante mil anos lutei, não queria cá camafeus na parede, não queria ares condicionados dentro de casa. Até que me rendi e, para supremo gáudio do meu marido, já não passo sem ele (neste caso, a ele, ar condicionado).

Na televisão, enquanto escrevo, um filme francês na 2. Não estou a prestar atenção mas gosto de ouvir. Gosto muito de ouvir e de falar francês. De resto, gosto muito de França. A Paris já fui no verão. Qu me lembre já fui duas vezes em pleno verão. Não gostei, nem parecia Paris. Gosto em qualquer estação menos no verão. O passeio que mais gostei de fazer em França foi à Normandia, às praias do desembarque. Foi no ano em que a minha filha se casou. Por isso, ela não foi.
Nesse ano também houve muitos incêndios em Portugal. Na televisão, lá, víamos o nosso país em chamas. Uma coisa dolorosa. 
O meu filho e o meu marido sabiam tudo sobre todos os locais que visitávamos e, nas praias, sabiam onde havia bunkers mesmo que nem se vissem. E depois descobriamo-los, estavam mesmo onde eles diziam. E comemos ostras, frescas, sobre gelo, uma tentação, e bebíamos cidra. O Pipoco, ao que parece, agora anda por lá. Quando por lá andámos, pelas praias, pelas vilas, por aqueles lugares tão bonitos, pensei que gostava de lá voltar. Gostava de passar uns dias em Saint-Malo pois só lá ficámos dois dias, mas gostava de lá estar em dias de invernia, com o mar estiver revolto. E eu à janela do quarto do hotel a ver a força das ondas.

E gostava de voltar a jantar tripas à moda de Caen numa esplanada ao pé de uma igreja de madeira, em Honfleur, entre canteiros de flores.

... e é isto.

Já viram uma conversa destas a esta hora...?


O que se passa, como está à vista, é que estou a precisar de férias. Já meio mundo regressou de férias, tudo no bronze, e eu branquinha de neige, já sem paciência para nada. E toda a gente fresca, tudo a vir falar comigo, conversas longas, coisas de trabalho mas intermináveis, e sai um, entra outro, e eu a ver o tempo a passar e a ter contratos para ver para serem enviados, autorizações para dar para que trabalhos prossigam ou pagamentos sejam feitos, documentos para ler antes de reuniões para as quais não posso ir em branco. E eu a ver o relógio a avançar. E, então, penso que devia colocar uma coisa de senhas à porta do gabinete e um cronómetro. Mas não. Porta aberta, sempre. Até hoje nunca ninguém deixou de entrar nem nunca deixou de dizer o que quis. Mas o tempo que isto me consome, senhores... E eu a precisar tanto de férias.


Todos os dias eu e o meu marido falamos que temos que resolver o que vamos fazer nas férias mas o tempo passa e ainda não sabemos. De manhã, quando vou a caminho, penso que, se tivesse uns minutos de sossego, tentaria pensar no assunto. Claro que agora, em vez de estar aqui, poderia estar a fazer algumas pesquisas mas também não me apetece.

Na verdade, apetece-me estar no campo, a varrer as folhas secas e a ler livros à sombra da figueira, ou a ir a praias com pouca gente ou a dar passeios por onde calhar.

Há lugares onde me apeteceria ir mas que requerem planeamento. Ontem, uma simpática contou-me de um cruzeiro maravilhoso que fez e eu, ouvindo-a, pareceu-me bem. Mas parece que os barcos partem de Barcelona e não acredito que seja chegar ao cais, entrar e lá dentro pagar um bilhete. 

Ou seja, vou mas é jogar no euromilhões a ver se me sai para eu contratar um assistente para me tratar desses aspectos administrativos e logísticos, para fazer prospecções e etc.

Resumindo: uma vez mais estou para aqui a escrever sem dizer nada.

O meu marido, mais esperto que eu, já dorme a sono solto. Mas também levanta-se com as galinhas enquanto eu me levanto a horas normais. É a diferença entre um diurno e um noctívago.

Bem.

Para não me virem ainda pedir de volta o dinheiro do bilhete já que voltou a não haver motivo de interesse por estas bandas, deixo-vos o link para um teste engraçado. Cliquem aqui abaixo e, depois de lá estarem, no Let's Play.



