Depois de um dia no bem-bom, com caminhada matinal à beira rio, depois, à tarde, no remanso, com descanso, leituras à sombra do pinheiro, e depois, pela noite, jantar e passeio de novo numa Lisboa em que se ouve mais alemão, francês ou italiano do que português, eis que chego a casa tarde e más horas, sem saber de coisa nenhuma.
Campanha eleitoral? Não dei por nada. Saída limpa? Não sei o que isso é.
As televisões deverão ter mostrado o Portas ao pé do seu relógio, provavelmente pensando que Portugal já não está nas mãos dos credores (... mas como... com uma dívida pública à volta dos 130%...?!?!), ou o Moedas a cantar vitória por ter chegado ao fim o programa da Troika (... em que todas as reformas ficaram por fazer e em que se limitaram a roubar os portugueses para os entregar aos bancos que tinham dívida pública...?), ou até o Cavaco a vangloriar-se por não ter sido preciso um 2º resgate (... mas será que se a liquidez que abunda nos mercados se deslocar para outros quadrantes, a nossa economia se vai aguentar quando parece que todo o equilíbrio está afinal dependente de uma fábrica em Sines...?), mas eu não vi nada.
Chego a casa, pois, depois da meia noite, ligo a televisão e estava a dar o Eixo do Mal. Felizmente não estava aquele Luís Pedro Nunes que não sabe bem o que diz e que dá pontapés no léxico como se fosse na gramática ou vice-versa que, para ele, isto da língua portuguesa tem um bocado que se lhe diga. Em vez dele estava o simpático e sensato Pedro Magalhães das sondagens que dizia coisas interessantes.
Estava eu, portanto, a pensar que talvez falasse disso quando me enchesse de coragem e me deslocasse do sofá até à trincheira onde, entre livros, aqui vos escrevo.
Pois bem. A vida passa a vida a trocar-me as voltas. Vou ver os mails e, como de costume, a caixa transbordante. Leio tudo mas não consigo tempo para responder a cada mail que me enviam. Desabafos, confissões, partilha de informação, de tudo eu recebo. Para cada um eu deveria ter uma palavra simpática, de agradecimento, de conforto, de atenção. Mas não consigo ter tempo.
No entanto, hoje um mail em particular me chamou a atenção.
Transcrevo o que estava escrito:
Como o seu blog aceita fotos de momentos televisivos únicos, aqui vai o momento em que a Cátia do Secret Story se põe aos saltos no programa do Baião ainda há pouco.
SABADABADÃO em festa Cátia Palhinha, sem cuecas e a dar ar à pluma entre Júlia Pinheira e João Baião |
Vou ver a fotografia e lá está: a sorridente Cátia com a passarinha emplumada ao léu.
Pensei: será possível? Teria mesmo acontecido?
Vou ao Google e faço uma pesquisa que eu, nisto, sou profissional a sério: valido a informação, faço cross-check, não vou atrás de qualquer coisa.
E lá estava, agora em vídeo. A Cátia Palhinha, em directo, entre a Júlia e o Baião, aos saltos, e sem cuecas, coxa grossa, sorriso franco, a inocência de sempre.
Mesmo sem querer, a gente interroga-se: ter-se-á esquecido delas em casa? Será que anda geralmente assim? Estaria apenas com calor?
Não interessa. Nem vem mal ao mundo. Proporcionou um inesperado momento televisivo, não roubou ninguém e, se calhar, até levantou levantou o moral a algumas pessoas.
Por isso, viva a Cátia Palhinha!
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E uma outra coisa posso eu ainda concluir: vendo esta fotografia e este vídeo fico tão esclarecida quanto às intenções dos partidos relativamente às eleições europeias como quanto vejo os candidatos pelas ruas de bandeiras às costas a dizerem banalidades ou palermices.
No outro dia vi o Nuno Melo a passar uma garrafa ao mal encarado do Rangel, dizendo-lhe qualquer coisa como isto, Se não tiveres nojo, bebe agora tu. O que haveria o outro de dizer: não bebo, que tenho nojo de ti, ó meu mete-nojo...? Claro que não disse nada, com um sorrisinho amarelo completamente frouxo, lá se pôs a beber pelo gargalo.
