Seguindo uma muito oportuna dica da mulher de quem se fala, lá fui. O meu marido, quando eu lhe explicava que tinha aquele afazer, perguntou-me 'mas tens alguma falta disso?'. Esclareci-o que tinha mesmo falta. Não acreditou. Reiterei-lhe que estava mesmo a precisar de uma azul. Ele escarneceu 'isso é o que de mais por lá deve haver'. Expliquei que tenho uma azul mas é um azul claro e que preciso mesmo de uma em azul marinho, ou ultramarino (qualquer dos dois tons daria jeito). Gozou 'olha que se procurares bem ainda tens alguma surpresa'. Não percebi; mas ele fez o favor de concluir, 'é que não vai aparecer uma, devem aparecer várias'. Mas eu já não ligo a estas provocações.
Ontem, regressada de férias, tinha comprado umas calças azuis escuras, justas, pelo tornozelo, com pequena dobra, com risquinha discreta num cinza claro, uma elegância.
Mas, aqui chegada, faço um aviso à navegação. Já o fiz muitas vezes. Gosto de me vestir bem (enfim... eu acho que é bem mas, claro, estou a ser juíza em causa própria) mas não gosto de gastar muito dinheiro a vestir-me. Acho um desperdício gastar fortunas em roupa. Ao contrário de algumas amigas e familiares que não olham a despesas para terem roupa de marca, peças que acham que são únicas, bem confeccionadas e sei lá que mais, e conhecem tudo e são avisadas pelas lojas quando chegam peças novas, etc e tal, eu não entro nesses esquemas. Com o preço de uma blusa de marca, eu compro um guarda-roupas inteiro.
É que, além de achar um disparate gastar tanto dinheiro, gosto de sentir que faço bons negócios, gosto de andar à procura de coisas a bom preço. E cada vez mais. E cada vez me sinto mais livre de toda a espécie de preconceitos, nomeadamente - porque é disso que agora estou a falar - em relação ao vestuário.
Exemplifico: descobri este ano duas lojas que, antes, para mim, eram apenas para miudagem e, em particular, para miudagem com fraco poder de compra.
No outro dia fui a um centro comercial e o meu marido ficou de se encontrar lá comigo para irmos almoçar. Quando chegou, ligou-me a saber onde é que eu estava, eu disse-lhe que estava numa dessas lojas, descrevi onde é e ele lá foi ter comigo. Quando chegou ao pé de mim, perguntou-me com ar confundido ou perplexo 'mas tu já viste quem é que está aqui a comprar roupa...?'. Não é que ele seja elitista, que não é, nem preconceituoso que também não é. Mas, de facto, olhando à volta, dir-se-ia que a miudagem de um bairro daqueles problemáticos tinha ido ali abastecer-se. Pois bem, desde que descobri essa loja, quase que já passo sem a Zara. Ontem lá fui outra vez. Mas já está tudo muito escolhido, já não vi nada que me agradasse em saldo, coisas de jeito já só da nova colecção. E eu ainda estou virada para as pechinchas dos saldos.
A loja de que falo é a Bershka.
As blusinhas giras, giras, que lá comprei desde que a descobri, e umas calças leves e macias de viscose, um blusão branco de um tecido que parece seda... E uns preços que não vos digo nada. O que é, é preciso escolher pois há coisas clássicas, discretas, ao lado de blusas justas por cima do umbigo, com as costas ao léu ou saias que mal tapam as virilhas. Mas escolher é parte do prazer de fazer compras.
A outra loja onde este ano comprei parte da roupa com que me tenho vestido é a Pull and Bear.
Miudagem, miudagem, também. Mas no meio da roupa do mais básico, vulgar ou exagerado para a miudagem descubro coisas de pasmar.
Já vos mostro uma blusinha branca de cavas, bordada, uma graça. E os preços são sempre uma agradável surpresa. Esta de que falo custou uns 10 ou 12 euros, mas foi antes dos saldos. Agora, se ainda as houver, devem estar a metade do preço.
E hoje lá fui à Parfois, conforme dica da HSC (que, pelo que vejo, podia ser minha parceira em andanças do mesmo género). Já ontem lá tinha ido mas estava muita gente na caixa e, como já tinha perdido algum tempo na Zara a provar e a pagar as ditas calças, tive que deixar para hoje.
E, portanto, lá me abasteci: carteira óptima em azul, ampla, uma maravilha, com um toque que parece de pele e, ainda por cima, com uma bolsa enorme lá dentro, daquelas que se usam para migrar a tralha de umas carteiras para outras, por 19,90€ e uma leve, macia e suavemente colorida écharpe por 9,90€. De passagem ainda trouxe também um belo e largo anel em ouro branco e brilhantes por 2,90€.
E, chegada a casa, resolvi então fazer uma instalação com estas peças para vos mostrar. Mas fotografar roupa tem que se lhe diga. Não sei bem como as dispôr para ficarem visíveis e perceptíveis.
Ao fim de 3 ou 4 tentativas, esta é a melhor fotografia que consegui arranjar. O fundo amarelo é do coxim do cadeirão (digo isto para não parecer que o amarelo faz parte de alguma das peças de vestuário.
Ao fim de 3 ou 4 tentativas, esta é a melhor fotografia que consegui arranjar. O fundo amarelo é do coxim do cadeirão (digo isto para não parecer que o amarelo faz parte de alguma das peças de vestuário.
Pode parecer que a risquinha das calças faz um zig-zag mas não, é distorção da fotografia: é uma risquinha finhinha a direito.
Mostro aqui abaixo um pormenor da dita blusinha branca, de cavas, quase transparente mas não indecente. Fica bem por fora, solta, dá um ar mais casual, ou fica bem por dentro da saia ou das calças, neste último caso com um cinto fininho.
Agora que está calor, usa-se assim, só isto. Quando vier o fresco, ficará bem com um casaquinho fino branco, ou um curtinho ou um solto, assimétrico. Ou com um azul escuro, para um conjunto mais sóbrio. Em situações que requeiram algum formalismo, com um blaser azul escuro está a toilette feita. Com sapatos baixos ou com sapato alto azul escuro, tanto faz.
Um conjunto que, na aparência, é do mais clássico que há e, como se vê, tudo roupa barata de lojas por quem as flausinas não dão um tusto.
E digo-vos uma coisa: para o prazer ser ainda maior, o que era mesmo bom era que eu pudesse regatear o preço. Adoro. Mas nestas lojas não dá. É tudo mais que tabelado. Mas tenha eu oportunidade de negociar preços e aí é o delírio.
Faço com cada compra que não vos passa pela cabeça. Se é a nível profissional a coisa não me fica mal. Mas se é a nível pessoal e o meu marido está comigo, afasta-se, vai para a porta, tem vergonha. E os meus filhos são a mesma coisa. Eu até lhes dizia para me deixarem em paz, para eu poder fazer os meus números à vontade.
Bom e por aqui me fico porque a seguir tenho assuntos cabeludos para abordar.
Cara UJM
ResponderEliminarBelas escolhas, minha cara. Tudo isso num corpinho como deve ser, salto alto, cabelo tratado e maquilhagem suave, fazem de qualquer avó uma mulher cheia de charme.
E eu acredito - sei - que a idade quando cuidada, não afasta o amor. Até diria... as jovens que se cuidem, porque a experiência também conte. Ó se conta!
:-)))
Diga lá , UJM, qual a sensação de ter a HSC aqui a comentar.-))
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