Que lugar temos nós, seres humanos que compreendem, decidem, riem e choram, neste grande fresco do mundo que a física contemporânea oferece? Se o mundo é um pulular de efémeros quanta de espaço e de matéria, um imenso jogo de encaixes de espaço e partículas elementares, o que somos nós? Somos também nós feitos apenas de quanta e partículas? Mas então de onde vem esta sensação de existir singularmente, e na primeira pessoa, que cada um de nós experimenta? Então o que são os nossos valores, os nossos sonhos, as nossas emoções, o nosso próprio saber? O que somos nós, neste mundo imenso e rutilante?
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Somos parte integrante do mundo que vemos, não somos observadores externos. Estamos situados nele. A nossa perspectiva sobre ele é a partir de dentro. Somos feitos dos mesmos átomos e dos mesmos sinais de luz que os pinheiros nas montanhas e as estrelas nas galáxias trocam entre si. (...)
Temos bisavós em comum com as borboletas e com os larícios. (...)
Aquilo que é especificamente humano não representa a nossa separação da natureza, é a nossa natureza. É uma forma que a natureza assumiu aqui no nosso planeta, no jogo infinito das suas combinações, do influenciar-se e trocar correlações e informações entre as suas partes. Quem sabe quantas e que outras extraordinárias complexidades, em formas porventura completamente impossíveis de imaginar para nós, existirão nos espaços infindos do cosmos... Existe tanto espaço lá em cima que é pueril pensar que neste canto periférico de uma galáxia das mais banais haja algo especial. A vida na Terra não é mais do que uma amostra do que pode acontecer no universo. A nossa alma não é mais do que isso mesmo.
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Física, filosofia, arte, poesia - nas palavras de Carlo Rovelli
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa terça-feira.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa terça-feira.
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