sexta-feira, janeiro 30, 2015

Daniela Hanganu a bela portuguesa-moldava que desfila para a Chanel. E a evolução do conceito de beleza feminina ao longo dos tempos.


Esta coisa dos blogues é uma maçada: a gente vai escrevendo e o que escreveu vai ficando lá para baixo, antiquado, esquecido. Claro que grande parte das coisas é o que merece mas há outras que eu gostava que estivessem sempre à vista. Uma das que eu gostava que ficasse aqui sempre bem visível para ver se a gente não se esquece dela é a que escrevi sobre a Prova dos professores contratados. A prova a que estas pessoas foram submetidas é uma afronta e não apenas a eles mas a todos nós, mansarrões e hipócritas, que permitimos que alguns portugueses sejam humilhados daquela forma. Aquela prova é uma coisa tão absurda, tão velhaca que deveria ser denunciada todos os dias, em todo o lado. De um Estado de direito não se espera que se porte de forma torpe, humilhando alguns cidadãos. Não se espera e não se deve admitir!

Mas é assim, textos que se sucedem, ideias que parecem misturar-se, e, aos poucos, tudo vai sendo esquecido.

Além disso, há uma ideia que não me larga: eu devia ver se conseguia organizar o Um Jeito Manso de uma forma mais compartimentada para que não dê ideia que cubro tudo com um manto de frivolidade. Tenho que averiguar, como disse no outro dia.

Mas, para já, adiante.

No post abaixo já falei da situação em volta da Grécia, com o mundo a aproximar-se deles e a abrir-lhes espaço para que possam tentar descobrir o caminho para a salvação da Europa, e com o saloio do láparo e de mais uns quantos desorientados que para aí andam armados em princesas ressabiadas a mostrarem a sua falta de maneiras (e de tino).

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a coisa é diferente, muito diferente.


The CHANEL Spring-Summer 2015 Haute Couture show took place on January 27th, 2015 at the Grand Palais in Paris.







Moda, beleza, trapos: coisa de mulheres, portanto.


E, no entanto, quão mais fácil é a vida quando abrimos espaço para assuntos assim, rêveries, frescuras, frioleiras.

A primavera ainda se sente bem longe mas já faz saber que o verão nos chegará suave, floral, cheio de tules, folhos, levezas, véus. 

Chanel, como sempre em grande estilo, já começou a marcar o tom e tudo é profissional, perfeito, belo como se fosse coisa de amadores amantes. 

Ou seja, o desfile de primavera/verão teve a beleza habitual que não sabemos classificar, qualquer coisa entre o efémero e o eterno; e, este ano, trouxe uma novidade que nos diz qualquer coisa em especial: um rosto português.



A menina tem dezassete anos e é linda. 


Daniela Hanganu desfilando Chanel

Corre-lhe nas veias sangue moldavo mas veio para Portugal aos 5 anos: chama-se Daniela Hanganu e a Central Models, que a agencia, mostra-a inocente, com a frescura da adolescência e, para que não haja enganos, descreve-a com objectividade, informação numérica sempre que possível:




altura 1.75 | confecção 36 | busto 81 | cintura 63 | anca 90 | sapatos 38 | olhos verdes | cabelo loiro


Karl Lagerfeld, que não dorme na forma nem brinca em serviço, já a incorporou nas suas hostes e a menina ali esteve, fresca, linda, desfilando entre as mais lindas, entre as melhores.

Ao vê-la, nas imagens do desfile, parecendo já quase uma mulher, pensei: o que é a beleza? Agora a beleza feminina tem um ar natural, quase nude, saudável, inocente, suave, próxima da natureza.

Mas como tem sido diferente ao longo dos tempos! De tantas mulheres de quem lemos uma beleza que atraía os homens como uma poção mágica, vemos representações gráficas que as mostram desengraçadas, apessoadas, cheias de pneus. A outras, que recentemente ditaram tendências, olhamo-las agora como infelizes, mal alimentadas. Tudo muda. Com algumas excepções que atravessam os tempos como estrelas intemporais, a beleza feminina é um conceito abstracto que vai mudando.




Claro que eu me mantenho fiel às minhas origens: de todas, de todos os lugares, de todos os tempos, aquelas de quem eu gosto de dizer que descendo é das etruscas. E nem será em especial pela beleza física: é mais pela liberdade e pela modernidade que as caracterizava. Acho que me teria sentido muito bem sendo uma delas.




Mas a minha genealogia não é para aqui chamada pelo que passo ao que quero mostrar-vos: a evolução do conceito de corpo feminino ideal.


Women's Ideal Body Types Throughout History


3.000 anos de mudança de estereótipos num vídeo de 3 minutos



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Aproveito a faço a ponte para outro domínio

500 Years of Female Portraits in Western Art  por Philip Scott Johnson





Música:
Bach's Sarabande from Suite for Solo Cello No. 1 in G Major, BWV 1007 performed by Yo-Yo Ma

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E ainda para outro:


Big Ballet 




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Como definir, pois, a beleza feminina?

