A recessão aliviou um bocadinho, o desemprego aliviou um niquito e logo
- Passos Coelho, aquele que, como é sabido, gosta muito pouco da verdade,
- e mais o Paulo Portas que, no meio da ficção borbulhante em que gosta de se movimentar, comunica através de sounbites mesmo que não queiram dizer coisa nenhuma ou uma coisa e o seu contrário,
- e mais o arautozinho pequenino de seu nome Marques Mendes
- e mais o Henrique Monteiro que não gosta de números e a quem, portanto, as explicações que têm como base a interpretação numérica lhe passam completamente ao lado,
- e mais uns quantos papagaios que dizem o que calha desde que, dessa forma, possam cavalgar qualquer onda
vêm para as televisões pipilar, dizendo que isto é fruto da política que o PSD e o CDS vêm pondo em prática.
Estranhamente da oposição poucas vozes têm aparecido para desmontar a estupidez e o logro do raciocínio.
Mas eis que João Galamba, o menino bonito do PS, veio explicar o que se está a passar. Foi no Expresso deste sábado e a explicação está clara como água.
Infelizmente já não tenho os cadernos Principal e o de Economia aqui comigo, já os levei para casa dos meus pais, pelo que, mesmo que quisesse transcrever as partes mais relevantes desse artigo, não o poderia fazer.
Mas não faz mal porque o que ele diz é o que eu penso e o que os números demonstram, pelo que falo com palavras minhas.
A melhoria da economia resultou do aumento do consumo interno e não de qualquer outro factor. Ora a melhoria do consumo interno deve-se ao chumbo das medidas mais penalizantes por parte do Tribunal Constitucional. Ou seja, a melhoria resultou justamente do facto de a política do Governo ter sido impedida de ser posta em prática em algumas das suas componentes.
É que, ao haver mais dinheiro em circulação (o subsídio de férias, por exemplo), a economia reanimou-se. São sinais ainda ténues porque a massa monetária em circulação não aumentou assim tanto - mas é o suficiente para demonstrar como é letal a política de austeridade pois, tendo havido um ligeiro alívio dessa maldita austeridade, logo a economia deu sinais de querer respirar.
Não perceber isto é não perceber que, se o OE 2014 não for chumbado pelo Constitucional naquilo que tem de mais gravoso, logo os indicadores se voltarão a inverter.
Será que isto é assim tão difícil de perceber?
[E não falo num outro aspecto, o de que este Governo não reformou nem um pouco a máquina do Estado tendo, inclusivamente prejudicado o seu funcionamento e agravado os seus custos tal como o Tribunal de Contas tão inequivocamente o sinalizou. E não falo nas nomeações abstrusas de miudagem inexperiente, boys, filhos de banqueiros, amigos e familiares, ou nas nomeações aberrantes como a do ex-director nacional da PSP que vai para paris ganhar mais de 12.000 euros por mês. E não falo disso ou de muito mais porque falar nisto me deixa incomodada. A incompetência e a estupidez a mim incomodam-me mesmo. A sério.]
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Sobre as arriscadas acrobacias financeiras do grupo financeiro do regime, o Grupo Espírito Santo, que são de tal maneira que até o Wall Street Journal se espantou e lhes deu notícia, falo no post abaixo.
No Ginjal tenho o Pde.José Tolentino Mendonça com a Presença mas pura dita por um jovem muito talentoso, Guilherme Gomes. As minhas palavras andam comigo sobre as árvores para não destoarem das palavras do Padre-Poeta.
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E, por agora, é isto. Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo domingo!
ECONOMIA DE GUERRA EM PORTUGAL:
ResponderEliminarhttp://www.liberation.fr/monde/2013/12/10/economie-de-guerre-au-portugal_965506
Gosto do João Galamba, tipo assertivo, acutilante, um espírito menos convencional do que o Seguro e outros mais. Quem sabe se um dia chega a líder do PS. Nesse dia, o PS dava uma volta daquelas e só ficava a ganhar. Teria o meu voto. O PS precisa de gente assim, de se renovar. Os "Seguros" já deram o que tinham a dar. E depois, com o Seguro PM teremos o regresso de inefável Portas ao governo, uma criatura política que abomino. Um vendilhão de sonhos populares de pacotilha.
ResponderEliminarP.Rufino
e no entanto a caravana passa.Já agora, dá para perguntar ao "bonitão" do Galamba o que é que o (PS) vai desfazer do que está a ser feito.Isto está para discursos de galinhas (galos) fartos d´erva.
ResponderEliminarCaro Anónimo,
ResponderEliminarMuito obrigada pela referência ao artigo que, espero bem, muitos leitores o consultem.
Transcrevo um pouco e até dá pena ver o meu país assim, de meter dó, exangue:
Le Portugal est un pays exsangue. Le chômage officiel, qui approchait les 20%, a diminué ces deux derniers trimestres «à la faveur» d’une baisse de la population active. Celle-ci est le fruit d’une émigration de masse dont les flux atteignent, voire dépassent, ceux des années 60 qui avaient vu un grand exode des Portugais, fuyant la misère, la dictature et la guerre coloniale (1). La moitié des chômeurs ne bénéficie pas d’allocation chômage et on compte par milliers les exclus du revenu minimum d’insertion, des allocations familiales ou du complément social vieillesse.
Talvez aos poucos os europeus (e era bom que todos os portugueses também!) percebessem a violência do que está a ser feito a Portugal - e para nada. Ou melhor, apenas para salvaguardar os interesses do sector financeiro.
Muito obrigada!
Olá P. Rufino,
ResponderEliminarO Galamba tem genica e é explícito no que diz. Ou seja, é o oposto do Seguro que parece que lhe falta fôlego para a luta e que não consegue ser explícito, parece que fala por meias palavras, parece que tem medo de ser indelicado.
Mas os partidos estão tomados pelo aparelho pelo que não vai ser fácil afastar as concelhias e distritais que elegem os líderes.
Não sei como se vai sair disto...
Caro Anónimo,
ResponderEliminarIsto dos galos e galinhas e da erva e das caravanas quase parece conversa do Tozé... muito pouco explícito.
Não sei o que exactamente quereria que o João Galamba esclarecesse mas eu respondo por mim: eu anulava praticamente tudo o que este governo fez porque, para nosso mal, praticamente só tem feito porcaria.
Temos pena.
Pois é UJM, mas a sua opinião ou a minha como alguém dizia , é válida como tal.Eu gostaria é de saber a opinião dos verborreicos que vão ter poder de decisão, e que para já falam e não dizem nada.Junte-se a isto os abovinados dos nossos jornalistas com perguntas de merda, e não objectivas, e temos ao que chamo (conversa para Boi dormir).
ResponderEliminarTenho uma ideia, entrevistar os políticos por um painel de crianças, como aquelas que perguntaram ao actual se ia tirar os subsídios e ele disse que era um disparate.Provavelmente os portugueses estariam melhor representados nas suas dúvidas.
é isto os discursos (e entrevistas) dos políticos na falta de jornalistas competentes - https://www.youtube.com/watch?v=_aZ2bdnG97A
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