E fiquem Vossas Senhorias a saber que ou o teste é marado ou quem por aí ache que eu não tenho os cinco alqueires bem medidos está muito enganado. Pois acreditem ou não, o que a mim me deu foi:
Based on your answers, we found that you're absolutely BRILLIANT! (...) You're good at working with numbers and are adept at putting your skills to use while solving problems in all sorts of real world situations. You don’t waste a lot of emotional energy fretting about the future. Instead, you focus on getting the most out of life right now. 
Portanto, não sei, se calhar isto dá sempre a mesma resposta e qualquer maluco que dê para aqui umas respostas ao calhas recebe sempre a resposta de que é brilhante.

Mas tentem a ver o que vos dá a vocês. Se calhar é tudo de genial para cima. E é verdade. De uma maneira ou de outra, somos todos brilhantes e geniais. Malucos são os outros.


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É muito mau; devia aqui pôr o nome dos autores das esculturas que são das mais espantosas do mundo; mas é tardíssimo, já não vai dar. Se tiver tempo, amanhã logo ponho. Ou então, podem vê-las no Bored Panda.

Para me acompanhar enquanto escrevia, escolhi a Ella Fitzgerald & Louis Armstrong e, para aqui partilhar convosco, Dream A Little Dream Of Me.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa quarta-feira.

....

9 comentários:

  1. Based on your answers, we found that you're absolutely BRILLIANT! You're often caught up in your immediate pursuits, which you attack vigorously and with determination and when it looks like your intuitions might be leading you astray, you don’t have a problem overriding them. You're good at working with numbers and are adept at putting your skills to use while solving problems in all sorts of real world situations. You don’t waste a lot of emotional energy fretting about the future. Instead, you focus on getting the most out of life right now.


    FAZ BEM AO EGO , SÓ ISSO-))
    bOB mARLEY

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    1. Não desvalorize as conclusões, Bob. Somos brilhantes todos os dias, é o que é! 😊

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  2. A MÃO A FAZER QUE SEGURA A ÁRVORE É QUE É BRILHANTE

    bOB MARLEY

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    1. Também acho. Na volta, para além de brilhantes, somos almas gémeas!

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  3. Não deve ser coincidência eu seguir 3 blogues em que os autores têm muita pinta a escolher as fotos que acompanham os posts.


    Bob marley

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  4. Bob Marley,

    E não quer partilhar comigo quais são para ver se eu também já os sigo? (Der Terrorist? No Vazio da Onda? O Jumento?) Conte.

    Gracias!

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  5. Como penso que já mencionei pensei que sabia, mas aqui vai

    o der terrorist foi o Manuel António Pina, que mencionou numa das crónicas que tinha no JN, começava sempre o jornal pelo fim

    o vazio na onda foi a partir do seu blog

    e o seu blog é do tempo do concurso do aventar

    para vídeos vejo o site wimp.com, fazem uma selecção de 5 vídeos diários, mas já tiveram melhores dias

    hoje a informação é tanta que a disciplina mais importante que se devia dar numa faculdade ou secundário era "gestão da Informação"


    Bob Marley

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  6. aqui vai um site que faz repensar a 3.ª idade - http://www.daphneselfe.com


    Bob Marley

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  7. O restaurante fica à direita de quem sobe a Rua da Misericórdia, mais para cima, ou à esquerda, de quem a desce. Tem o menu à porta, numa lousa, com os respectivos preços, uma menina à porta simpaticamente a recebernos e alguns sofás (e cadeiras) junto à mesas. Bom ambiente, come-se bem, normalmente cheio. Bom vinho a copo. Mas...não me lembro do nome. Como devo voltar lá para a semana, trago um cartão e digo-lhe.
    Vale a pena. Pelo menos, naquele dia tinha alguns pratos a esses preços. Mas, mesmo os outros não excediam os 10, 12, 13 euros - naturalmente, ao almoço. É possível que ao jantar pratiquem uns preços um pouco diferente.
    Vou ver se descubro o nome. Mas, nem na Net o encontrei (pudera, não fixei o nome!). Fica pelo menos a localização.
    P.Rufino

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