quinta-feira, maio 16, 2013

Joana Barata Lopes, uma deputada do PSD que, em vez de ir estudar, por aí anda a opinar sobre a sustentabilidade da segurança social como se soubesse alguma coisa de alguma coisa. E Rodrigo Moita de Deus, mais um PSD, que acha que 'o problema das reformas de estado são os reformados do estado' e que, pelo que consigo perceber, por aí anda a vender campanhas publicitárias nas autárquicas 2013 e outra banha da cobra


Nada que eu e muito boa gente não andemos a prever desde que estes ignorantes do desGoverno mostraram ao que iam mas, a cada trimestre, o terror passa a letra de forma.

Os dados oficiais comprovam o desastre a que este governo levou e continua a levar o País. A recessão agrava-se de dia para dia - agrava-se a alonga-se. A uma recessão cavada e prolongada chama-se depressão. E é grave. É que uma recessão assim, transformada em depressão, é um rolo compressor: à sua passagem destrói tudo - empresas, famílias, pessoas.

Perante este descalabro e nas mãos de um governo desunido, desnorteado e impreparado, multiplicam-se as vozes nas televisões, rádios, jornais. As interpretações são de toda a espécie e feitio e pasmo, mas pasmo mesmo, com a leviandade com que se dizem tantos disparates. Há pessoas que não têm a mínima ideia das reais razões do que se passa mas opinam como se o soubessem. Há gente que se vê que não percebe nada, mas nada mesmo de números, e falam de coisas sérias como se fossem opiniões sobre um jogo de futebol ou como de marcas de roupa.

Esta noite dei-me a algum trabalho.

Tentei perceber como é possível que tudo esteja tão enxameado por gente desqualificada que faz opinião, influenciando as opiniões dos que os ouvem ou lêem. Há criaturas que eu, mal as ouço, me dá vontade de as mandar estudar, tamanha a ignorância que demonstram.

E, neste curto espaço de tempo, agora aqui em casa, descobri coisas surpreendentes. Não que sejam novidades mas, oh céus, comprovam o que eu intuía e temia - embora, se tivesse estado mais atenta, já teria reparado melhor nos alertas.

O País foi tomado de ataque por uma gentinha desqualificada: gentinha que inundou a Assembleia da República, gentinha que inundou o Governo, que inunda a comunicação social e que, directa ou indirectamente, vive à babugem de um poder que está nas mãos da gente mais desqualificada que se aboletou no governo e nas autarquias.

Na maioria, somos nós, contribuintes, que sustentamos esta gentinha ignorante que fez de destruir o país o seu modo de vida.

Ontem já falei de uns quantos que por aí andam não se sabe a fazer o quê, já que não têm habilitações ou competências mínimas para os cargos que ocupam.

Hoje vou falar de dois outros que actuam em ramos diferentes mas em que, bem vistas as coisas, há uma certa convergência.

Joana Barata Lopes


No Diário de Notícias de ontem, este artigo que versa dos temas mais complexos da sociedade e que, para o abordar, se deve ter noções mínimas de demografia, economia, já para não dizer que deve ser analisado sob perspectivas humanas e sociais:

Reforma estrutural para o futuro das reformas, por Joana Barata Lopes, presidente da JSD/Lisboa

Não vou transcrever tudo, é arrazoado avulso. Transcrevo apenas um pequeno excerto:

Para ser clara, tem de ser absolutamente indiferente o dinheiro que esta reforma possa custar. Se a troika diz que precisamos cortar quatro mil milhões estruturais pela e para a sustentabilidade do Estado, então o que a minha geração tem de dizer é que se corte os milhões que forem precisos - porque se a troika define os mínimos do sustentável é obrigação dos jovens exigir um país que seja muito para lá dos "mínimos" da sustentabilidade.


Ou seja, a troika diz e a Joana Barata Lopes diz que se cumpra, custe a reforma o que custar.

