No post abaixo já dei oportunidade a que todos, vocês aí desse lado e eu aqui deste, nos juntemos em volta de um presépio (especial) e entoemos, em conjunto, um belo cântico natalício.
Não deixem, por favor, de lá ir para que o espírito de Natal desça em nós.
Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é outra.
Através da televisão, ouvi com estas orelhinhas bem arrebitadas e vi com estes olhinhos wide open um momento lindo, lindo, lindo, na Assembleia da República. Paulo Portas, como sempre bronzeado (ou anda a frequentar solários ou anda em países onde se está melhor do que cá), sorrindo cinefilamente, encenando um número de fantasia, todo contente, dando uma, duas e três razões, para provar que os vistos gold são do melhor que há para Portugal - vender casas a chineses (dando oportunidade a que vários metam dinheiro ao bolso) a troco de terem visto de residência e, ao fim de algum tempo, cidadania, é o que vai salvar o País. Coisa boa, boa, boa, da qual o País não se pode dar ao luxo de prescindir e que as árvores podem ser uma porcaria mas que a floresta é do melhor que há. Dizia ele, mais coisa menos coisa.
Cecília Honório, a gémea separada à nascença e com uns anos de diferença de Jeanne Moreau |
Jeanne Moreau, a gémea univitelina, com anos de diferença, de Cecília Honório |
E, às tantas, olhar esfuziante, ar lampeiro, vira-se para aquela deputada do BE, a Cecília Honório - que dá ares de Jeanne Moreau e que o interpelava sobre que raio de investimento bom é este que não cria postos de trabalhos - e pergunta-lhe quem é que tinha criado mais postos de trabalho, se era a Remax se era o Bloco de Esquerda. Ela ficou em transe, tal a maluquice da pergunta e ele, feliz da vida, ficou radiante com a inteligência da sound bite.
A veia de stand up do vice-irrevogável anda a tomar conta dele: já o leva a dizer qualquer piada que lhe venha à cabeça.
Mas para ele não é piada pois, se a Remax se apresentasse a votos - com base nas casas que vendeu a chineses e nos postos de trabalho que criou, arregimentando vendedores para darem a volta a chineses -, é certo e sabido que ele não se ensaiaria nada para se coligar com eles.
Uma coisa do género:
'Em nome das mulheres portuguesas digo-lhe que não queremos mais chineses no país, nem mais um. Diz que têm uma coisinha muito pequenina' e mostrava-lhe o dedo mindinho para ilustrar.
A ver como é que ele se saía, se dava troco, e de dedo espetado como é seu hábito.Ou 'Irrevogalíssimo Vistos-Portas, num futuro governo de coligação entre o CDS e a Remax, com que pasta ficaria o Senhor? Com a pasta das Moradias Geminadas? Ou das Varandas com toldos às Riscas Vermelhas?'
Além do mais, dada a época que se avizinha, só espero é que da próxima que se apresente no Parlamento, se apresente a preceito, ou seja, se aperalte de pai natal para ter ainda mais graça.
E sugiro também que, para a coisa ser ainda mais animada, haja momentos de interlúdio não propriamente musicais mas, antes, para passarem episódios dos Monty Python. Aposto que, depois, estariam todos ainda mais inspirados. Por exemplo, este aqui vinha a calhar.
Apelo à saude mental e em nome da conservação natural
Mas os tempos vão bons para as maluqueiras. Dados os brandos costumes da rapaziada, não é costume ver-se os deputados à batatada como por vezes se vêem noutros países. Mas estamos quase lá. Esta quinta-feira o circo ia pegando fogo com o Eduardo Cabrita, do PS, e o Paulo Núncio dos Impostos do CDS. Com palavrinhas corteses chamaram-se mentirosos e o deputado-presidente não sei de quê não emprestou , porque não, o microfone para o outro continuar a chamar-lhe mentiroso em alta voz. Por pouco não batia na mãozinha do secretário fiscal. Foi lindo. Só faltou a malta das bancadas organizar-se em claques e fazerem a onda ou entoarem cânticos específicos a cada equipa.
No Parlamento da Ucrânia não sei porque é que andaram à bulha. Ao princípio, parecia que queriam apossar-se do púlpito. Depois não sei o que foi aquilo. Mas mobilizaram-se, não são como estas moscas mortas dos nossos deputados. E estavam organizados, e, lá está, até entoaram cânticos. Assim, sim. Uma lição.
