terça-feira, setembro 10, 2013

Manifesto a favor de uma vida (mais) feliz. Ou carta para uma amiga que pensa que está longe (mas que está aqui tão perto). Ou uma flor em forma de margarida para alguém que se sente triste.


Para uma amiga que está triste, sofrendo o que pensa ser a solidão e a irreversibilidade do seu destino


(Vou ilustrar o texto com fotografias de Toni Frisswell porque acho que ficam muito bem com a minha amiga, pessoa de gosto refinado e que tende a sonhar com divas igualmente sonhadoras, com o seu quê de irreverentes)

E tomara que isto não fique a soar a segredo de polichinelo, a fútil manual de auto-ajuda, a conversa fiada. Tomara que isto soe como aquilo que genuinamente pretende ser: um incentivo, um sopro de esperança, um golpe de asa, uma mão colocada no braço, um sorriso, um abraço.




[E que, para já, entre Alela Diane e nos cante o seu About farewell.

Não será muito animado mas gosto e isso, para já, é razão suficiente]



*

Eu acho sempre que a gente é que faz a nossa vida e que as escolhas são nossas, se por aqui não dá, bye bye, vamos por ali, se isto não resulta vamos arranjar outra solução e, mesmo que a vida seja um percurso feito de procura, há sempre a expectativa de encontrar uma solução para tudo. Eu sou assim. Nunca desanimada. Por vezes preocupada, por vezes assustada, mas nunca desanimada, sempre a tentar encontrar uma saída ou uma forma de melhorar as coisas.

Se dão alta ao meu pai sem ele se conseguir mexer, então vamos lá arranjar uma solução, uma cama articulada, um cadeirão que faça o levante, um fisioterapeuta que vá lá a casa, alguém que vá ajudar na higiene, e por aí fora. Aparece um problema, a gente descobre uma solução. Na minha equipa aparece alguém com mau feitio, não tem problema, eu dou-lhe a volta, faço marcação, faço com que se transforme, faço com que os outros o aceitem tal como ele é, qualquer coisa. Aparece um problemão de que não sabemos a solução, paciência, acontece, vamos arranjar maneira de minimizar o impacto.

Mas estou bem consciente de uma coisa: a nível pessoal tenho a vida facilitada porque temos recursos e tudo aquilo de que falei em relação ao meu pai custa dinheiro e o que mais não falta é quem tenha problemas do género e não tenha como pagar as mordomias de que falei (não deveriam ser vistas como mordomias já que são indispensáveis mas, dado o preço que têm, são mesmo apenas para quem pode). E, a nível profissional, tenho poder de decisão para poder ser eu a traçar o caminho das pedras.




Mas tem a ver com o meu feitio, pois o que não faltam são pessoas com a mesma situação financeira ou mais desafogada que eu e a minha família e, a nível profissional, com o meu poder de decisão - e que se deixam afogar em problemas.

Sei de um caso, por exemplo, em que quando o patriarca, uma das pessoas que seguramente estava entre os mais abastados do país, se encontrava muito mal, a família (filhos incluídos) achou que devia incumbir aos filhos a responsabilidade pessoal por tratar do pai até ao último suspiro. E, portanto, em vez de contratarem alguém para tratar do senhor, revezavam-se, em casa, numa das mais ingratas tarefas que pode existir: assistir ao declínio absoluto de um pai, efectuar todas as tarefas inerentes ao tratamento de um acamado em estado terminal. Resultado: para o doente presumo que foi uma dor, a dor maior, e uma humilhação, ver o sofrimento que se estava a infligir aos filhos e, para os eles, logo a seguir, uma depressão e, mesmo depois e ainda agora, um trauma do qual dificilmente se vão livrar.

Teria sido mais lógico e menos sofrido para todos se tivessem contratado alguém que se ocupasse das tarefas mais penosas. Mas optaram pelo caminho mais difícil, mais inglório, e que não trouxe nenhum alívio para qualquer dos envolvidos.

E, no trabalho, quantos colegas encaram qualquer problema, mesmo que ainda potencial, como um dramalhão, ou como uma crise, ou com um stress desgraçado?

Para quê? Não apenas as soluções mais stressantes não são a melhor solução para coisa nenhuma, como são um desgaste que não contribui para a felicidade de ninguém.




E há as perdas, as que deixam rasgões dentro de nós. Mas tudo se cura, não há rasgão que não cicatrize. Ficam marcas, fica a saudade, fica a recordação. Mas a vida continua.

Depois há ainda os desaires amorosos: há quem se apaixone por gente que, à partida, se percebe logo que vai traduzir-se num caso inviável, um beco sem saída. Quem se entrega a amores impossíveis não o faz por masoquismo, faz porque acredita que um dia, por milagre, tudo vai ficar fácil e possível.

