No post abaixo falei dos acéfalos que, com a sua inexistente coluna vertebral e reduzida cabeça, na Comissão, Conselho, Parlamento e demais labirintos europeus do poder, se ensarilham uns nos outros enquanto a Europa é invadida caoticamente por milhares (a tender para milhões) de pessoas sem trabalho, sem nada, apenas com a sua coragem, força anímica e esperança.
Aqui, agora, continuo a falar de temas que me incomodam. Mas, atenção, acho que sei pôr as coisas em perspectiva: aquilo de que agora vou falar em nada se compara com o assunto do post de que acima falei. Aqui falo apenas de trapalhices, chico-espertices, coisas menores. Claro que os assuntos do que vou falar não são inocentes e, se querem que vos diga, até acho que é através de manipulações deste género que, um pouco por todo o lado, os eleitores são manipulados a ponto de se desinteressarem dos seus deveres de cidadania e deixarem o seu destino entregue a gente incompetente, paus-mandados, vendidos.
Mas, enfim, agora nem vou por aí para que nem pensem que padeço da mania da perseguição. Não padeço.
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Quero falar agora um pouco das sondagens com que o Expresso pretende desviar as atenções dos (e)leitores. Agora saíram-se com uma: de que o PS terá mais votos e os Pafs mais mandatos - e, em volta disso, montaram a barraca e estão a fazer um circo.
Os pafiosos artistas que por aí andam a ver se enganam mais uns quantos: é o enganam...! |
E é nisto que os eleitores se deverão concentrar. Não é em larachas, bocas dos comentadores-avençados nem em especulações feitas em volta das ditas sondagens.
Gostava de vos dizer, ainda que de forma sumária, como é que se faz uma sondagem (e, acreditem, sei do que falo).
Uma vez sabendo-se o que se pretende perguntar (e, neste caso, é simples: nas próximas eleições, em quem é que vai votar?), começa por se identificar uma amostra significativa para que os resultados obtidos representem a totalidade da população.
Uma vez sabendo-se o que se pretende perguntar (e, neste caso, é simples: nas próximas eleições, em quem é que vai votar?), começa por se identificar uma amostra significativa para que os resultados obtidos representem a totalidade da população.
Uma amostra significativa deve ter as mesmas características que a população.
Exemplifico com números completamente ao acaso: se a população for 52% feminina e 48% masculina, a amostra também o deve ser. Idem para a repartição etária, idem para a escolaridade, idem para o que for relevante em termos de comportamentos eleitorais.
Além disso, há que definir a dimensão da amostra de modo a que os resultados caiam dentro dos intervalos de confiança admissíveis. Por exemplo, se a amostra for tão reduzida que a confiança dos resultados seja rudimentar, então não serve, ter-se-á que arranjar mais inquiridos - mas, atenção, respeitando a caracterização acima descrita.
Caso se pretenda chegar, numa sondagem, ao número de deputados eleitos, dever-se-á ter uma amostra segmentada por forma a poder obter valores distritais, ou seja, deverei ter amostras significativas por distrito ou, pelo menos, para os mais representativos.
Ora, do que vi na ficha técnica da amostra do Expresso, a amostragem não foi distrital mas, sim, regional (5 regiões) e apenas responderam telefonicamente cerca de 1500 pessoas, ou seja, cerca de 300 pessoas por região. Ou seja, as amostras não representam as idiossincrasias reais, distritais, e, além disso, as extrapolações foram feitas, certamente aplicando de forma muito livre o método de Hondt, dada a sua escassa representatividade.
O método Hondt é um modelo matemático utilizado para converter votos em mandatos com vista à composição de órgãos de natureza colegial. Caracteriza-se, essencialmente e de modo simples, pelo facto de o número de eleitos por cada candidatura concorrente a um determinada eleição ser proporcional ao número de eleitores que escolheram votar nessa mesma candidatura. Ora, no âmbito deste sistema existem várias fórmulas ou modelos matemáticos que podem ser utilizados para transformar votos em mandatos a atribuir às candidaturas concorrentes a certa eleição, sendo o método de Hondt um deles. O método de Hondt, integra a categoria dos métodos de divisores - por contraposição à categoria dos métodos de maiores restos - pois a operação matemática consiste precisamente na divisão do número total de votos obtidos por cada candidatura por divisores previamente fixados, no caso 1, 2, 3, 4, 5, e assim sucessivamente.
