Fotografia obtida AQUI, junto a um texto bastante interessante. Apesar de tudo há jovens que revelam ter dois dedos de testa |
Já no outro dia aqui falei.
Com a morte horrível de seis estudantes no Meco, que ainda não se sabe como aconteceu (pelo que não é sobre caso em particular que aqui falo), começou a vir à superfície uma realidade brutal, selvagem, jovens a humilharem jovens, comportamentos de seitas, hierarquias, controlo de uns por outros, castigos. Uma realidade que destrói a ideia que gostamos de formar sobre os jovens.
Pensamos que neles reside o futuro, que quererão mais liberdade, mais justiça, mais generosidade. Pensamos que lutarão pela melhoria das condições de vida de todos, que prezarão os afectos, o respeito, a dignidade.
E depois somos confrontados com o horror de os ver a torturarem outros, a infligirem sofrimento, medo, e o que se vê ali é desumanidade, é desprezo pela condição humana dos outros. E é uma linguagem ordinária, rasteira, indecente, alarvemente homofóbica. Uma vergonha. De jovens assim pode vir a nascer uma sociedade mais livre, mais feliz?
Os jovens que organizam estas praxes hediondas e os que não as denunciam na polícia envergonham a sociedade (e envergonham a família e, certamente, envergonhar-se-ão a si próprios mais tarde se um dia crescerem e se tornarem adultos decentes).
Para os que não viram, aqui deixo o link para uma reportagem muito elucidativa. É da TVI e é divulgada pelo Público.
Essa malta só à chapada! Eu pergunto, entretanto, como é que alguém tolera isso? Não reagem? Eu reagiria. Mas, quem as pratica é um energúmero!
ResponderEliminarP.Rufino
P. Rufino,
ResponderEliminarNão sei se leu um texto fantástico:
http://aterceiranoite.org/2014/01/26/cinco-mitos-em-torno-das-praxes/
Muito bom.
Obrigado. Já fui ler. Muito bem escrito e esclarecedor. Fui entretanto reler umas coisas do Wilhelm Reich, de livros que comprei há uns anos e faz sentido o autor te-lo mencionado.
ResponderEliminarUm artigo, esse que me chamou à atenção, que nos faz pensar.
P.Rufino
PS: ainda sobre o W.Reich, há um pequeno livro dele que por cá guardo sobre a sexualidade repressiva que é igualmente interessante.
Tenho observado longamente este fenómeno e uma coisa tenho por certa: os/as mais fervorosos/as praxistas são muitas vezes estudantes medianos, e outras, são mesmo fracos/as. Alguns até podem tirar boas notas (porque há "marrões" para todos os gostos). Mas são um tudo-nada desprovidos de inteligência emotiva.
ResponderEliminarA todos/as desejo que cresçam. E fico curioso por saber o que vão dizer aos filhos daqui a umas décadas.
Olá P. Rufino,
ResponderEliminarO 'Escuta, Zé Ninguém'? Li-o bastante a seu tempo. Era uma jovenzita e devorava tudo o que me aparecia por perto. Muito do que sou foi formado a partir de tudo o que li desde menina e moça.
Por isso me custa tanto saber que os jovens hoje não se interessam por ler (as bebedeiras pelo Bairro Alto, as praxes e tudo isso mostram a face negra da juventude de hoje - salvo as felizes excepções, claro).
Olá Cine,
ResponderEliminarÉ um bocado assustador pensar que a hierarquia das praxes é construída em cima dos anos de frequência e que, quanto mais burro ou mais calinas, mais graduado.
Não se percebe como poderão sair cidadãos cultos e bem formados a partir de jovens com mentes tão deformadas como aqueles que tenho visto na televisão aos gritos ordinários e a obrigar os outros a actos sacrificiais.
Tão estranho tudo isto, Cine. Sinto preocupação e pena.