Acontece. Mas é raro.

Há que perceber se a coisa tem pernas para andar ou não. Se não tem, bye bye. Mas é logo, nada de arrastar situações inviáveis. Nada de ficar a remoer, a sofrer, a acumular desilusões.

Disse-me a minha filha no outro dia: mas isso não é assim, gostar ou não gostar de uma pessoa não é uma coisa voluntária.

Respondo: se bem que haja (e há, sei-o bem) o amor como um golpe de loucura, um sopro de paixão, há também a razão de quem tem que perceber que, se não dá, não dá.

E que há mais marés que marinheiros.




E, depois, é deixar a vida acontecer. O importante é sair de dentro de casa, de dentro de si mesmo, arranjar maneira de passear, de estar ao ar livre, e deixar o oxigénio entrar na alma, estar disponível, tranquilo, sem ansiedade, sem pesos no espírito, coração aberto.

Tenho para mim que uma pessoa tem que interiorizar algumas coisas importantes:

[Sei que o que vou escrever se presta a ser lido com um sorrisinho snob, daqueles que se deixam ficar ao canto da boca quando se pretende parecer displicentemente superior. Pois sim, que sorriam, que isto é mesmo capaz de ser muito fraquinho como fundamentos para uma teoria geral da felicidade. Mas quem é que disse que eu tenho veia para erudita seja do que for? Ninguém. Por isso, vá de pôr mas é um sorriso de orelha a orelha, que é isso mesmo que se pretende, alegria. E, então, cá vai, que eu, gozações à parte, acredito mesmo nisto.]
  • A vida que temos é uma, é só esta, e gasta-se.
  • Não faz sentido desperdiçá-la à espera de milagres ou esvaindo-se numa situação que não é boa nem útil para ninguém.
  • A vida pode ter vertentes muito más, desgastantes, decepcionantes, desesperantes - mas tem mil outras, boas, disponíveis para serem vividas.
  • É um disparate inútil uma pessoa deixar-se absorver pelo que é mau, por pensamentos negativos, pelo desalento. Pelo contrário: toca a ir até à janela, respirar fundo - e coração ao alto, para a frente é que é caminho. E que os pesos saiam, que a leveza tome conta do coração e da mente.
  • E, se for difícil perceber isso sozinho, então que se peça ajuda. Há sempre alguém que pode ajudar. Seja na divisão dos trabalhos penosos, seja com uma palavra de conforto, seja com uma voz de incentivo. Obter ajuda é fundamental.
  • E, o que for, acabará por soar. Seja o que for. Mas que seja bom, que venha com serenidade, gentileza, bondade.
  • E que, até lá, nunca se perca a capacidade de sonhar, de sorrir, de acreditar. 
  • A vida vale muito a pena (apesar de tudo). Vale mesmo. Mesmo, mesmo.



*
Eu sei, eu sei: por vezes o trabalho que dá alcançar a leveza, e as dores por que tem que se passar...

Eu sei. Há pessoas a quem a vida traz muitas dificuldades. Muitas. Eu sei.

Mas o importante é não desistir. O bom é o que vem a seguir.



Sylvie Guillem, talvez a bailarina que prefiro, ensaia. 

Parece tão fácil. Mas vemos que não é.


*

A ver se ainda cá volto. (Devia ir actualizar o meu Ginjal mas ando preguiçosa.)

******

Não, afinal não escrevo mais nada. Antes de ter resolvido escrever o que acabaram de ler, vinha com uma ideia mas, depois, pensando melhor, acho que não devo, por hoje, escrever mais nada.

Desejo-vos, a todos, meus Caros Leitores, mas hoje em especial à minha amiga, um dia muito feliz.

Vá lá... Smile... 
A big, big smile... Ok?

*

[PS completamente a despropósito: Porque tenho andado curiosa com um fenómeno, fui ver as estatística das visitas de ontem. Pois bem, tenho a dizer-vos que continuo a ser visitada pela senhora dona capicua. No outro dia contei-vos das 1.111 visitas, uma capicua perfeita - mas um pico como disse, e bem, um leitor (embora um pico não inédito). Mas a verdade é que a coisa tem continuado capicua na mesma (mais baixa, é certo, mas capicua): 838 visitas num dia e 868 noutro. Tem graça, isto. E não estou a inventar para arrancar mais um sorriso a quem anda sisudo: não, é verdade mesmo.]

11 comentários:

  1. JOAQUIM CASTILHOsetembro 10, 2013

    Olá UJM!

    Gostei ...e muito do deu "heptágolo" para uma vida feliz...

    Vou enviá-lo a amigos mais sombrios e pessimistas (o que infelizmente é norma hoje em dia, atendendo a situação nacional, europeia e não só....!)

