Depois do cão misógino e dos ursos vingativos que andam a violar ministros espertalhões (ver dois posts seguintes), faço agora agulha para o mundo real.
Como já vos disse estou em retiro. Não é que se lixe a troika ou que se lixem as eleições mas apenas um interregno na minha disposição para me indispor.
Os dias têm sido passados na maior paz, sem sombra de noticiários radiofónicos; e telejornais viste-os.
Apenas há pouco ligámos a televisão mas, estando eu, ao mesmo tempo, agarrada ao computador, pouco prestei atenção. Um ou outro comentário, uníssonos, sobre o conjunto vazio que continua ser a Reforma de Estado do Portas, um desavergonhado chorrilho de banalidades e imprecisões, misturando coisas que são gestão corrente com intenções avulsas.
Mas qual o espanto? Esperavam o quê?
Aquilo é o exemplo acabado do Princípio de Peter. Como já várias vezes aqui me deitei a analisar, é minha opinião que Paulo Portas, algures no seu percurso de vida, se perdeu de si mesmo. Muito ambicioso, inteligente, quase involuntariamente metido em intrigas, obcecadamente agarrado ao telemóvel, sempre a cruzar informações, refém da sua rede e de si próprio, de Paulo Portas, na política, pouco mais haverá a esperar. Diz-se e desdiz-se, pinta a manta, reformula o que disse, troca as tintas, baralha e dá de novo. Um bailarino, o rei das piruetas.
Em três anos não conseguiu fazer o bendito Guião para a Reforma do Estado nem é agora, a caminho do fim do governo, que o vai conseguir. De cada vez que for chamado a mostrar o que tem andado a fazer, constataremos que o que andou a fazer é nada. Zero. Bola.
Constrangedor.
Depois nem sei bem o que mais para aí andam a armar, pois ouvi toda a gente a insurgir-se contra o desbragado uso eleitoralista de tudo o que mexe, que a propaganda mais miserável está no terreno e que os atentados à inteligências dos portugueses são permanentes. Mas estas críticas, segundo me pareceu, não são exclusivamente para o Portas, são até mais para o Coelho. Nada de mais, portanto.
Posso, pois, continuar alienada à vontade que o mundo continua a girar à mesma velocidade e a coligação está afanosamente a afogar-se na porcaria que faz a uma velocidade cada vez mais acentuada.
De resto, parece que a Judite recomeçou com as suas Grandes Entrevistas mas o meu marido disse que tinha visto num anúncio que era com o Porta Moedas e, portanto, não estivemos nem aí. A quem é que, à superfície da terra, interessa saber a opinião de tão cinzenta e desinteressante criatura?
E, portanto, não tendo visto, também não me posso pronunciar sobre a toilette da Judite, se estava de bela perna ao léu ou de bota botilde, se a maquilhagem e o cabelo estavam bem, etc.
E estou tão cheia de sono que ainda não é hoje que vou conseguir cumprir com o que tinha em mente. Queria falar-vos das minhas leituras e transcrever algumas passagens mas já não dá.
Mas, ao menos, mostro-vos umas conchinhas tão bonitas que apanhei esta manhã. Claro está que o meu marido não percebe isto. Ao fim de tanto tempo, ainda não conseguiu perceber, lá anda ela a apanhar conchas..., ar vagamente reprovador. Não ligo, claro, e prossigo. Lindas. Vou ver se consigo fazer um buraquinho no topo de cada uma para, à vez, as usar no fiozinho de ouro que uso rente ao pescoço.
Mas, ao menos, mostro-vos umas conchinhas tão bonitas que apanhei esta manhã. Claro está que o meu marido não percebe isto. Ao fim de tanto tempo, ainda não conseguiu perceber, lá anda ela a apanhar conchas..., ar vagamente reprovador. Não ligo, claro, e prossigo. Lindas. Vou ver se consigo fazer um buraquinho no topo de cada uma para, à vez, as usar no fiozinho de ouro que uso rente ao pescoço.
Preciosas, lindas na sua fragilidade. A natureza está cheia de milagres.
