quarta-feira, julho 30, 2014

Uma lingerie para mulheres que gostam de ser mulheres. Von Follies por Dita Von Teese, a Dama do Burlesco.


Gosto de lingerie.

Tenho ideia de que já aqui contei: uma vez, no sul de França, descobri uma lojinha Soleil Sucré. Agora acho que a marca decaíu e as lojas de que aqui falo, ao que me parece, até já fecharam. Na altura, talvez há uns cinco ou seis anos, não sei bem, os modelos eram uma graça e as boutiques um apetite.

Como é lógico, abasteci-me.


Mas havia lá um corpete lindo, um espartilho de tipo Marie Antoinette, todo em renda barroca, que achei que não era prático, com colchetes nas costas de alto a baixo. Não o trouxe. Mas, mal nos pusemos a caminho para Cannes, já eu ia arrependida. Por razões diversas, em Cannes, onde também há uma boutique Soleil Sucré, nunca consegui coincidir com as horas em que a loja estava aberta já que tínhamos um preenchido programa de festas. Só me apetecia mudar tudo mas, claro, não ia sacrificar o programa alheio. Por isso, roída, conformei-me. 

Mas eu não sou bem assim. Vários dias depois, depois de termos estado de férias na costa mediterrânica, não descansei enquanto não voltei ao local do crime, Arles. Azar: a loja fechada. Chegámos lá talvez à 1, tinha acabado de fechar e só abria, creio, às 4 da tarde. Almoçámos, tentei fazer tempo mas, uma vez mais, o programa de festas não era compatível com andar às voltas numa rua à espera que a loja abrisse. Escuso de dizer: o meu marido furioso.

Pronto, rendi-me. Desolada, com a cabeça no bustier beige e rosa champanhe, tentei retirar daí uma ilação: não voltar a virar costas a uma tentação. É que depois arrependemo-nos e já não há nada a fazer.

Até que, uns dias depois, já estávamos noutra ponta, desta vez em Bayonne, e a ideia era jantar, dormir e zarpar. Estávamos, nessa noite, no dia 30 de Abril e, quando fomos jantar os petiscos do costume, demos uma volta pelas redondezas e... que vejo eu...? Pois. Uma perseguição: uma lojinha Soleil Sucré e, na montra... o bendito corpete. Fiquei passada. A loja fechada e o dia seguinte, 1 de Maio, feriado. Nem queria acreditar.

No dia seguinte, mal acordei, resolvi: vou lá. O meu marido decretou a sentença de sempre: 'És maluca'. Dizia ele que as lojas estavam todas fechadas. Acreditei, dia feriadíssimo. Mas não desisti. Não quis foi arrastá-lo comigo até porque não queria que ele constatasse de perto a minha mais que certa flagrante derrota. Fui sozinha.

O comércio todo fechado. Uma manifestação do 1º de maio na rua, palavras de ordem, bandeiras, os bascos em luta.

Rua a rua até lá chegar, a pé, e tudo fechado. Podia ter desistido. Mas não desisti. A rua, que é uma rua estreita, com as lojas todas fechadas. Fui mesmo até à porta. E não é que estava aberta...? Juro. Nem queria acreditar. A única loja aberta!

Quando passado um tempão cheguei ao hotel com um saco do Soleil Sucré o meu marido ficou estupefacto. E eu, claro está, vitoriosa e radiante.

Claro que raramente visto o dito bustier.

Quanto o coloco, fico uma elegância, cinturinha de vespa, e sexy, as poitrines a rebentarem quase debaixo do queixo. Convenhamos que não é peça para usar no dia a dia. É uma verdadeira pièce de résistance.

Mas é lindo, mesmo que apenas para ser contemplado dentro de uma gaveta, no meio de balconnets e outras obras de arte.

Vem isto a propósito de uma sofisticada gama de lingerie para mães de família, balzaquianas, mulheres de carnadura generosa que gostem de se sentir mulheres. Há até modelos dedicados à maternidade.

Felizmente parece já lá ir o tempo em que os soutiens para a altura da amamentação eram mal jeitosos, assexuados.

Não sei se a linha de que falo existe em Portugal e, se não existir, aqui fica a dica para quem quiser obter uma representação. Caso contrário, talvez se consiga mandar vir através da internet. Um charme, acho eu.



Dita Von Teese apresenta alguns modelos da sua colecção de lingerie Von Follies






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Un plaisir.

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