    Obrigada e um dia feliz para Si!

    um abraço

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  2. JOAQUIM CASTILHOsetembro 10, 2013

    Olá UJM!

    Cá estou eu de novo só para transcrever parte de uma notícia de hoje do DN:

    " As pessoas mais felizes do mundo, aparentemente, residem no Norte da Europa, segundo os resultados de um relatório das Nações Unidas sobre a felicidade mundial em 2013 para o qual foram analisados 156 países.

    Portugal é o 85º país mais feliz do mundo, de acordo com o Relatório da Felicidade Mundial 2013, divulgado ontem pela Rede Sustentável da Organização das Nações Unidas (United Nations Sustainable Development Solutions Network).

    No entanto, os países mais felizes do mundo estão no Norte da Europa. No topo do ranking estão Dinamarca, Noruega, Suíça, Holanda e Suécia. Os mais infelizes dos 156 países em estudo situam-se em África: Ruanda, Burundi, República Centro-Africana, Benin e Togo."

    Estes rankings "valem o que valem" Mas sempre significam qualquer coisa.

    Um abraço

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  3. Cara UJM
    Quantas de nós não terão já dito o mesmo a essa amiga?!
    Partilho inteiramente da sua opinião. Se dá, óptimo. Se não dá, bye, bye.
    O que não podemos é estragar o presente, por menos atraente que ele seja -é o nosso -, por causa de passados sem futuro.
    Mas nem todos - todas - somos capazes disto, eu sei. E por o saber, é que acho que essa amiga merece todas as flores do mundo!

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  4. Discordo da sua opinião e vou apresentar dois exemplos de duas duplas que mudaram a nossa vida, porque se conheceram.Individuamente não dariam nada (provavelmente).
    Penso que a nossa vida depende daquilo que queremos dela, mas é muito influenciada por quem nos aparece no caminho.e quando digo muito é muito mesmo.

    Bill Gates e Paul Allen.Bill Gates tinha como se demonstrou todo o potencial para vingar no mundo dos computadores, mas era muito novo, o ter conhecido Paul Allen mais velho
    foi decisivo para ser o que foi e é.Por outro lado Paul Allen conhecia, um informático que tinha inventado um programa chamado Qdos, que depois de adquirido pela dupla passou a ser
    Ms-Dos e o resto todos sabemos.Ou seja aquele programa podia ter morrido como milhares na altura siplesmente vieram ter ás mãos certas , e nesta fase entra o
    mérito de Bill Gates.Estas 3 pessoas se não tivessem conhecido não havia a MICROSOFT


    Steve Wosniak e steve Jobs, JoBs um comercial soberbo, que caso não conhecesse o Geek que sabia fazer computadores e o SO para os mesmos ,talvez fosse um grande vendedor da walmart.


    Está presente neles uma vontade, que só se concretiza porque conheceram as pessoas certas.

    Quantas projectos de vida, profissional, etc falham porque não se encontrou o parceiro certo.

    Ou como dia Newton, sou o que sou porque vim ao ombro de Gigantes.

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  5. Cara UJM,
    após longa ausência (sem qualquer doença) destas paragens, regresso ao comentário, para dizer que o seu recanto, sempre belo, continua pleno de vitalidade e encanto.
    A propósito do seu texto de hoje, sabemos que tristezas são agruras e a vida quer-se plena de alegria e raiva de viver. Costumo dizer, perante o desânimo dos meus doentes oncológicos, em fase avançada, que vivam cada dia intensamente como se fosse o último, mas acreditando sempre que o amanhã poderá ser melhor.

    Num vitral do Hospital da Misericórdia, onde zelo por doentes dos cuidados continuados, tem uma frase bem conhecida que diz: “Mais importante que dar anos à vida é dar vida aos anos”. Ninguém tem dúvidas disso, creio eu.

    Concordo consigo que, hoje, a grande dificuldade da maioria das pessoas é a falta de dinheiro que não lhes permite comprar apetrechos auxiliares para as suas incapacidades e dos seus familiares, bem como pagar serviços de apoio. Precisamente uma cláusula dos cuidados continuados é a assistência aos doentes, para que os cuidadores possam descansar um pouco. Há doenças que induzem exaustão nos cuidadores e quase todos temos essa noção.

    Quanto à amiga triste, mesmo desconhecendo o motivo, apenas direi: nada neste mundo paga o nosso bem-estar, não havendo motivo, nem ninguém, que justifique a nossa infelicidade, mesmo que seja o ente mais querido. É a minha opinião, pois nunca achei salutar, nem lógica, a máxima do “morrer por amor”, embora a possa compreender.

