Poucas coisas nesta vida não se podem traduzir através de modelos matemáticos. Mesmo quando tal não é evidente, podem estabelecer-se paralelismos virtuosos.
Por isso é tão importante que a matemática seja percebida, estudada, praticada. Muitas vezes, ao longo da minha vida, mesmo sem me dar conta, ocorre-me pensar como se estivesse a resolver equações ou inequações, apresentem-se elas na sua simplicidade ou em sistemas ou, mesmo, em complexos modelos.
Por exemplo, muitas vezes penso que, estando perante um caso específico, se trata de uma equação indeterminada. Ou seja, qualquer solução é boa, qualquer coisa serve, tanto dá. É o caso típico das conversas populistas, demagógicas. Diz-se o que calha, usa-se tom de voz bem colocado, assume-se uma atitude corporal convincente, vai-se de encontro ao que os outros esperam e qualquer mensagem lá encaixa, uma coisa ou o seu contrário.
Há outros casos em que há várias soluções possíveis - não há uma solução mas várias. Aí, querendo chegar-se a uma única solução, podem activar-se sistemas de optimização que analisam qual a que, de entre as várias soluções possíveis, optimiza a função objectivo. A arte está em perceber qual a função objectivo ou seja, o que é que verdadeiramente importa para chegar a uma escolha. Aqui se perdem muitas vezes as grandes oportunidades. Muitas vezes, por não saber valorizar correctamente o que deveras importa, se reage erroneamente, fazendo opções medíocres quando se poderiam obter soluções óptimas.
Outras, as mais difíceis, são as impossíveis. Não há solução possível. As restrições que estão presentes são de tal ordem que impedem que haja solução para o problema. Odeio estas pois, por mais voltas que se dê, não se consegue desencantar uma solução possível. Nestes casos, ou o problema está mal formulado e é bom que não se desista sem analisar bem esse aspecto ou é para esquecer. Quantas vezes perante a evidência (comprovada) de uma impossibilidade as pessoas persistem num caminho que não leva a lado nenhum? Não vale a pena.
Mas, na matemática, há também a geometria. Por acaso sempre preferi mais a álgebra, para mim a beleza pura está na álgebra; a geometria sempre foi, para mim, pouco mais que uma inevitabilidade. Mas, por exemplo, pensemos nas rectas paralelas, as tais que nunca se encontram. Na vida real há milhões de exemplos, vidas que nunca se cruzam, assuntos que nunca se tocam. Uma vida inteira pode não ser suficiente para que duas pessoas que teriam tudo para ser inseparáveis até à morte nunca cheguem sequer a saber da existência uma da outra ou que grandes descobertas científicas nunca se atinjam.
E há as rectas convergentes, que podem ser boas se do encontro não resultar uma explosão destrutiva, e as divergentes em que, adeus, bye bye, cada um ou cada coisa vai à sua vida.
E há as que deslizam tangencialmente e as que tombam como se fossem mergulhar, fundir-se, mas não, continuam a navegar à superfície, sem tocar a linha de água, esquivas, uma espelhando-se na outra, vigiando-se mas nunca se tocando.
Mas é a matemática como a contabilidade, um registo passivo da realidade que já foi? Não, a matemática tem vida própria, há variáveis que influenciam outras variáveis, há modelos que permitem a simulação e, com base nos resultados dessa simulação, uma melhor decisão. Claro que não é qualquer gaspar que formula correctamente um bom modelo matemático, tem que haver arte, empatia, sensibilidade. Tem que se tratar um modelo como se trata uma pessoa, com respeito, com grande atenção, querendo percebê-lo, querendo dar-lhe tudo aquilo de que ele necessita.
Quem não ama a matemática com a envolvência dos verdadeiros amores, olha de outra forma o reflexo de um veleiro que desliza num rio que faz, ele também, a sua própria caminhada, ou a inclinação de uma cidade que vem inocentemente debruçar-se sobre o azul, ou a forma como bate o coração daquele que veio docemente instalar-se no nosso coração.
Quem não ama a matemática com a envolvência dos verdadeiros amores, olha de outra forma o reflexo de um veleiro que desliza num rio que faz, ele também, a sua própria caminhada, ou a inclinação de uma cidade que vem inocentemente debruçar-se sobre o azul, ou a forma como bate o coração daquele que veio docemente instalar-se no nosso coração.
Querida Jeitinho,
ResponderEliminarPara a geração que aprendeu pela tabuada do Ratinho, que dolorosas são as matemáticas modernas e que dificil é a resolução de certas equações.
Quem me dera saber descomplicar.
Um beijinho e votos de uma semana tranquila.
Se A é o sucesso, então é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X, Y é o lazer e Z é manter a boca calada. - A . Einstein
ResponderEliminarOH MULHERES,de sucesso,ainda atormentais a vida a um pobre,de média 12.5 ? anos 60,quase nos,70.Tende "piedade"...Boa semana! Falamos de matemática...
