Este sábado foi um dia em cheio. Parte das tropas pernoitaram cá em casa. Depois, à hora de almoço, juntaram-se os restantes.
Daí, partimos para a casa velha-nova do meu filho, como eles lhe chamam. A casa está a ser reabilitada mas à medida do orçamento disponível por parte do jovem casal e, por vezes, recorrendo a convocatórias gerais dirigidas a amigos e família.
Hoje a convocatória era para pinturas de muros mas, de véspera, soube também que era para alisar a terra onde vai ser plantada relva, e para espalhar brita, areia e assentar lajeta (acho que é assim que se chama) no caminho ao longo do futuro jardim e horta.
Irmãos, pais, primos, amigos, por junto uns catorze adultos ou mais, já nem sei, e, claro, os quatro pimentinhas entusiasmadíssimos naquele afã. Uma alegria para eles: pinturas, areias, pedras, e caracóis, lesmas, e tudo o que se possa imaginar.
Naqueles metros quadrados, para além dos mais velhos, havia, entre a juventude, uns quantos engenheiros, estou a contar cinco, acho que a profissão dominante, uma pessoa de advocacia, uma de economia, uma de fisiatria, outra de assistência social, uma de comunicação, e acho que estou a deixar alguém de fora mas agora não me lembro. Pois bem, se pensam que tinham falta de jeito para a função, desenganem-se: uns pintores e trolhas de primeira. Se antes, já me tinha feito lembrar aquelas cenas amish em que se junta meio mundo para construir um celeiro, este sábado, lá, ao vê-los numa animada trabalheira comunitária, ainda mais me pareceu.
Não dá para mostrar tudo não apenas porque seria fastidioso para vocês (e botem fastidioso nisso...!) mas também porque a maioria das fotografias tem alguém de frente, quando não todos de frente. Aliás andei a tentar que, de alguma forma, aqui aparecessem cada um dos que lá esteve; mas não consegui: alguns aparecem sempre de frente. Mas, pronto, mostro algumas, fica para memória futura.
Já andei para aqui às voltas com as fotografias que me fogem por todo o lado. Eu quero pô-las direitinhas e arrumadinas e elas desformatam-se-me a torto e a direito. Paciência. Ficam assim que eu estou com sono e não atino com isto.
Bem, só para dizer que nesta empreitada não fiz nada, a mim coube-me tomar conta dos meninos, ir-lhes lavando as mãos ou braços e pernas quando a tinta era muita, dar-lhes de lanchar e, claro, fazer a reportagem fotográfica.
Depois os mais velhos e a mãe de uma das crianças viémo-nos embora com eles. O resto dos pintores e trolhas continuou na obra. Uma das avós ficou em sua casa e nós, três adultos e quatro pimentinhas, viemos para minha casa e todos para a barrela, tudo esfregado a preceito que a tinta era muita, a terra e areia também, banho a fundo. Apesar de terem lanchado lá na 'obra', depois do banho lancharam de novo enquanto eu fazia sopa. Mal a sopa ficou pronta, já estava tudo, de novo, à mesa: sopa e resto de arroz de carnes do almoço, e comeram como se não houvesse amanhã.
Sem terem dormido a sesta e depois de tanto regabofe, poder-se-ia esperar que depois de jantar ficassem KO. Qual quê. Frescos que nem alfaces. Brincadeira e mais brincadeira, ela a brincar ao faz de conta comigo e com a tia - tu és a gémea, tu és a pufessora Rita, eu sou a mãe, e agora ficas na escola, filha, que a mãe vem buscar-te depois do trabalho e porta-te bem, filha, adeus pufessora - e os três rapazes às lutas uns com os outros, e aos saltos, na maluquice, e a brincarem aos bombeiros, a fingir que iam a correr para os carros, e com isto, trepam pelos sofás, saltam, uma urgência, que há fogo a apagar.
Por volta das dez e meia chegaram os restantes pais das crianças que tinham ido jantar com os amigos depois da empreitada. O bebé tinha finamente acabado de adormecer e a mana estava a caminho. Os primos caíram a dormir mal se sentaram no carro. Nessa altura, partimos nós dois para a segunda fase do processo: fazer máquinas com lençóis e toalhões, arrumar a desarrumação, etc.
Eram meia noite e o Eixo do Mal estava a começar quando aqui me sentei. Estive a passar as fotografias para o computador, cerca de trezentas, estive a escolher estas, a reduzi-las, etc.
Claro que nem tive tempo para pegar no Expresso. Mas não faz mal, fica para domingo embora o programa também já esteja preenchido, desta vez com visitas à terceira idade. Aliás, a minha mãe fica mesmo com pena de não poder participar nestas 'cenas' com os netos. Se pudesse, também ali tinha andado, não tenho dúvidas.
Enfim.
Não há Expresso nem descanso que valha esta alegria de ver os meus filhos felizes, motivados, amigos um do outro, com amigos que são companheiros, os meninos a adorarem-se uns aos outros.
Agora são quase duas da manhã e estou francamente cansada mas não faz mal, durmo e fico como nova. Estou é com fome. Nestes dias de grande confusão parece que nem dou por comer. Almoço e passado um bocado parece que não almocei. Janto e acontece a mesma coisa. A minha filha diz que já leu sobre isto: diz que é porque estou distraída da comida e concentrada é neles, especialmente na miudagem - a ver se é preciso mais salada, que fruta é que querem, se querem ou não gelado, e depois tentar que se mantenham sentados até ao fim da refeição, etc - e que o minha cabeça nem processa que eu estou a comer. É capaz de ser qualquer coisa desse género.
Acabei de ver há bocado, enquanto escrevia, a repetição do comentário semanal do Marques Mendes no qual ele dizia que o Governo está a ser infamemente cobarde nesta barraca do Novo Banco. E tem razão. Cobardia, incompetência, irresponsabilidade. Estou em crer que nem é só não quererem fazer nada, acho que é mais grave: não sabem o que fazer. Governar um País em todas as suas vertentes não é coisa para curiosos, muito menos para incompetentes ou candidatos frustrados a cantores de espectáculos musicais.
Mas não quero falar nisto, quero é ir dormir. Daqui a nada está o meu marido a querer ir caminhar e eu, claro está, quero ir com ele.
Tenho imensos mails, já li quase todos, mas não tenho tempo nem energia para responder a quase nenhum. Às tantas vão-se juntando. Não pensem, meus Estimados Leitores, que é falta de atenção, interesse ou consideração da minha parte. Não é, é mesmo falta de tempo. As minhas desculpas, de qualquer maneira. Gostava de poder dedicar a cada um a atenção que me dedicam a mim mas, peço que acreditem, o meu tempo é igual ao vosso: não estica. Mas a todos agradeço pois são vocês, aí desse lado, e são as vossas palavras e contributos que justificam a minha presença aqui, a esta hora da noite, completamente perdida de sono. Daqui vos envio um abraço agradecido.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo domingo.
Sim nada melhor do que passar
ResponderEliminarum dia assim. E haver amizade,
amor,partilha, começando pelos
mais novos.
Ainda bem amiga, que pode
disfrutar de ter uma família
assim.
Bj. bom domingo
Parabens Jeitinho, a alegria de uma vida assim só a pode rejuvenescer.
ResponderEliminarÉ muito bom ver os filhos concluirem projectos juntos e terem a ajuda de amigos.
Sem discordar do velho ditado, o trabalho do menino é pouco mas quem o perde é louco, não creio ter sido o resultado neste caso, mas o que interessa é participarem.
Beijinho e um bom descanso.