Mais uma tarde dos meninos nos cavalos. Quando de pequenino se torce o pepino, não há relinchar, escoicear, resfolegar que assuste. Ali andam como se andassem entre pintainhos, sem medo, na maior descontracção.
Os cavalos são animais muito bonitos. Dizem que inteligentes e sensíveis. Mas, para mim, sobretudo, muito belos.
Tenho que confessar que nunca montei. Tenho receio daquelas alturas, receio que se espantem, receio que me atirassem ao chão. Mal os sinto agitados, já eu fico receosa do que vão fazer. Prefiro não andar no meio deles.
Já pintei cavalos, acho-os elegantes, quase alados. Os músculos, o porte, o movimento, são fantásticos.
Pelo que percebi e pelo que disseram, a Fafá estava nervosa, talvez houvesse por ali muita agitação. Habituada durante muito tempo a andar à solta pelos campos, talvez estranhe agora o movimento do picadeiro. Hoje qualquer coisa a deixava inquieta e a inquietação dos cavalos é muito visível, é uma inquietação que se transmite às pessoas que estão perto.
Tem que haver uma simbiose e compreensão mútua entre o animal e o cavaleiro. Não sei, falo do que ouço, mas percebo que o estado de espírito de ambos seja relevante para o entendimento mútuo.
Os pimentinhas estão como peixes na água. Primeiro com mãos, depois com à vontade fazendo adeus, só com uma mão, depois já sem mãos.
Enquanto o 'mano velho' anda, o pequenino olha com atenção, segue-lhe os movimentos. Vai um de cada vez e observam-se atentamente. A seguir irá ele.
O ex-bebé também já leva jeito, todo direitinho, todo contente, ali agarradinho, compenetrado, sorridente.
E aqui está ele, já ao fim da tarde, tentando abotoar o capacete do pai enquanto o irmão andava a brincar com um caracol retirado do meu prato (foram os meus primeiros caracóis do ano).
E, quando eu lhe disse que não fazia sentido nenhum andar a brincar com o caracol, ele respondeu-me com uma pergunta: 'Mas porque é que não? Ele está apenas morto...!'.
Não respondi. Achei que deveria argumentar, mas, perante aquela reacção, não me ocorreu nenhum argumento irrebatível.
E, quando eu lhe disse que não fazia sentido nenhum andar a brincar com o caracol, ele respondeu-me com uma pergunta: 'Mas porque é que não? Ele está apenas morto...!'.
Não respondi. Achei que deveria argumentar, mas, perante aquela reacção, não me ocorreu nenhum argumento irrebatível.
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Já cá volto.
Olá UJM,
ResponderEliminarMuitos Parabéns pela família maravilhosa que tem! Desejo-lhe as maiores felicidades na companhia dos seus meninos e menininhos, com muita saúde, alegria, paz e muita esperança!
Um beijinho
Curioso este seu post, justamente hoje.
ResponderEliminarCavalos! Portugal tem os melhores do Mundo!
Este fim de semana fui até Alter.
Há muito que tinha interesse em conhecer e mostrar aquela obra que ERA a Coudelaria mais antiga do Mundo.
Marcações feitas com antecedencia, como obriga qualquer casa organizada. Chegados deparámo-nos com falhas mentiras e ilegalidades. A visita foi feita sem guia, alegaram que mandaram e-mail pedindo confrmação, mentira. Nem no spam se encontra e não houve emissão de bilhetes nem recibo.
Encontrámos, triste, abatido e inativo o mestre, homem que durante 40 anos recebeu visitantes e preparou os passeios e agora não o deixam trabalhar mostrando a sua arte.
Soube agora que o governo acabou, à margem da autarquia com esta obra.
Como é possivel? Até quando vamos permitir estas anormalidades?
Pôr do Sol tem toda a razão. Esta gente, este governo abjecto, não tem a menor sensibilidade para o que quer que seja. Até isto é um caso que choca. Estive lá aqui há uns tempos. Tem razão. Deixa-se cair tudo, não se quer saber.
ResponderEliminarMas poupam-se os Bancos e aceitam-se juros de usura de quem nos empresta cujos salários são pagos com os nossos (a 17) impostos - e que nos obrigama baixar salários, ainda que os deles não sofram cortes, muito pelo contrário, têm aumentos.
P.Rufino
Olá Querida Jeitinho,
ResponderEliminarAgora que aqui voltei, reparo que no meu comentário faltam os dois paragrafos iniciais.
Deduzo que com a furia com que estava devo tê-los apagado, assim como outros desabafos.
Mas dizia eu que era curiosa a coincidencia do seu post sobre cavalos na mesma altura em que tambem eu decidi mostrar de perto, à minha neta um animal de que gosta tanto. Fica fascinada quando os vê em Belem no render da guarda ou em Queluz no que chama dança equestre.
Foi assim que fomos à origem e ficámos desiludidos com o que estas gentes do governo estão a fazer com a Coudelaria de Alter do Chão.
As crianças é como diz, não têm medo e está provado como as ajuda no seu desenvolvimento.
Tambem eu não monto por medo. mas há uns trinta anos atras, andei à roda e tão devagar no picadeiro de uma escola em Caxias, que o pobre animal adormeceu e deitou-se, o que me valeu um tremendo susto.
Votos de um bom dia.
Também tenho um certo receio dos cavalos. Acho-os lindos, elegantes, mas lá longe. Assusta-me aquela bocarra enorme e tenho medo que mordam...
ResponderEliminarOs seus Pimentinhas são corajosos. Tão pequeninos e já assim tão à vontade!
De pequenino é que se começa mesmo!
Um beijinho