Bem. Resumo da matéria dada. No post a seguir a Obscena Senhora Silêncio diz poemas fantásticos e eu mostro-a na sua casa, livre, sorridente, mulher feita de palavras, com um sorriso de menina inocente e insubmissa. E há fotografias, música na voz da Bethânia, e eu gostei muito de compor e juntar todas aquelas peças.
Mais abaixo ainda, de novo feita Cumberbitch, mostro um vídeo ainda quentinho com o excelentíssimo Benedict: uma graça natural que só vista.
Mas isso é a seguir.
De onde vem a calma pelos Los Hermanos
Aqui, agora, muito rapidamente porque já passa das duas da manhã, quero dizer-vos que li a confirmação daquilo que já intuía mas que achava que era capaz de não ser bem assim: o amor ou a atracção nasce das palavras, do olhar, da intimidade que se intuí, da cumplicidade que se desenha a partir do conhecimento que se deseja cada mais aprofundado.
Pois bem, li um artigo no The New York Times cujo título é To Fall in Love With Anyone, Do This e que começa assim: More than 20 years ago, the psychologist Arthur Aron succeeded in making two strangers fall in love in his laboratory.
O truque é simples. Se eu quero que fulano de tal se apaixone por mim, submeto-o a um interrogatório de 36 perguntas e ele vai falando de si próprio sendo que as perguntas deverão ser cada vez mais pessoais.
À medida que as respostas se vão desenrolando, a proximidade começa a tornar-se palpável. No final, devem ficar a olhar um para o outro durante 4 minutos.
Resultado: tiro e queda.
À medida que as respostas se vão desenrolando, a proximidade começa a tornar-se palpável. No final, devem ficar a olhar um para o outro durante 4 minutos.
Resultado: tiro e queda.
Isto é o que lá se diz. Mas devo dizer que as perguntas que lá vi não me parecem as melhores, algumas parecem-me até bastante chatas; acho que era capaz de conseguir o mesmo apenas com uma dúzia (mas perguntas mais à maneira, não daquelas). O longo olhar de 4 minutos também me parece uma violência, no final devem estar estrábicos ou com uma vontade danada de rir. Diria que 1 minuto é mais do que suficiente.
Não sei se através da internet a coisa também resulta. Na volta resulta, na volta é isso que explica os romances que nascem de forma remota, tudo na base da pergunta-resposta. A cena do contacto visual é que não sei como se ultrapassa porque nada como um olhar prolongado e íntimo para derreter corações e aí, na net, mesmo que haja transmissão de imagens, acho que a química se deve perder pelo caminho.
Se não fosse o adiantado da hora e o dia mais do que preenchido que me espera, ainda me punha para aqui a escrever perguntas infalíveis para algum dos meus Leitores que queira caçar alguém. Pode ser que amanhã se proporcione. Caso queiram assegurar-se de que a coisa não falha podem dar-me umas dicas para eu ser mais específica. Por exemplo: quero conquistar um cavalheiro de 55 anos, comentador no activo, divorciado, que gosta de ler A Bola e odeia o Passos Coelho. E eu tentarei customizar uma bateria de perguntas que o farão cair de paixão por si, Cara Leitora (ou Leitor, que isto dá para tudo).
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Por hoje por aqui me fico. Relembro que abaixo há mais dois posts.
Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta-feira.
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Gargalhada.
ResponderEliminarValeu para animar o dia.
CELEBRAÇÃO
Se me vem tanta glória só de olhar-te,
Se pena desigual deixar de ver-te;
Se presumo com obras merecer-te,
Grão paga de um engano é desejar-te.
Se aspiro por quem és a celebrar-te,
Sei certo por quem sou que hei-de ofender-te;
Se mal me quero a mim por bem querer-te,
Que prémio querer posso mais que amar-te?
Porque um tão raro amor não me socorre?
Ó humano tesouro! Ó doce glória!
Ditoso quem à morte por ti corre!
Sempre escrita estarás nesta memória;
E esta alma viverá, pois por ti morre,
Porque ao fim da batalha é a vitória.
Luís de Camões
Beijinho