sexta-feira, maio 01, 2015

Os deuses do mar


No post abaixo poderão visitar a Feira dos Descobrimentos em Lagos e, mais abaixo ainda, poderão ler o que escrevi depois de ter visto Mário Centeno na televisão (na TVI, mais propriamente) a dar conta, com limpeza e souplesse, dos que tentaram lançar confusão sobre as suas ideias que são claras e bem fundamentadas.

E falei ainda da Manuela Ferreira Leite - e daqui lanço um alerta ao Marco António Costa: é bom que não se atreva a passar por perto dela, a bem da sua segurança física. O pó que ela mostrou ter-lhe faz temer que o estraçalhe na primeira oportunidade.

Mas, enfim, isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra e é com os pés na água.

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Há pombos que não se acomodam às ruas da cidade, ao milho atirado por caridade, à vida rotineira e rente ao chão. Aqui, na beira do mar, nos buracos das falésias, vim descobrir pombos (ou serão rolas?) que se acolhem, que se juntam, e por ali ficam protegidos dos ventos e do sol, contemplando o incessante bailado das ondas, ouvindo o som dos deuses que habitam o fundo do mar, esse som que vem de longe para aqui se vir espraiar, envolto em espuma e paz.

A beleza destas praias é imensa, uma beleza em estado muito puro. Mesmo assim, procuro os lugares sem ninguém, ando pelas rochas, entro nas grutas, aspiro o cheiro dos limos, acompanho o olhar das gaivotas, procuro o horizonte que se desfaz em luz, maresia, lonjura, saudades, sonhos. 

Por estas bandas encontra-se às vezes gente que por aqui se vai deixando ficar, gente errante, olhar desligado, sol na pele, sal nos cabelos. Percebo-os: quando destes mares se recebe o cheiro, o som, a frescura, o dom da felicidade intensa, torna-se difícil virar-lhe as costas e voltar a enfrentar o rolo compressor dos dias tristes e sem história.

Aves de arribação que se recusam a partir de um sítio onde se sentem em casa - talvez.

Mas há os outros, como eu, que partem e sempre voltam, e voltam a partir para logo voltarem, como se aqui tivessem raízes, como se este mar chamasse por eles, como se aqui estivesse parte do seu destino.


Porto de Mós - Lagos























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Maria Bethânia interpreta Iemanjá Rainha Do Mar

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela sexta-feira.

E, sendo Dia do Trabalhador, o que eu desejo é que rapidamente voltemos a entrar num ciclo de desenvolvimento económico e de franca recuperação de emprego e de esperança.

Ou seja, o que desejo é que nas próximas eleições o voto seja nesse sentido e que quem ficar com esse voto faça bom uso dele.

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