Hoje passei por um Gato Preto. Há que tempos que lá não entrava, talvez desde o último Natal. Não fui lá de propósito. Passei por lá, espreitei e vi umas placas que me prenderam logo a atenção. Sou de amores à primeira vista, tiro e queda. Nada a fazer. Depois, já vos contei, não sou de resistir às tentações: pintou, rolou.
Por isso, já aqui as tenho.
Claro está que a parte chata estava para vir mas nada que não esperasse e para a qual, ao longo de anos disto, já não tivesse adquirido sobejas resistências.
Eu toda contente com as minhas placas e o meu marido: Mas o que é isto? Não és maluca, nem nada... Mas achas que ainda há sítio para mais porcaria? E achas que isso tem alguma coisa a ver com o resto da casa?
Respondi: Lots of sítios. E tem tudo a ver.
Depois, a ver se arranjava mais por onde pegar: Quanto é que isto custou? Andas a gastar dinheiro com porcarias que não fazem falta nenhuma.
Respondi: 70.
Exclamou logo: 70? 70 euros por uma porcaria destas?
Então acalmei-o, seguindo a táctica comunicacional do inteligente Passos Coelho que diz que vai aplicar uma taxa de 4.5% para depois dizer que é 3.5% e só para alguns e aí fica tudo muito contente: Não foi nada... foi só 38. 19 cada uma.
Já não disse nada.
Pronto, desabafou.
Mas, enquanto eu andava a ver onde as havia de pôr, ouvia-o a ele, Sempre quero ver onde é que vais pôr isso...
Nem respondi. Não vou em provocações. Já arranjei sítio: uma vou pôr na paredezinha de separação da cozinha da copa e a outra num recanto do pequeno hall que dá acesso à zona de serviço (cozinha, copa, despensa, arrecadação, casa de banho, etc). Ou seja, em sítios discretos mas dos mais frequentados da casa.
Mas ainda não tenho os meus problemas resolvidos, claro. Agora ainda hei-de ter que amargar para ele as pendurar. Já lhe disse que não é preciso nada de especial, uns miseráveis preguitos servem bem. Não me deu saída, Miseráveis preguitos... só parvoíces.
Às tantas, se a coisa não se resolver até ao fim de semana, deito eu mãos à obra. Geralmente quando faço isso, ele enche-se de brios e a fingir que está chateado, diz: Sai daí que não fazes nada de jeito. Pronto, é o que eu quero ouvir. Para já vou esperar: pregar coisas na parede é pelouro dele.
Claro está que amanhã, quando ler isto, não vai achar graça nenhuma: Para que é me metes no meio da conversa!?! Que necessidade tens tu disto...?. Tenho. Sou extrovertida: gosto de desabafar em voz alta.
Ou seja, tão contente que estou com elas que as fotografei para vos mostrar - mas, claro, ainda estão no chão.
Mas agora digam-me lá vocês se também não as acham mesmo uma graça? São de chapa, com ar envelhecido. Estou apaixonada por elas. Não apenas têm a ver com a casa como têm tudo a ver comigo. Lindas.
(E, por favor, tenham o gesto de caridade de não me virem dizer que o que lá se diz são banalidades ou coisas sem interesse nenhum. Eu sou uma moça simples, contento-me com pouco e isto não é nada pouco, ora essa. A sério que estes é que são mesmo os meus mandamentos, quero lá eu saber daqueles que têm o de não cobiçar a mulher alheia, ora, como se eu fosse de cobiçar mulheres. Estes é que são bons. Todos. E quanto mais devagar melhor. E dançar à chuva também é do melhor que há.)
(E, por favor, tenham o gesto de caridade de não me virem dizer que o que lá se diz são banalidades ou coisas sem interesse nenhum. Eu sou uma moça simples, contento-me com pouco e isto não é nada pouco, ora essa. A sério que estes é que são mesmo os meus mandamentos, quero lá eu saber daqueles que têm o de não cobiçar a mulher alheia, ora, como se eu fosse de cobiçar mulheres. Estes é que são bons. Todos. E quanto mais devagar melhor. E dançar à chuva também é do melhor que há.)
LIFE ISN´T ABOUT WAITING FOR THE STORM TO PASS. IT'S ABOUT LEARNING TO DANCE IN THE RAIN. (A pequena carpete de Arraiolos é um modelo original do sec. XVII e foi feita por mim na era pré-blogues) |
LIFE IS SHORT BREAK THE RULES FORGIVE QUICKLY. KISS SLOWLY. LOVE TRULY. LAUGH UNCONTROLLABLY AND NEVER REGRET ANYTHING THAT MADE YOU SMILE |
[NB: Não tenho sociedade no Gato Preto]
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A Ana Moura, lá em cima, canta 'A case of you'
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Aqui chegada apeteceu-me ouvir poesia. Lembrei-me da bela voz de Jeremy Irons. E como ele aqui está giro. Gosto de ver homens vestidos assim, calças de bombazina, blusões largueirões e macios, roupa usada, um ar nonchalant, descontraído, cool, na boa, bem com a vida. E gosto de os ver com uma barbinha assim. Parecem transportar uma vida bem vivida, dar bons abraços, ser capazes de gestos de compaixão ou sedução. Ainda por cima a dizer um poema sobre árvores, sobre o coração das árvores, sobre a beleza pura das árvores minhas irmãs. Há lá coisa melhor?