    Apesar das contingências, a vida é bela, viva a vida!
    Felicidades e muita saúde para si e toda a família.

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  6. Olá Joaquim,

    A vida, por vezes, é dura. para todas as pessoas há momentos em que a vida é dura mas há pessoas que têm que suportar uma carga mais pesada.

    Mas, especialmente essas, deverão olhar em frente, aceitar ajuda, acreditar que melhores dias virão, estar disponíveis para esses dias.

    A crise fez baixar o nosso nível de felicidade e isso é muito compreensível pois a felicidade não e coisa abstracta: se não há dinheiro que chegue para pagar todo o conforto que nos aliviaria, para fazer face a todas as despesas necessárias, como ser feliz, não é?

    Mas, ainda assim, temos que nos manter de pé.

    Obrigada pelas suas palavras.

    Um abraço.

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  7. Olá helena,

    Pois é. Concordo e gostaria de poder fazer mais, gostaria de mostrar-lhe o futuro e gostaria que o futuro tivesse muita luz, serenidade, amizades presentes. Mas os meus dotes de persuasão nem sempre resultam.

    Por isso, não sabendo que mais fazer, envio palavras que tento que sejam coloridas como flores.

    Gostei muito de ler o que escreveu, Helena, pois acho que ela gostará de saber as suas amigas juntas, mandando-lhe sorrisos e abraços.

    Um abraço também para si, atenta Bárbara Helena.

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  8. Olá Anónimo,

    Não sei se percebeu bem o sentido do que eu escrevi mas se calhar fui eu que não me expliquei bem.

    Percebo muito bem o que diz. tantas vezes é preciso uma mão, um apoio, para se ir mais longe. Claro que encontrar a pessoa certa para nos ajudar a caminhar é importante e os exemplos que deu são bem exemplificativos.

    Mas o que eu queria dizer é que se, de momento, não existe esse apoio, há que procurá-lo, há que não desistir, há que não baixar os braços. Melhores dias virão, temos é que estar atentos para não os deixar passar ao nosso lado.

    Mas muito obrigada pelas suas palavras.

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  9. Olá dbo,

    Que bom revê-lo. Às terças feiras fico sempre à espera da sua 'visita de médico'. Já estava a ficar apreensiva não fosse ter havido alguma outra onda de pouca sorte para o seu lado. Felizmente que não há nada e que está bem. Fiquei mesmo contente.

    E gostei muito de ler o que escreveu. O seu testemunho, pela força da sua experiência, é valioso e estou certa que, quem me lê, vai gostar muito de ler as suas palavras.

    A vida é tão valiosa, tão valiosa. Imagino as situações dramáticas a que assiste e como gostaria de poder prolongar mais a vida de algumas pessoas de modo a que pudessem ver um pouco mais um jardim, o sorriso dos que amam, o mar.

    Temos que a poupar, temos que valorizar os nossos momentos. E, se estivermos bem, melhor estarão os que estão à nossa volta, não é?

    Muito obrigada por tudo. E volte sempre.

    Um abraço!

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  10. O problema é esse, é que podemos não encontra-lo embora procure (o mundo é grande), e ele passar ao meu lado e eu aproveitar mas estar num meio que não está preparado para isso.

    Acho que vou dizer uma barbaridade para alguns, mas penso que temos a vida possível e não a plenamente
    realizada, só uma pequena parte é que a realiza plenamente,pois o destino colocou toda essa aleatoriedade
    no seu caminho, e alguns souberam aproveitar.

    A próposito do meio, em 1998 se eu fosse falar com o Eng.Belmiro, ou o Amorim, olhe tenho aqui esta ideia de pesquisa na internet, mas preciso
    de mais de 1 milhão para a colocar em prática, e não sei se tem retorno

    Ou olhe, tenho esta ideia de videos na net, calculo receitas no valor de 700 milhões, mas tenho um pequeno problema, pois os custos são de 1000 milhões
    em servidores, e não tenho a certeza , mas acho que ainda não dá lucro (youtube)

    Ou seja, posso procurar, mas tenho que ter a sorte de estar a procurar no sítio certo


    A internet foi inventada por um europeu, mas foi potenciada no outro lado do atlântico.

    Ou seja já acreditei mais que sou dono do meu destino

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  11. e depois temos isto - http://www.publico.pt/politica/noticia/passos-coelho-promove-e-aumenta-colaborador-1605453 e o diário - http://dl.dropboxusercontent.com/u/117425049/DR/2013/Setembro/Resumo/DR2/DRE174.pdf e as pensões de sobrevivência escapam - http://www.publico.pt/economia/noticia/pensoes-de-sobrevivencia-ate-419-euros-escapam-a-corte-1605330

    isto tudo mete mesmo muito nojo

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