Tarde de primavera no campo. As cores, as flores, os odores, a exuberância da natureza, a fertilidade da terra, os frutos que começam a ganhar corpo, tudo me parece ter uma existência transcendente. Não interfiro em nada, nada tem sido regado, cortado ou tratado, tudo existe por si, na sua imensa sabedoria, reproduzindo-se, renascendo, com um vigor feliz.
Logo à chegada, uma surpresa muito boa: uma nova ave do paraíso, indecente no seu colorido intenso, já tinha chegado. Ainda lá estava a sombra da do ano passado e eis que a nova já se ergue, tremendamente vaidosa.
E as flores estão por todo o lado, na terra, rodeando os caminhos, tombando dos canteiros, muito belas, cores alegres, puras.
E os pinheiros estão cheirosos, enormes, esgueirados, carregados de pinhas, verdadeiros cachos de pinhas. Serão preciosas para a salamandra e para a lareira quando vier o tempo frio.
Ainda não há muito o meu pai plantou este pinheiro aqui abaixo, teria um palmo. E agora já quer rivalizar com os montes ao longe, um adolescente espigado.
E junto das laranjeiras há um perfume intenso, doce, e não tarda as pequenas laranjas começarão a crescer e ganhar cor.
As nêsperas estão ainda bebés, com penugem, mas não tarda terão as cores do sol e o açúcar todo da terra.
Claro que me dá vontade de me virar para as pinturas, tentar passar para as telas as cores, a doçura, o calor bom que vem de dentro da terra. Mas o tempo não deu. Limitei-me a olhar para a mesa dos materiais e pensar que tenho que a arrumar - ou dar-lhe uso.
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A música é Vanguard - Sara Serpa & Ran Blake; e agradeço ao Leitor que me deu a conhecer este bom som.
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Descendo um pouco mais, do campo poderão circular em Lisboa.
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Que Lindo está o " in Heaven " !
ResponderEliminarProporcionará, sem dúvida,belos momentos de Paz e recuperação, bem necessários .
Melhores Cumprimentos
Vitor