Não sou de me pintalgar, muito menos perder séculos a maquilhar-me. Não uso base, não disfarço imperfeições, não tapo rugas. Só uma vez pus base e fiquei com a pele lisinha, perfeitinha. Fui trabalhar a sentir-me mal por ir com a pele assim, coberta demais; prefiro sentir a pele nua. Lembro-me que nesse dia o presidente da empresa olhou para mim, como que intrigado, e perguntou para um colega meu 'mas o que é que ela tem que até parece que está mais bonita?'. Eu, que já ia incomodada, ainda mais incomodada fiquei, como se me estivesse a prestar a um embuste. Nunca mais.
Mas uso um creme hidratante, por vezes ponho um blush ligeiro nas maçãs de rosto, geralmente num tom pêssego claro, e ponho uma sombra na pálpebra superior, coisa leve, agora em tom lilás, e, junto à base das pestanas superiores, aplico um traço esbatido em tom cinzento esverdeado claro. Depois ponho um pouco de rimmel ligeiro nas pestanas superiores.
Por vezes, nos lábios ponho um gloss em tom framboesa ou pêssego ou rosa (consoante o tom da roupa), tom ligeiro e natural também.
No fim de semana nada, quanto muito um risquinho leve na pálpebra superior, coisa só para dar algum arzinho da minha graça. Nas férias a mesma coisa, nada.
Mas isso não quer dizer que não aprecie ver uma maquilhagem equilibrada, elegante, das que valorizam o rosto das mulheres. Aliás, não me importava de um dia me pôr nas mãos de alguém que me ponha a parecer uma diva, só para me ver assim. Se calhar não saía depois à rua mas não faria mal, era só para experimentar.
De manhã, lá na empresa, na casa de banho, grande parte das mulheres pousa a bolsa de maquilhagem na bancada e desata a transformar-se. Por vezes, especialmente as mais novas, pintam-se umas às outras, experimentam, e sabem de novas tendências e assim. E eu acho graça mas nunca me deu para me pôr em números desses, muito menos em público, colectivamente.
No outro dia li que há um livro que tem vendido como pãezinhos quentes, escrito por uma maquilhadora, em que ela ensina, com fotografias, alguns truques de maquilhagem. As mulheres, de uma forma ou de outra, gostam de pensar que, se quiseram, podem ficar lindas, podem ficar parecidas com outras.
Eu já uma vez o contei. Quando fiz quarenta anos, cortei o cabelo quase rapado, a la Jean Seberg, pintei-o de louro claríssimo e pus umas lentes de contacto em azul muito azul, da cor dos olhos das bonecas. Ainda me lembro de me ver ao espelho e de ficar admirada. Era e não era eu. Nunca mais. Não me interessa ser quem não sou.
Mas, dito isto, é um vídeo de maquilhagem que vou mostrar. Há graça na forma como as mulheres se embelezam e as maquilhagens Chanel têm sempre aquele toque de discreto requinte que me encanta (pena serem caras).
Spring 2015 CHANEL Makeup: COLLECTION RÊVERIE PARISIENNE
COLLECTION RÊVERIE PARISIENNE
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