(Talvez haja)
(Talvez haja)
The heart of the tree
What does he plant who plants a tree?
He plants a friend of sun and sky;
He plants the flag of breezes free;
The shaft of beauty, towering high.
He plants a home to heaven anigh
For song and mother-croon of bird
In hushed and happy twilight heard —
The treble of heaven's harmony —
These things he plants who plants a tree.
What does he plant who plants a tree?
He plants cool shade and tender rain,
And seed and bud of days to be,
And years that fade and flush again;
He plants the glory of the plain;
He plants the forest's heritage;
The harvest of a coming age;
They joy that unborn eyes shall see —
These things he plants who plants a tree.
What does he plant who plants a tree?
He plants, in sap and leaf and wood,
In love of home and loyalty
And far-cast thought of civic good —
His blessing on the neighborhood
Who in the hollow of His hand
Holds all the growth of all our land —
A nation's growth from sea to sea
Stirs in his heart who plants a tree.
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What does he plant who plants a tree?
He plants a friend of sun and sky;
He plants the flag of breezes free;
The shaft of beauty, towering high.
He plants a home to heaven anigh
For song and mother-croon of bird
In hushed and happy twilight heard —
The treble of heaven's harmony —
These things he plants who plants a tree.
What does he plant who plants a tree?
He plants cool shade and tender rain,
And seed and bud of days to be,
And years that fade and flush again;
He plants the glory of the plain;
He plants the forest's heritage;
The harvest of a coming age;
They joy that unborn eyes shall see —
These things he plants who plants a tree.
What does he plant who plants a tree?
He plants, in sap and leaf and wood,
In love of home and loyalty
And far-cast thought of civic good —
His blessing on the neighborhood
Who in the hollow of His hand
Holds all the growth of all our land —
A nation's growth from sea to sea
Stirs in his heart who plants a tree.
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Muito gostaria ainda de vos convidar a visitarem o meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa, onde João Vasco Coelho me leva a falar de amor. e a seguir ainda por lá há um momento quase mágico, o Estrela do Mar interpretado por Jorge Palma e Cristina Branco.
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E, por hoje, é isto. desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quarta feira.
E não se esqueçam: beijem devagarinho. E quebrem as regras.
E riam até não poderem mais. E etc.
Parabens Jeitinho, são mesmo uma graça. E como "mandamentos" convem tê-los sempre presentes, pois muitos dias há em que nos esquecemos deles.
ResponderEliminarA VIDA É CURTA,(quebrar regras dá trabalho).
PERDOAR DEPRESSA dá uma paz...
BEIJAR DEVAGAR sabe tão bem...
E de facto em ingles tem outro impacto.
Recordo-me de ter visto há tempos no hall de uma empresa uma placa de tradução duvidosa,que dizia TRABALHA ATÉ Á EXAUSTÃO OU SERÁS DESPEDIDO.
Convença o seu marido com a nova tecnica Nao mais pregos. Resulta mesmo.
Um beijinho.
Olá Pôr do sol,
ResponderEliminarNão sei se essa de não usar pregos dá para estas placas que ainda são pesaditas. isto com o meu marido tem que ser por fases. Agora a ver se deixa de embirrar com elas, de dizer que não faziam falta, que não têm nada a ver, etc. Depois entramos na fase de se decidir a pendurá-las... Mas também não há pressa. Tem é que ser até ao fim de semana senão a turma dos pimentinhas vai fazer delas um skate ou coisa do género...
Quanto ao que elas dizem é uma coisa mesmo bom astral como eu gosto.
Gostei de vê-la por cá!
Beijinhos Sol nascente!!!!!!!
Agora só falta convidar o Moisés para lhe fazer uma visita e apreciar a tábua.
ResponderEliminarObrigada Jeitinho,
ResponderEliminarNão me tem visto ultimammente, mas todos os dias por aqui passo. É o MEU tempo.Aqui descanso, esclareço-me, divirto-me, rio e tambem choro.
Muitas vezes não comento porque me identifico de tal modo com o que pensa, que seria uma repetição do que escreve, e como sei que não tem muito tempo para responder a todos..
Habituou-nos de tal modo à sua escrita, que não pense, como no inicio da semana, que passariamos sem ela.
Um beijinho e até logo.
jrd,
ResponderEliminarJá me fartei de rir com o seu Moisés a entrar-me por aqui dentro e a ficar todo incomodado com a minha tábua. Beijos vagarosos...? Cruzes.
Um abraço!
A Tá é demais! Depois de a ler até contei ao meu marido que também se riu, mas sabe logo com o que é que rematou? "Vocês sabem-na toda"...
ResponderEliminarNão pensou em arranjar tipo uns suportes de chão em vez de as pendurar? Dada a dimensão era capaz de ser a solução.
Beijinhos