Sobre a TSU das viúvas, ou seja, sobre o corte nas pensões de sobrevivência, pergunto: quando na quinta feira Paulo Portas fez a conferência de imprensa em que disse que não ia haver mais austeridade e que tudo se ia conseguir com pequenas e médias poupanças, sabia desta infame medida? ___ Pois daqui lhe digo: se não sabia, então demita-se para não correr o risco de voltar a fazer figura de papel de embrulho; se sabia, então pinte a cara de preto e não volte a aparecer à nossa frente de cara descoberta. Já chega!

Este governo é desgovernado, incompetente, composto por gente ignorante, mal formada, insensível, desprovida de sentido de Estado, de patriotismo, de solidariedade, de tudo. Nunca pensei ser possível que um grupo de gente assim pudesse estar num governo nacional.

O principal responsável por isto é Passos Coelho, um sujeito vingativo, mau, frio. Por muito que me choquem os comportamentos de outros membros do seu governo, em momento algum me esqueço que o principal responsável é ele.

Mas se ele é o responsável número 1, Paulo Portas é o número 2.

Onde Passos Coelho é primário, raivoso, sinistro, mau, Paulo Portas é cínico, fingido, manipulador, perigoso porque supinamente falso.

Passos Coelho esteve no Parlamento na sexta feira e nada disse do que viemos a saber, por interpostas pessoas, a conta-gotas, ao longo deste fim de semana. Para além de tudo, é um cobarde. 

Por sua vez, Paulo Portas compareceu numa conferência de imprensa com a Albuquerca e com o Moedas e fez um teatrinho, uma vez mais tratando os portugueses como se fossem atrasados mentais, como se tivéssemos todos razões para estarmos tranquilos, contentes, que os maus tempos tinham passado, que não ia haver mais austeridade. 

Tudo mentira. O orçamento de 2014 não apenas vai ter toda a austeridade de 2013 como vai levar em cima um corte de mais de três mil milhões de euros. Em quê não sabemos que ele, Paulo Portas, anda há quase um ano para apresentar um 'guião' para a reforma de Estado e ainda não teve a competência ou a coragem para o fazer. E veio cheio de gracinhas da maratona e das voltas da maratona e das pequenas e médias poupanças e mais a taxa sobre as rendas da electricidade (que, segundo Marcelo, os outros dois desconheciam e, a ser isso verdade, bem 'apalpados' e descontentes devem ter ficado) como se não houvesse mais nada a dizer.

Pois bem, logo no sábado, esse pequeno porta-voz do governo que dá pelo nome de Marques Mendes, já veio dizer que metade das Repartições de Finanças do País são para fechar.

E hoje veio a saber-se da medida mais insultuosa, mais estúpida, mais inacreditável de que um governo poderia lembrar-se: a TSU das viúvas (como Pedro Adão e Silva muito justamente a designou). 

Ou isto é vingança do gang do PSD, furioso com aquilo das rendas da electricidade e com o papel de bonzinho que o Portas quis fazer na conferência de imprensa, ou é a prova de que este não presta, não presta mesmo. Esta medida do corte das pensões de sobrevivência é da área do Mota Soares que é do CDS, pelo que dificilmente se perceberia que fosse tomada avançada sem o ámen do chefe Portas.

Seja como for, uma coisa é certa: só gente muito velhaca é que poderia lembrar-se de ir cortar a pensão de sobrevivência aos viúvos e viúvas (maioritariamente viúvas). 

De notar que as idosas viúvas são maioritariamente mulheres que não trabalharam pelo que sobrevivem essencialmente das pensões de sobrevivência. Sei do que falo. Quem tem familiares idosos, bastante idosos, sabe bem de que estamos a falar. Sabemos que já têm que ser os filhos ou genros e noras ou sobrinhos a suportar parte das despesas com rendas, com a conta da água, da luz, do gás, do telefone, dos medicamentos, dos médicos, das fraldas, dos resguardos. E quando esses mais novos estão eles próprios desempregados, com filhos a estudar? O que fazer com mais cortes? Ir toda a gente viver da mendicidade? 

O que pode uma idosa de oitenta e tal ou noventa anos fazer quando o dinheiro não lhe chega nem para uma pequena parte das suas despesas? Viver à custa dos filhos? E todos os meses, aterrada com o anúncio de novos cortes, ir pedir mais e mais sabendo que eles já não aguentam também mais esforços?

Estamos a falar de pessoas que viviam remediadamente até há uns três anos, gente modesta, gente que nunca roubou, nunca viveu acima das suas possibilidades - e que agora se vê aflita para sobreviver, sem dinheiro para as despesas, muitos sem que os filhos tenham trabalho, sem condições para os ajudar.

E tudo isto a  troco de quê?

Para quê esta desgraça que assolou a família da classe média, das pessoas honestas e ?

Para pagar aos bancos estrangeiros? Para pagar juros agiotas? 

Para a dívida não parar de subir? 

Como é isto possível?

Que velhacaria é esta?

Como pode gente assim continuar à frente deste país? A sugar a vida das pessoas, a retirar-lhes a dignidade, o sossego? Como?

Não há limite para isto?

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E, por favor, sigam até ao post abaixo pois no vídeo que aí poderão ver está grande parte da explicação para o que está a acontecer a Portugal. A parte que falta para se perceber esta desgraça está no que acabei de escrever: na falta de ética, de humanismo, de decência de quem nos governa.