Olá UJM, Estive para lhe enviar isto, outro dia, mas pensei que já conhecia, visto estar num dos Blogues que segue. De facto, vale a pena ouvir este debate, o debate inteiro, mas, mesmo esta parte é reveladora do que se passa hoje na UE. É preciso recuar até 1992 (e até um pouco antes, com a unificação alemã), quando a CEE passou a UE e o Tratado de Maastricht entrou em vigor, apesar de dois referendos de Estado membros que o rejeitaram, embora depois o tenham aceite, sob promessas de algumas alterações, para se perceber o passo de gigante que então se deu, por pressão alemã, com vista à destruição do que se tinha instituído, antes. Seguiram-se o Tratado de Lisboa, ainda pior e depois essa "coisa" a que se dá o nome de Tratado Orçamental, embora com características diferentes. O Euro, que Maastricht previa e Lisboa preparou, reduziu as nossas soberanias monetárias e de seguida político-económicas. Muito haveria a dizer sobre isto, mas não é este o lugar para o fazer, pois obrigava-nos a ocupar demasiado espaço num comentário, o que não seria correcto. Os Bancos Centrais perderam independência decisória económico-financeira, até política, os orçamentos de Estado são objecto de censura prévia pela Comissão Europeia, os resultados eleitorais ignorados, o que importa é o que o Eurogrupo, Berlim e a Comissão pensam, etc. Varoufakis tem razão, assim como Noam Chomsky. Duas pessoas brilhantes. A Alemanha soube aproveitar politicamente a queda da URSS e a unificação alemã que se lhe seguiu, mudou a capital para Berlim e pouco depois, com uma rapidez política impressionante conseguiu impor, em Maastricht as suas ideias para uma Europa segundo a "nova Alemanha", com Berlim como capital. Connosco, conseguiu que deixássemos cair a hipótese de referendo, quando se aprovou o malfadado Tratado de Lisboa, apesar de algumas tentativas nesse sentido (o mesmo se aplicou a outros Estados membros) e depois, devagar e pacientemente, conseguiu fazer aprovar e impor o tal "Tratado Orçamental", que aqui o nosso Parlamento, numa vergonhosa atitude submissão perante Berlim, ou seja Schauble, Merkel e a Comissão, pela parte do PSD, CDS (PAF) e PS/Seguro, aprovou. Dito isto, só espero e sinceramente acredito, que a UE se desfaça, desintegre (e com ela o Euro) e se volte ao antes, ou então se institua um Tratado Europeu onde todos os seus membros tenham iguais direitos políticos e económico-financeiros. E que se volte a dar atenção às questões de carácter social e laboral (além de ambiental). Ou se vai por aí, ou a UE morre. A ALE, com o projecto que tem em cima da mesa, no que respeita às questões orçamentais, de soberania, de austeridade - politico-económicas, que já se vai conhecendo, poderá vir a ser, o carrasco, ou coveiro da UE. E, entretanto, para onde caminha a UE, se olharmos para as perspectivas politicas que se avizinham? P.Rufino
Olá UJM,
ResponderEliminarEstive para lhe enviar isto, outro dia, mas pensei que já conhecia, visto estar num dos Blogues que segue. De facto, vale a pena ouvir este debate, o debate inteiro, mas, mesmo esta parte é reveladora do que se passa hoje na UE. É preciso recuar até 1992 (e até um pouco antes, com a unificação alemã), quando a CEE passou a UE e o Tratado de Maastricht entrou em vigor, apesar de dois referendos de Estado membros que o rejeitaram, embora depois o tenham aceite, sob promessas de algumas alterações, para se perceber o passo de gigante que então se deu, por pressão alemã, com vista à destruição do que se tinha instituído, antes. Seguiram-se o Tratado de Lisboa, ainda pior e depois essa "coisa" a que se dá o nome de Tratado Orçamental, embora com características diferentes. O Euro, que Maastricht previa e Lisboa preparou, reduziu as nossas soberanias monetárias e de seguida político-económicas. Muito haveria a dizer sobre isto, mas não é este o lugar para o fazer, pois obrigava-nos a ocupar demasiado espaço num comentário, o que não seria correcto. Os Bancos Centrais perderam independência decisória económico-financeira, até política, os orçamentos de Estado são objecto de censura prévia pela Comissão Europeia, os resultados eleitorais ignorados, o que importa é o que o Eurogrupo, Berlim e a Comissão pensam, etc. Varoufakis tem razão, assim como Noam Chomsky. Duas pessoas brilhantes. A Alemanha soube aproveitar politicamente a queda da URSS e a unificação alemã que se lhe seguiu, mudou a capital para Berlim e pouco depois, com uma rapidez política impressionante conseguiu impor, em Maastricht as suas ideias para uma Europa segundo a "nova Alemanha", com Berlim como capital. Connosco, conseguiu que deixássemos cair a hipótese de referendo, quando se aprovou o malfadado Tratado de Lisboa, apesar de algumas tentativas nesse sentido (o mesmo se aplicou a outros Estados membros) e depois, devagar e pacientemente, conseguiu fazer aprovar e impor o tal "Tratado Orçamental", que aqui o nosso Parlamento, numa vergonhosa atitude submissão perante Berlim, ou seja Schauble, Merkel e a Comissão, pela parte do PSD, CDS (PAF) e PS/Seguro, aprovou. Dito isto, só espero e sinceramente acredito, que a UE se desfaça, desintegre (e com ela o Euro) e se volte ao antes, ou então se institua um Tratado Europeu onde todos os seus membros tenham iguais direitos políticos e económico-financeiros. E que se volte a dar atenção às questões de carácter social e laboral (além de ambiental). Ou se vai por aí, ou a UE morre. A ALE, com o projecto que tem em cima da mesa, no que respeita às questões orçamentais, de soberania, de austeridade - politico-económicas, que já se vai conhecendo, poderá vir a ser, o carrasco, ou coveiro da UE. E, entretanto, para onde caminha a UE, se olharmos para as perspectivas politicas que se avizinham?
P.Rufino