domingo, outubro 18, 2015

Virás comigo desumanamente como vêm as ondas com o vento



De todos os cantos do mundo
amo com um amor mais forte e mais profundo
aquela praia extasiada e nua,
onde me uni ao mar, ao vento e à lua.

Cheiro a terra as árvores e o vento
que a Primavera enche de perfumes
Mas neles só quero e só procuro
a selvagem exalação das ondas
subindo para os astros como um grito puro





Iremos juntos sozinhos pela areia
embalados no dia
colhendo as algas roxas e os corais
que na praia deixou a maré cheia.

As palavras que disseres e que eu disser
serão somente as palavras que há nas coisas
Virás comigo desumanamente
como vêm as ondas com o vento.

O belo dia liso como um linho
interminável será sem um defeito
cheio de imagens e conhecimento.




No fundo do mar há brancos pavores,
onde as plantas são animais
e os animais são flores.

Mundo silencioso que não atinge
a agitação das ondas.
Abrem-se rindo conchas redondas,
baloiça o cavalo-marinho.
Um polvo avança
no desalinho
dos seus mil braços,
uma flor dança,
sem ruído vibram os espaços.

Sobre a areia o tempo poisa
leve como um lenço.

Mas por mais bela que seja cada coisa
tem um monstro em si suspenso.




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As fotografias do mar grande foram feitas este sábado na Costa de Caparica: um mar imponente, lindo, só visto, as gaivotas felizes com tanto mar, um mar que envolvia em espuma misteriosos brancos pavores.

Os poemas, como é bom de ver, são de Sophia de Mello Breyner Andresen.

Lá mais acima era Kris Delmhorst interpretando Sea Fever, música da própria, poema de John Masefield

Por último, "Sea Fever" de John Masefield  é lido por Tom O'Bedlam

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Convido-vos, ainda, a descerem até ao post que se segue para verem as surpreendentes paragens de autocarro nos países da antiga União Soviética.

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