Bem. No post abaixo falei dos mais recentes avanços tecnológicos que apontam para que já esteja na calha a capacidade de um telemóvel conduzir um carro. Isso ou flirtar com a dona. Ou o telemóvel ou o computador. Ou apenas dizer coisas simpáticas. A Google eo Facebook estão em força nestes domínios da Inteligência Arificial e eu, naba como sou a estacionar e que já estou farta até à medula de andar no pára arranca das horas de ponta em Lisboa, aplaudo. Mas aplaudo a parte do carro. Quanto ao resto, cuidado aí com isso.
Mas de tais e tão fantásticos assuntos trato a seguir.
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Aqui, agora, a conversa é outra.
Música para Lisboa, por favor.
Nos meus fins de semana cabe tudo. É como aquilo que se dizia de meter o Rossio na Betesga (O Largo do Rossio tão grande e a Rua da Betesga tão estreitinha). Não vou maçar-vos com a descrição de tudo o que fiz senão ainda pensam que estou para aqui a ficcionar ou que sou biónica.
Mas vou contar-vos um pouco.
Pintura mural na parede do prédio ao fundo da R. Pascoal de Melo |
Este sábado, depois de uma caminhada matinal e de mais algumas actividades deu-me o apetite que me dá de vez em quando: comida cantonesa. Atenção: nada a ver com a vulgar comida chinesa. A comida cantonesa é outra coisa. Para isso nada como o Grande Palácio de Hong-Kong na Pascoal de Melo.
O meu marido e o meu filho teimam que o Mandarim do Casino do Estoril é melhor. Tenho algumas dúvidas.
Vou pelo dim sum e por aqueles deliciosos petiscos. Bolinhos de pão chinês com carne de porco e mel, raviolis de massa de arroz com vaca e mais não sei o quê, bolinhas de choco com vegetais cozinhados ao vapor - e outros acepipes. Para quem não conhece, trata-se de pratinhos que, em regra, trazem 3 unidades de cada. Cada uma dessas mini-doses custa em média 3,75€. O difícil é escolher porque é tudo muito bom. As sobremesas também são boas.
A Baixa lisboeta com as ruas cheias de gente subindo e descendo entre o Terreiro do paço e o Rossio. |
Daí descemos pelo Martim Moniz - muito arranjado, um largo cheio de esplanadas, um lago com estátuas, muita gente, aquela heterogeneidade de raças e culturas que ali sempre marca presença - até à Baixa e fomos ver o Passeio Ribeirinho.
Ó cidade mais linda.
Cheia, alegre, animada.
Uma cidade que finalmente começou a virar-se a sul.
A Baixa parecia que tinha ressuscitado, muita gente, gente primaveril, sorridente, caminhando em direcção ao rio.
O Terreiro do Paço. Do lado de cá o Cais das Colunas. Ao fundo o Grande Arco da Rua Augusta |
O Terreiro do Paço finalmente transformado na grande Praça Central de Lisboa, uma praça ampla, luminosa, rente ao Tejo.
Uma praça viva.
As pessoas, aos primeiros raios de sol e fartas do frio, da chuva, das sombras, despiram-se e entregaram o corpo ao sol e ao convívio à flor da pele.
Não passava ali ao fim de semana há um par de meses e, de resto, com o tempo como tem estado, que vontade daria ir para li?
Pois bem. Haviam de ver.
O cais das Colunas que, do Terreiro do Paço, entra pelo Tejo adentro |
É bom esta alegria e esta convivência.
Há pouco tempo isto seria impensável. Lisboa não estava tão disponível para ser vivida junto ao rio. Estas obras (tardias mas abençoadas) são as grandes responsáveis por isto. Havendo qualidade nos locais, as pessoas naturalmente aderem.
Agora é uma festa.
Há gente a cantar e um movimento permanente.
Do lado de lá, o Cristo Rei e a Ponte sobre um Tejo refulgente |
Só visto.
O muro que separa a praia da rua estava cheio, cheio. Gente apanhando sol, conversando, namorando.
Fomos andando, pasmados com a quantidade de gente que ocupava também as esplanadas que, por ali, têm uma situação privilegiada.
Fiz fotografias até mais não poder, maravilhada com aquela luz e com a temperatura amena, com o cheiro a maresia, com as pessoas.