Através da aplicação do método, pode haver partidos com votos em número razoável que não consigam eleger deputados. Por isso, acontece que as pessoas, votando em pequenos partidos, acabam frequentemente por desperdição votos.
E essa é uma das armas dos PàFs: ao estarem juntos (PSD+CDS), aproveitam cada voto ao passo que a esquerda (PS, PCP, BE, Livre, AGIR, etc, etc, etc), estando dividida por vários partidos, nomeadamente em vários pequenos partidos, desperdiça um número enorme de votos.
Voltando à sondagem do Expresso: dada a natureza simplista da amostragem e, portanto, da própria sondagem, dificilmente se poderá atribuir grande credibilidade às conclusões que dali se retiraram.
Que, de um exercício que parece rudimentar, se tenha feito o filme que se fez, com os comentadores a caírem em cima do assunto como se de uma realidade se tratasse, é extraordinário. E que se tenham dado ao desplante de anunciar o que fará Cavaco perante tal situação, ainda mais extraordinário (e ridículo!) é. Liga-se a televisão e parece que já estão a falar de resultados finais e que o que está em causa já é perceber como é que o governo dos pafientos vai funcionar. Tretas. Manipulações desavergonhadas.
Do que me parece ver da ficha técnica da sondagem do Expresso, se alguma credibilidade ela puder ter, será ao nível de votos (não de mandatos) e, como bem refere Pedro Magalhães, dadas as dispersões de resultados entre agências - em que há resultados para todos os gostos - aquilo para que se poderá prestar alguma atenção é para tendências.
Por isso, meus Caros, não nos deixemos manipular pelo Dr. Balsemão, o patrão do Expresso e da SIC, o ex-director do steering committee do Bilderberg (e que agora designou como seu sucessor o nulo-perfeito Durão Barroso).
Não é por acaso que ao Clube Bilderberg se chama o "governo-sombra mundial". Muito do que se passa no mundo é ali, sigilosamente, discutido e decidido. É gente não eleita, não escrutinada. É gente que usa os meios ao seu dispor para pôr e dispor no mundo, é gente que se serve de peões que, criteriosamente, são postos e removidos dos tabuleiros do poder, conforme as circunstâncias. Jornalistas, advogados, políticos.
Foquemo-nos, pois, na análise que importa para podermos decidir o nosso voto, não nos deixemos usar como fantoches.
A questão a resolver é simples:
- Queremos mais 4 anos de Láparo e vice-irrevogável?
- Ou queremos que vão dar banho ao cão?
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Tirando isso, podemos olhar para algumas informações.
Resultados das Eleições 2011
Evolução das sondagens desde Maio 2015
Portanto,
- Em 2011 o PS obteve 28,1% dos votos, enquanto agora as sondagens o dão com um resultado entre 33 e 36%
- Em 2011 o PSD obteve 38,6% e o CDS 11,7%, ou seja, os PàFs tiveram 50,3% e agora as sondagens dão-nos com entre 35 e 38%.
Ou seja, o eleitorado, a ajuizar pelas sondagens, põe o PS a subir 5 a 8% desde as últimas legislativas enquanto dá aos Pàfs uma tareia de 12 a 15% dos votos.
Portanto, vir agora o Expresso -- e todos os papagaios que acefalamente se seguem uns aos outros --falar de uma dinâmica de vitória dos PàFs é de a gente se rir.
Como ontem já o disse, tenho cá para mim que vão ter uma surpresa pois intuo que o PS vai ter resultados mais altos e que os PàFs mais baixos e que, portanto, o Cavaco não vai ter que se maçar. Irá dar o lugar de primeiro-Ministro a António Costa e o resto são balelas dos meninos do Expresso. E eu, o que espero, é que, a seguir, António Costa forme um governo de gente qualificada e séria que pense, acima de tudo, nos portugueses.