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- As jeitosas lá de cima fazem parte do Ballet Trocadero e estão a dançar o Pas de Quatre do Lago dos Cisnes
- A imagem manipulada é obra do autor do blogue We Have Kaos in the Garden.
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Para ursos felpudos e castigadores desçam, por favor, até ao post seguinte.
Para cães maricas desçam ainda mais um.
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Por agora, fico-me por aqui. Não apenas o meu marido volta e meia dá meia volta na cama e refila, todo zangado, que isto não são horas para estar de luz acesa como eu própria me apetece é ir dormir.
Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo dia.
Ia dizer um belo dia de praia mas, enfim, não vos quero fazer pirraça. :)
A “Reforma do Estado” (ponho entre aspas porque não se trata de uma Reforma, mas de algo muito diferente, que consiste em diminuir e subalternizar o papel do Estado, sob todos os aspectos, com vista a tornar o Estado um atrelado do Privado, o privado numa posição de Dominante e o Estado numa de Passivo, coisa que só mesmo o Dr. Portas deve perceber) é uma proposta para aviltar e reduzir o papel do Estado, sobressaindo várias medidas, destacando entre outras aquela que me fez pensar em Portas, o tal defensor dos reformados (para além dos agricultores, etc, para os quais ele se está completamente nas tintas), a criatura teatral, de voz de falsete, um político populista de extrema-direita, capaz de todo o tipo de embuste social, que propõe sacrificar a reforma e pensões dos mais fracos e desprotegidos socialmente, com vista a salvaguardar as pensões e reformas dos mais ricos, pois é disso que se trata. Quem tem capacidade, no futuro, de poupar o suficiente para a par daquilo que desconta mensalmente, fazer o mesmo junto de uma Seguradora, se não quem aufere um salário claramente acima da média? Ou seja, uma proposta para que as Seguradoras, que já têm uma situação priviligiada, nesta economia de Troika, ganharem ainda mais à custa das nossas poupanças mensais e anuais. Para já nem falar dos contratos de trabalho, da tal flexibilidade, tudo isto tendo como objectivo uma baixa salarial média bastante violenta, que entre outras coisa tenderá a submeter todos os que estão no mercado de trabalho ao Capital (e despedimentos a pontapé). Não vejo outra designação senão esta algo marxista, mas que corresponde à realidade. O governo tem um objectivo, que é transformar este país num território apetecível ao tal (grande) Capital (industrial, comercial e financeiro), com salários baixos, gente trabalhadora dócil, com um Estado vergado ao tal Capital, a retirar direitos sociais consagrados constitucionalmente, um Estado de cócaras perante os grandes interesses privados, enfim muito mais se poderia dizer e acrescentar, mas não vale a pena. Como diz Nicolau Santos, no seu artigo no Expresso On-Line, essa figura (sinistra, falsa, populista e de extrema direita) que é Paulo Portas, deveria olhar-se ao espelho e falar com o seu outro “homónimo” Dr. Paulo Portas. Quanto ao resto da gentalha, Passos, Albuquerque, essa versão no feminino de Victor Gaspar, até no tique de falar devagar, sem expressão (numa tentativa fingida de controlar o que diz e pensa, no fundo é, tal como o Gaspar, uma insegura e por isso uma arrogante), Moedas e outros patifes, lá estavam eles naquele teatro ali para a Ajuda, a tentar vender-nos mais um embuste. Como os números do desemprego, onde não são considerados os que deixaram de receber o subsídio de desemprego, os que emigraram porque não tinham outra solução (80 mil por ano!), os que andam á procura do 1º emprego, os que estando a recibo verde não recebem subsídio de desemprego, etc, deste modo fazendo subir os números manipulados por estes energúmeros acima dos 20%. Uma corja! E com um Presidente politicamente encostado a esta porcaria de gente, a servir-lhe de suporte, a apelar ao “ajuntamento” daquilo que se convencionou, em má hora, chamar de “arco da governação”.
ResponderEliminarP.Rufino