Estátua Almada (Almada Negreiros) (que, por graça, está de frente para Almada) |
E depois chega-se ao Cais Sodré. Homens e mulheres de todas as idades, raças, nacionalidades. No Tejo deslizam veleiros e, na margem, há casais que conversam à sombra, velhos e novos, outros que se abraçam e beijam, contagiados pela beleza do local; e há mulheres muito belas que mostram a sua elegância e graça, indiferentes a quem passa, ou melhor, quase desafiando quem passa.
Flores no saco, um corpo e uma pose que fica bem com a beleza mulata de Lisboa |
E há os namorados. Muitos. Por todo o lado. Dá gosto ver. Lisboa, a bela, atrai os apaixonados, aquece os corações.
E depois há as mulheres elegantes, bem vestidas, bonitas. Também de todas as idades. Muitas. Grupos de amigas de idade, grupos de jovens. Conversando e rindo. As mulheres, quando se juntam, tagarelam muito, chilreiam como pássaros nos fins de tarde. Dá gosto vê-las, deslizando pelo passeio ribeirinho, enfeitando ainda mais Lisboa, a Linda. Lisboa é uma cidade cheia de charme, elegância e beleza. Ó quanta beleza.
Começo a falar de Lisboa e perco a noção. Não vos vou maçar mais que isto passou da conta de tão longo.
Mas juro: que bela tarde. Lisboa está uma cidade perfeita para se andar nela como se andássemos dentro de um romance.
***
Tinha ainda estado aqui a escolher também fotografias deste domingo. O clã passou o dia in heaven. Um belo dia de domingo no campo, as crianças na brincadeira, os adultos a desfrutar o bom ar e a convivência amena.
Mas já me alonguei demais com este post e depois há também o seguinte e não quero torrar-vos a paciência.
Se o Passos Coelho, uma vez mais, não se tirar a si próprio da cartola e me obrigue a vir para aqui dar-lhe na cabeça, esta segunda feira à noite mostro a reportagem fotográfica de domingo e mostro também até onde a minha paixão por azulejos, por pintura e por poesia me levou quer no exterior quer no interior da minha casa. A ver se não falho a promessa.
Entretanto estou cansada como de costume. Tive que me levantar cedo, depois in heaven, com os meus meninos grandes e pequenos por perto, não dá para dormir a sesta e, quando cheguei à noite à cidade tive coisas que fazer. Amanhã, para variar, começo a semana com uma reunião que faz favor. A ver se não me corre muito mal porque até ao final da semana a coisa promete. Detesto ter que me aborrecer mas a verdade é que há situações em que não há como evitá-lo. Enfim. Vou deitar-me para ver se não começo a semana cheia de sono.
Relembro: sobre inteligência artificial, computadores a namorar e telemóveis a arrumar o carro, é já a seguir.
PS: Será que o computador também é capaz de dar um gostoso apalpão no rabo? Pergunto.
Dignas do The Sartorialist, estas duas jovens arrasavam. Shorts com rendinhas, perfeitas na combinação das cores, na jovialidade da toilette, no cabelo, na elegância e alegria. |
Começo a falar de Lisboa e perco a noção. Não vos vou maçar mais que isto passou da conta de tão longo.
Mas juro: que bela tarde. Lisboa está uma cidade perfeita para se andar nela como se andássemos dentro de um romance.
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Tinha ainda estado aqui a escolher também fotografias deste domingo. O clã passou o dia in heaven. Um belo dia de domingo no campo, as crianças na brincadeira, os adultos a desfrutar o bom ar e a convivência amena.
Mas já me alonguei demais com este post e depois há também o seguinte e não quero torrar-vos a paciência.
Se o Passos Coelho, uma vez mais, não se tirar a si próprio da cartola e me obrigue a vir para aqui dar-lhe na cabeça, esta segunda feira à noite mostro a reportagem fotográfica de domingo e mostro também até onde a minha paixão por azulejos, por pintura e por poesia me levou quer no exterior quer no interior da minha casa. A ver se não falho a promessa.
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A música lá em cima é 'Esse olhar que era só teu' de Lisboa Mulata - a música dos Dead Combo.
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Entretanto estou cansada como de costume. Tive que me levantar cedo, depois in heaven, com os meus meninos grandes e pequenos por perto, não dá para dormir a sesta e, quando cheguei à noite à cidade tive coisas que fazer. Amanhã, para variar, começo a semana com uma reunião que faz favor. A ver se não me corre muito mal porque até ao final da semana a coisa promete. Detesto ter que me aborrecer mas a verdade é que há situações em que não há como evitá-lo. Enfim. Vou deitar-me para ver se não começo a semana cheia de sono.
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Relembro: sobre inteligência artificial, computadores a namorar e telemóveis a arrumar o carro, é já a seguir.