Ora, francamente, entre uma cena destas e uma Cátia aos saltos e sem cuecas, não sei se não acho mais graça à saltitona e encalorada Cátia.
E assim anda esta pindérica campanha. De rua em rua, de feira em feira, a mendigarem um beijinho, a dizerem criancices, com conversas de vizinhas, se o Sócrates vai ao almoço do PS, se não sei quê. Parece que ainda não aprenderam que esta forma de fazer política já não está com nada, que as pessoas abominam isto.
Ainda ontem a minha filha me dizia que não estava com vontade de ir votar porque lhe parece que não há uma única candidatura que lhe pareça credível e que vá fazer a diferença. Insisti, preguei, que sim, que talvez tenha razão mas que agora, por favor, ajude a mostrar um cartão vermelho a esta cambada de trogloditas.
Não sei se a convenci.
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Depois deste post, aconselho-vos a descerem até ao seguinte: tenho lá um vídeo que a Leitora JV me enviou e que é qualquer coisa. Tocante. Empolgante.
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Acho que há bocado tirei umas fotografias com piada à minha amada Lisboa. Gosto imenso de andar na rua à noite e andar em Lisboa, nas partes da cidade de que mais gosto, é uma maravilha. Também tirei umas fotografias in heaven, que está quase uma selva. Por lá, a natureza está numa pujança avassaladora.
Mas são duas e tal da manhã, amanhã é um novo dia e não posso levantar-me ao meio dia e, portanto, com vossa licença, não vou agora passar as fotografias da máquina para o computador nem me vou pôr a descrever campo e cidade: vou recolher-me aos meus aposentos. E, depois, ainda quero ver se acabo o livro que me está a apaixonar. Por isso, até já.
Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo domingo!
Enjoy!
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Não vi o programa, não pretendo ver, parece uma bimbalhada de pior. Quanto à Cátia já não é a primeira vez que mostra o recipiente... Ficou famosa por isso! É natural que queira manter a imagem de marca. Trajou um vestido mais curto à frente que atrás e deu um pulinho para todos verem. E, claro, virá desmentir a público, pois aquilo eram umas cuecas...
ResponderEliminarNunca tinha ouvido falar quer do programa, quer da Palhinha, mesmo sem cuecas. E o público aos saltos. Entusiasmado! É o futebol, são estes programas de TV, os peregrinos a irem a Fátima a pé ou de joelhos, este governo de bimbos, enfim, o Portugal do século xxi. Bem vindos a este extraordinário país! A ver se alguma coisa muda, no Domingo, ou, sobretudo, a partir de 2015. Já estou como S.Tomé, ver para querer. Portas bem pode começar a contar com o cronómetro na mão quanto tempo ainda tem de poleiro. Mas, não me admiraria que o marau zarpasse antes, saltasse fora da coligação, se a Aliança de extrema-direita tivesse um resultado paupérrimo, com vista a ir ao alfaiate e mudar o fato do avesso, para integrar um novo governo de Seguro. Ainda tenho esperanças que o Tó-Zé não caia nessa (nem com um PSD liderado pela Albuquerque).
ResponderEliminarP.Rufino
Afinal a querido do blog é transmontana, porque a minha ÁLIA DO CÉU, transmontana dos 7 costados, de Vila Real, dis semptre, Oh Minha querida patroinha, não me faça rir mais que já me dói a passarinha.
ResponderEliminarVi a foto da palhinhas e aquilo não são "pintelhos" como disse o CATROGA NA TV É UM AUTÊNTICO MATAGAL
Tenho mandado algumas coisas, mas não colagens porque tenho ido ao Norte pesquisar os novos tecidos e malhas. Hoje mandei um mail para o "gabinete.ministro@
vpm.gov.pt" mas a bicha já me bloqueou o mail, penso eu de que, como diria o PC do Porto. carago, mas enviei para o PM ALFORRECA, como pode ver no que vou reencaminhar.
Uma noite feliz com sonhos maravilhosos-
temos uma sonda em marte, e ainda se faz disto, e ainda há quem tenha dúvidas que descendemos dos macacos, descendemos e destes - https://pt.wikipedia.org/wiki/Pan_paniscus
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