ResponderEliminarAula De Matemática
ResponderEliminarTom Jobim
Pra que dividir sem raciocinar
Na vida é sempre bom multiplicar
E por A mais B
Eu quero demonstrar
Que gosto imensamente de você
Por uma fração infinitesimal,
Você criou um caso de cálculo integral
E para resolver este problema
Eu tenho um teorema banal
Quando dois meios se encontram desaparece a fração
E se achamos a unidade
Está resolvida a questão
Prá finalizar, vamos recordar
Que menos por menos dá mais amor
Se vão as paralelas
Ao infinito se encontrar
Por que demoram tanto os corações a se integrar?
Se infinitamente, incomensuravelmente,
Eu estou perdidamente apaixonado por você.
ah! A Matemática!
ResponderEliminarRir faz bem !!!
Um matemático, um físico e um engenheiro de Lisboa, viajavam no Minho, de combóio, quando viram através da janela uma vaca preta.
O engenheiro comentou: que engraçado. No Minho as vacas são pretas.
-Hmm..., disse o físico: O sr. engenheiro quer dizer que algumas vacas do Minho são pretas...
- Não, não!, disse o matemático. Apenas sabemos que há pelo menos uma vaca no Minho e que um dos seus dois lados é preto.
Matemáticas..
ResponderEliminarComentador desportivo que no jogo Porto-Setúbal, dizia muito seguro de si, após mais um golo de Jardel:
"Agora Jardel tem 18 golos marcados, quase o dobro dos golos marcados por Nuno Gomes que tem 9"
Matemáticamente correcto.
ResponderEliminarEstá provado que festejar o aniversário é saudável.
A OTD mostra que aqueles que mais vezes festejam os seus anos mais velhos se tornam.
*Matematicamente....ressalvo.
ResponderEliminarPOESIA MATEMÁTICA
ResponderEliminarÀs folhas tantas
Do livro matemático
Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base,
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo octogonal, seios esferóides.
Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela
Até que se encontraram
No Infinito.
"Quem és tu?" indagou ele
Com ânsia radical.
"Sou a soma dos quadrados dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
- O que, em aritmética, corresponde
A almas irmãs -
Primos-entre-si.
E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Retas, curvas, círculos e linhas sinoidais.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclideanas
E os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E, enfim, resolveram se casar
Constituir um lar.
Mais que um lar,
Uma perpendicular.
Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade
Integral
E diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
Muito engraçadinhos
E foram felizes
Até àquele dia
Em que tudo, afinal,
Vira monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
Frequentador de Círculos Concêntricos.
Viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.
Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais Um Todo,
Uma Unidade. Era o Triângulo,
Tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era a fração
Mais ordinária.
Mas foi então que o Einstein descobriu a Relatividade
E tudo que era espúrio passou a ser
Moralidade
Como, aliás, em qualquer
Sociedade.
MILLÔR FERNANDES (1923-2012)
ROMANCE INGÉNUO DE DUAS LINHAS PARALELAS
ResponderEliminarDuas linhas paralelas
Muito paralelamente
Iam passando entre estrelas
Fazendo o que estava escrito:
Caminhando eternamente de infinito a infinito
Seguiam-se passo a passo
Exactas e sempre a par
Pois só num ponto do espaço
Que ninguém sabe onde é
Se podiam encontrar
Falar e tomar café.
Mas farta de andar sozinha
Uma delas certo dia
Voltou-se para a outra linha
Sorriu-lhe e disse-lhe assim:
"Deixa lá a geometria
E anda aqui para o pé de mim...!
Diz a outra: "Nem pensar!
Mas que falta de respeito!
Se quisermos lá chegar
Temos de ir devagarinho
Andando sempre a direito
Cada qual no seu caminho!"
Não se dando por achada
Fica na sua a primeira
E sorrindo amalandrada
Pela calada, sem um grito
Deita a mãozinha matreira
Puxa para si o infinito.
E com ele ali à frente
As duas a murmurar
Olharam-se docemente
E sem fazerem perguntas
Puseram-se a namorar
Seguiram as duas juntas.
Assim nestas poucas linhas
Fica uma estória banal
Com linhas e entrelinhas
E uma moral convergente:
O infinito afinal
Fica aqui ao pé da gente.
JOSÉ FANHA
Matemáticos,vou vingar-me: SIGAM A SEQUÊNCIA...1-2-3-4-5-6-Continuem>>>>,quando encontrarem um erro CONPARTILHEM,por favor !
ResponderEliminarSe a "MTEMÁTICA",é exata...claro que não há erro! No entanto...está perto !NÃO O COMPARTILHEM ! Agora a brincar,1/2 morto,é igual a 1/2 vivo? É ! multiplicando 2 frações,por um mesmo número,o resultado final...não se altera? Se aplicarmos o princípio,ao que disse acima...1/morto=1/vivo,não bate nada certo!Bom dia aos amigos ,que por aqui encontram como eu razão para não "RITUALIZAR"a vida que tanto gostamos! E um grande obrigado,á DONA DA CASA ,que tão bem recebe...
ResponderEliminarAh, hoje estou meio morta!!!! (mas 100% viva).
ResponderEliminarRacionais misturados com vida e morte é capaz de levar a uma hipotenusa irracional.