Mass fight between MPs breaks out in Ukraine's parliament
Mas, enfim, sabendo da doçura dos portugueses, não espero que haja cá disto. Mas, bolas, uma de cheerleaders, porque não?
Daqui lanço uma ideia para próximas ocasiões em que aqueles dois se peguem por causa do microfone. Com uma coreografia adequada, bem que deputadas e deputados travestis poderiam incentivar os dois cabeças de cartaz. Qualquer coisa nesta base:
Deputadas e travestis da oposição:
Eduzinho, ó meu fofo cabrita,
tira-lhe, tira-lhe o microfone,
que a gente não usa sonotone
e ele não vale uma batata frita!
E viva o dudu e viva o cabrita!
Deputadas e travestis da coligação:
Ó paulinho, paulinho do fisco,
ó meu lindo, aguenta-te aí
querias ser um belo petisco
mas tadinho, tens cara de pipi!
E viva o pauly e viva o audi!
E viva o pauly e viva o audi!
Mas vou deixar-me de lérias e vou mostrar o vídeo.
Eizi-os picados e quase à marrada um ao outro, o Cabrita e o Núncio, e tudo por causa de um microfone
(Aliás até se poderia vender bilhetes à entrada da AR para as garraiadas com o Cabrita e com o Núncio)
São uns pândegos, estes fofos.
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Só espero é que agora saibam tirar partido do sucedido. Bora lá a plantar spins nos media, malta?
DEPUTADO
(Uma sessãozinha de coaching a cargo dos moços da Porta dos Fundos)
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Relembro que, para verem o presépio que recebi de presente, é só descerem até ao post seguinte.
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Por hoje fico-me por aqui.
Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela sexta-feira.
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Só espero é que agora saibam tirar partido do sucedido. Bora lá a plantar spins nos media, malta?
DEPUTADO
(Uma sessãozinha de coaching a cargo dos moços da Porta dos Fundos)
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Relembro que, para verem o presépio que recebi de presente, é só descerem até ao post seguinte.
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Por hoje fico-me por aqui.
Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela sexta-feira.
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Ouvi essa do Portas e lá o vi, naquele teatro demagógico que tão bem sabe fazer. Portas de tão cabotino e ridículo, com aqueles “sound bites”, acaba por ninguém o levar a sério. Nem a Remax, apesar da publicidade barata e “foleira” que lhe fez Portas. O tipo não se enxerga! Uma criatura absolutamente insuportável! Um malabarista da palavra fácil. Ontem, escutei um debate interessante, na Sic, sobre esses assuntos, os tais Visa-Gold, com a excelente Ana Lourenço, onde estavam o inefável Ricardo Costa (insuportável), um advogado (todo a favor deste tipo de negócios da China) e um conhecido economista – que destruiu toda a argumentação bacoca do tolo do Portas (e do tal advogado), com o Ricardinho ali naquela postura de boneco “cai, mas não cai”. Esta questão, dos Vistos Dourados, deu no que deu, porque, na sua essência, a coisa, aqui por estas bandas (Portugal) não poderia ter ido por outro caminho. O dinheiro estava ali para quem o queria cheirar. O tal economista chegou mesmo a colocar um exemplo, da compra de uma casa por 350 mil euros, mas declarando 500 mil, com o chinês a pagar isso e o outro a receber aquilo, sem grande controlo fiscal. Tudo aquilo que Portas expôs na Comissão da A.R, não passa de areia para os nossos olhos. Um manipulador. Os tais Vistos não se traduzem em riqueza, nem produção, nem investimento, nada, como muito bem referiu o tal economista. Só o Paulo Remax Portas finge acreditar na coisa. Já não o posso ver, quanto mais ouvi-lo! Quanto à outra cena, com o tal “Núncio Fiscal”, aquilo foi patético, embora não tenha sentido qualquer pena do tratante. Mas, meus senhores, na A.R talvez pudesse haver um pouco de mais parcimónia. Mas, como, se depois vemos outras como aquela das subvenções? Ouvi hoje, na rádio, enquanto guiava, no noticiário das 9.00horas, o Pedro Santos Guerreiro a comentar aquilo, recordando que o país vive o escândalo do BES, agora dos Vistos Gold e depois isto, das subvenções, e que achava que “estava tudo doido!”, muito crítico daquela peregrina ideia. Concordo inteiramente com ele. E, ao que se vê, a má consciência veio ao de cima e o “Centrão” apeou a ideia. Com gente como o Lello e o Couto dos Santos, o que é que se pode esperar?
ResponderEliminarP.Rufino