domingo, maio 17, 2015

Noite dos Museus em Lisboa - Arte e Decoração [3º de 5 posts]


Primeiro abre-se a porta
por dentro sobre a tela imatura onde previamente
se escreveram palavras antigas: o cão, o jardim impresente,
a mãe para sempre morta.





Anoiteceu, apagamos a luz e, depois,
como uma foto que se guarda na carteira,
iluminam-se no quintal as flores da macieira
e, no papel de parede, agitam-se as recordações.




Protege-te delas, das recordações,
dos seus ócios, das suas conspirações;
usa cores morosas, tons mais-que-perfeitos:
o rosa para as lágrimas, o azul para os sonhos desfeitos.




Uma casa é as ruínas de uma casa,
uma coisa ameaçadora à espera de uma palavra;
desenha-a como quem embala um remorso,
com algum grau de abstracção e sem um plano rigoroso.






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As fotografias mostram salas do Palácio da Ajuda

(A última mostra o grande salão dos banquetes oficiais oferecidos pelo Presidente da República)

O poema é de Manuel António Pina de Como se desenha uma casa

Yo-Yo Ma interpreta Bach Cello Suite No.1 - Prelude

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