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Antes de me despedir por agora, permitam que  relembre: sobre a Grécia, as nuvens que a cobrem (ou não), o seu futuro e a esperança que se antevê no horizonte, e, em contra-mão, os tugas-aventesmas de mau agoiro que por aí pairam, falo já a seguir.

PS: E o Paulo Portas que se cuide que o Ricardo Salgado está a ensaiar o número que aí vem; e pode muito bem acontecer que esteja a preparar-se para fazer a folha a Paulo Portas (quanto ao Cavaco não precisa de ajuda, ele próprio se encarrega de se auto-enterrar).


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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma boa sexta-feira.
E sejam felizes, está bem?

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6 comentários:

  1. Na antiga e desaparecida Etrúria, as mulheres participavam nos banquetes com os homens, um sinal de liberdade e de uma certa igualdade, prática essa criticada pelo grego Teopompo (ou Theopompus), que estava habituado a que fosse determinado tipo de prostitutas, como as Hetairai (Hetaira), a constituir a companhia feminina dos homens. As mulheres Etruscas tinham direitos civis e financeiros (o que as distinguia de outros povos, como os gregos) e os Etruscos consideravam o casamento importante, mais do que um mero arranjo com vista à reprodução, como era a “norma” de então, seguida por outros povos.
    Mas, á as antigas egípcias, de acordo com Heródoto, gozavam também de um maior controlo sobre as suas vidas, mais do que as suas congéneres gregas, podendo, inclusivamente, serem elas a iniciar o divórcio. E podiam ser comerciantes, indo com total liberdade aos mercados negociar.
    (Um relato curioso de Heródoto, sobre os hábitos que constatou no Egipto, foi “o de as mulheres urinarem de pé e os homens de cócaras, embora com decoro”).
    P.Rufino

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  2. O alentejo é uma terra
    Cheia de moças airosas
    Pr'a passear à tardinha
    Alentejanas e amorosas

    O alentejo é uma cantiga
    Com quadras das mais formosas
    Cantemos à desgarrada
    Alentejanas e amorosas

    O alentejo é um jardim
    Plantado de flores vistosas
    Do malmequer ao jasmim
    Alentejanas e amorosas

    O alentejo é uma tristeza
    Suas canções dolorosas
    Pr'a cantar á despedida
    Alentejanas e amorosas

    O alentejo é um encanto
    Uma braçada de rosas
    Vou bailar com meus amores
    Alentejanas e amorosas

    As cantigas e as mulheres
    É bom que sejam mimosas
    Pr'a ficarem no sentido
    Alentejanas e amorosas

    Vitorino


    Homenagem às alentejanas.

    Beijinho

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  3. "Um alentejano entra num café e ao balcão pergunta à rapariga:
    Bôm dia menina! Queria um café e um pastéli de nâta. Más diga-me um coisa, os pastês são dôji?
    A menina, airosa e atenciosa: Bôm dia Sê Maneli! Os pastélis são dônti!
    Ah! Então menina, quero um croqueti. Más, diga-me uma coisa, os croqueti são dôji?
    A menina, sempre airosa e atenciosa: Nâ, Sê Maneli! Os croqueti também são dônti!
    Ah! Então menina, quero um pastêli de bacalhau. Más, diga-me uma coisa, os pastêlis de bacalhau são dôji?
    A menina, sempre airosa e atenciosa: Nâ Sê Maneli, os pastêlis de bacalhau são dônti!
    Mas, o que ganda pôrra, menina! Más atão quando posso comêri pastês ou croquetis dôji?
    A menina, sempre airosa e atenciosa: vênha cá amanhã. Sê Maneli!"
    P.Rufino

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  4. Cara UJM

    Acho excelente ideia proporcionar aos leitores a possibilidade de pesquisar no seu blog. Considero os temas que aborda publicações de luxo, tantos e variados que eles são, para além de bem documentados.
    Tenho visto em alguns blogs, no final de cada publicação estes dizeres: "Poderá também gostar de" (ou algo do género) seguidos de três ou quatro sugestões talvez seleccionados automaticamente em função das etiquetas. Por outro lado, há a função "Pesquisar". Penso que é muito simples inseri-la.
    Também a pesquisa por temas é muito interessante.
    Como sempre, andei a passear um pouco por aqui, apreciando e aprendendo. :)

    Bj

    Olinda

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  5. Alentejo.

    O ti Maneli sem o seu pâsteli rumou a Lisboa e entrou, por acaso, num restaurante ”gourmet” para almoçar. Pergunta-lhe o empregado de mesa:
    - O que deseja V.Exª. para comer?
    O alentejano:
    - Antão, diga lá, o que têi.
    O empregado de mesa:
    - Temos ”potage printemps”, ”soles au meunier” , rissole de boeuf”…
    Interrompe o alentejano:
    - Nã diga mais, amigo. Olhi, traga-me qualqueri côsa más parecida com os pézinhos de coêntrada!…

    O Alentejo é um mundo!

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  6. Gosto muito do Alentejo, das suas gentes, da sua gastronomia e do seu vinho. E da sua paisagem!
    P.Rufino

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