PS: Será que o computador também é capaz de dar um gostoso apalpão no rabo? Pergunto.
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E com isto por agora me fico.
Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela semana a começar já por esta segunda feira.
A vida é bela (alguns anormais é que querem dar cabo dela).
vamos aproveitar enquanto não recebem prémios vestidas com bifes -http://www.youtube.com/watch?v=zsyjS_vJfkw#t=87
ResponderEliminarOlá, UJM!
ResponderEliminarRealmente, não há cidade mais linda do que Lisboa num dia de céu limpo e muito azul com a sua luz maravilhosa a reluzir no Tejo. Até me deu vontade de reler um poeta de que gosto muito, Ronsard. (Eu sou muito proseirona, devoro romances, agora na poesia custa-me a entrar, mas quando entro!... Oh, já não quero de lá sair! Ronsard foi o primeiro que me fez sentir assim, depois dele também não foram muitos, Bécquer, talvez, seja o que me é mais querido.)
Ode à Cassandre
Mignonne, allons voir si la rose
Qui ce matin avoit déclose
Sa robe de pourpre au Soleil,
A point perdu cette vesprée
Les plis de sa robe pourprée,
Et son teint au vôtre pareil.
Las ! voyez comme en peu d’espace,
Mignonne, elle a dessus la place
Las ! las ses beautés laissé choir !
Ô vraiment marâtre Nature,
Puis qu’une telle fleur ne dure
Que du matin jusques au soir !
Donc, si vous me croyez, mignonne,
Tandis que votre âge fleuronne
En sa plus verte nouveauté,
Cueillez, cueillez vôtre jeunesse :
Comme à cette fleur la vieillesse
Fera ternir votre beauté.
Não conheço esse restaurante, de comida cantonesa, de que fala. Mas, estou de acordo com seu marido e filho, quanto ao mandarim, do Casino do Estoril. Come-se ali magnificamente! Até ao momento, é, para mim, o melhor “chinês” do país. Só em Londres já comi comida chinesa melhor. Convém referir entretanto que quando se vai à China, aí a cozinha chinesa é de facto outra coisa, menos, diria, “internacionalizada”.
ResponderEliminarQuanto a Lisboa, aos poucos, com muito empenho, dedicação e...visão, de quem tem sido, ao longo de décadas por ela responsável, sobretudo ultimamente, vai-se virando para o Tejo e eleger essa simbiose – cidade e rio – como o verdadeiro “must” da nossa capital. Ainda bem! Já não era sem tempo. Mas, ainda há muito a fazer, a começar por tirar dali para fora os Ministérios, da Praça do Comércio e criar condições para que a Baixa volte a ser um local onde se habita, se pode residir e em simultâneo criar idênticas condições para que venha a ter um comércio rico, variado e elegante. E com muitos mais restaurantes e esplanadas. Com tempo e se a maldita crise se for embora, levando consigo estes tratantes que nos desgovernam, acredito que Lisboa poderá inda melhorar muito mais. Tem todas as condições para ser uma das mais belas e excelentes capitais europeis!
Ah, essa do apalpão no rabiosque da namorada é uma foto gira. E fez-me lembrar um episódio, já longínquo, passado há mais de 2 décadas comigo. Estavamos eu, minha mulher e mais uns casais amigos na nossa casa de família lá na Beira Alta (meus pais passavam mais tempo em Lisboa, por essa altura, e assim pudemos ocupar a casa grande toda, com os tais amigos). Num deses dias, na cozinha, onde eu, minha mulher e mais umas 2 amigas nos encrontrávamos, a preparar os petiscos para “manjar”, ao ver um “rabiosque” numas “jeans” - que julgava eu me era familiar - todo inclinado, junto ao forno do fogão, deu-me para o apalpar, empenhando ali todo o prazer atrevido daquele meu gesto. E não é que confundi (como, não sei!) o dito “rabiosque” bem modelado? Pois foi! Era, afinal, de uma amiga. Deu-nos para rir e meterem-se comigo, mas fiquei um pouco embatucado na ocasião. Não sei bem como fiz aquela confusão, mas foi um repente e tão rápido decidi apalpar que nem prestei a – devida – atenção. Minha mulher ainda se meteu comigo: então, mesmo de costas e inclinada não conheces o meu rabiosque? Pois...na verdade, deveria! Ainda outro dia brincámos com esse episódio, minha mulher, eu e a dita “apalpada”, num almoço de amigos.
P.Rufino
Bela viagem partilhada
ResponderEliminarBj