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E o que eu penso é que, pelos nossos filhos e pelos filhos dos nossos filhos, não devemos desistir de acreditar nem de lutar - muito menos de votar.
E temos que acreditar num futuro decente, que traga de volta a esperança e o respeito ao nosso País.
'Love', uma escultura do ucraniano Alexander Milov |
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E já é tardíssimo e o meu sábado não foi nada descansado. Não consigo reler o que escrevi pelo que vos peço que relevem gralhas que por aí andem. Vou dormir. E é a mim própria que, pela voz da Melody Gardot, desejo:
Good night
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Relembro que, no post a seguir, falo da cambada que, enquanto o mundo arde, anda despreocupadamente a dar cabo da Europa.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo dia de domingo.
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Agradeço todas as explicações que nos dá neste seu post,
ResponderEliminare acredito mais em si do que no Expresso que também
deixei de comprar há anos.
Mas mmartelam tanto...tanto...tanto...que alguma
influência há-de ter nalgumas cabeças.
Nunca estive tão desejosa que o dia 4 aconteça e que
lá pelas 22 h. possa descansar.
Mas até pela campanha se vê que o António Costa não tem
medo de andar no meio das pessoas e é acarinhado, e o
Passos Coelho é tudo tão diferente.
Bom domingo.
Bj.
Irene Alves
E porque acha que um "nulo-perfeito" como durão foi nomeado director do bildelbeg e já antes fora "fabricado" para ser pm portugês para prestar serviço a bush-blair sobre o Iraque e depois "enviado" em comissão para a frente Europa?
ResponderEliminarE tudo isto depois de andar uns meses a "preparar-se" nas "universidades" americanas em regime de quase secretismo. Secretismo, área de saber em que se especializou por lá e aplicou por cá quando, subrepticiamente, enganava António Vitorino candidatando-o enquanto, nas costas deste, tratava da sua própria candidatura, provavelmente, impostas pelos mesmos da reunião dos Açores por ser de maior confiança.
Sabe, certamente, do que estou a falar.
As sondagens, como aqui explica, são, hoje em dia, uma forma manipulação, muito bem pensada e preparada. Mas, a verdade é que depois, confrontadas com a realidade, falham. E falham porque o objectivo é influenciar os eleitores (que hoje não se deixam manipular, sabem bem o que querem e ainda mais o que não querem). Ainda há pouco ouvia uma senhora, algures neste Portugal profundo, a dizer a propósito de um Partido mais pequeno, não recordo qual, que "como as pessoas não os conhecem bem, acabam por votar naqueles 2 do costume (leia-se PSD, PS).
ResponderEliminarVeja-se hoje o que se passou na Grécia quando as tais sondagens procuravam influenciar o voto para a Nova Democracia (que levou a Grécia ao desastre, tal como este governo, PSD/CDS): acabou por ser Tsipras, uma vez mais, o vencedor - de forma clara. Para desgosto da cambada do Eurogrupo. Não quer dizer que os Gregos vão ficar bem, mas, seguramente, que com a Nova Democracia a Austeridade iria doer ainda mais. Portanto, nestas sondagens do Expresso e outras fantasias, ainda vamos ver alguma surpresas - como a derrota, por vários furos, dos PaF, a vitória do PS, a subida do BE, face à combatividade e extraordinária prestação de Catarina Martins nesta campanha, a subida do PCP, há muito (?), ao que parece, previsível e se calhar a eleição de deputados do Livre e do PDR (de Marinho Pinto). E depois? Depois...se verá! Por mim, desde que a extrema-direita, PSD/CDS, perca as eleições, excelente!
P.Rufino
Isso mesmo PRufino. Que a coligação perca as eleições. O resto são conversas...
ResponderEliminarBoa noite! Eles andam a lembrar as mulheres que têm que se afirmar na sociedade por meio de comentários susceptiveis a indignação das mesmas, tudo propositadamente- para lembrarem que existe a Catarina Martins-ora quanto mais a esquerda se dividir melhora para a cambada do PàF-pois quem é de direita sao os que votam neles votam nao estao indecisos, são grande parte ignorantes, e os outros do triunfo dos porcos.
ResponderEliminarV.