A Joana não percebe que não é a troika que diz que são quatro mil milhões: quem o diz é o Gaspar e o Passos que, de mês para mês, vão agravando aquele montante com a recessão que estão a provocar no país, diminuindo o valor das receitas. A cada mês que passa, mais milhões se vão somando. E, então, acha a Joana que não se deve discutir, deve é ir-se buscar esse dinheiro às reformas e ponto final. Custe o que custar.

Ora, quem é esta Joana que acha que pode opinar tão dogmaticamnete sobre este complexo assunto? Para além de ser presidente da JSD/Lisboa, quem é esta criatura que aceita tudo de mão beijada e se lhe dizem que a troika diz mata, ela diz esfola, sem tentar perceber coisa nenhuma?

Vejamos.


Joana Barata Lopes: Deputada e presidente da JSD lisboa


Ora bem. Já viram na legenda da fotografia: trata-se de mais uma Deputada. 28 anos. Mais uma pessoa paga para nos representar. Vejamos o seu curriculum. Transcrevo do CV da Assembleia da República:

Nome Completo
Joana Catarina Barata Reis Lopes
Data de Nascimento
1985-03-16 
Habilitações Literárias
Frequência de Licenciatura em Direito
Profissão
Assistente Notarial


Mais nada. Frequência do Curso de Direito, não se sabe até que ano, se calhar ainda nem um ano completo tem. Vi que o pai é notário ou trabalha num notário e provavelmente daí o tê-la posto a trabalhar num notário, se calhar a tirar fotocópias nas férias (mas isto já sou eu a especular depois de ter lido o seu percurso).

Do que tem feito como deputada, a única coisa que descobri foi a falta de bom senso que levou a catraia a telefonar para o INEM com um falso telefonema, uma cena parva e inexplicável. Coisa de miúda sem tino.

Pois bem, com a formação escolar que se vê, sem experiência profissional ou de vida, lá está como deputada e aí anda a escrever artigos no Diário de Notícias sobre a sustentabilidade da Segurança Social.

Vejam bem nas mãos de quem estamos. É gente assim que faz leis, as aprova, que dá suporte ao Governo. é gente assim...! Até me dói a alma.

Mas há mais.


Rodrigo Moita de Deus


Há dias, li no Fio de Prumo a referência a um tal Rodrigo Moita de Deus que, no seu blogue, terá escrito mais uma pérola: «O grande obstáculo às reformas no estado são os reformados do estado.» E, escrevendo isso, apontava ele para Manuela Ferreira Leite. 

Fui ver quem é o sujeito que acha que o problema das reformas no estado são os reformados do estado, um pensamento lindo, construtivo, edificante.

Ingenuamente ainda admiti: é capaz de ser algum estudioso do sistema, alguém com conhecimentos. Provavelmente um faccioso, insensível, mas, ainda assim, com algum conhecimento de causa. Tentei confirmar.



Rodrigo Moita de Deus, se não vende banha da cobra não sei...


Pois bem. É membro da Comissão Política Nacional do PSD. Vejo na wikipedia: foi publicitário, jornalista e é autor de vários livros. É um dos fundadores do blog 31 da Armada e CEO da NextPower.

Aqui chegada, à Next Power, soaram-me algumas campainhas.

Habituada que estou a ir ver os sites das empresas para perceber a quem pertencem, o que fazem, como fazem, o que as distingue, etc, deparei-me com a ausência de site. Em vez de site descubro um vídeo no Youtube, vídeo esse que é o vazio absoluto. Vazio mais vazio é difícil. Espantada, leio na apresentação:

A empresa decidiu fazer um vídeo e não um site, para evitar que os clientes percam muito tempo. A Nextpower apresenta assim uma página minimalista, na qual encontramos apenas o essencial: os contactos explica Rodrigo Moita de Deus. "Se uma imagem vale mil palavras, uma imagem em movimento vale milhões, acrescenta o responsável."

Vejam com os vossos próprios olhos se contratariam esta empresa para fazer alguma coisa a sério. Eu não. É que nem consegui perceber se aquela miudagem faz ideia do que anda a fazer, se é que anda a fazer alguma coisa. Se bem percebi fazem likes e tweets como se fossem das empresas que as contratam. Mas vejam com os vossos próprios olhos se isto é apresentação decente que se faça de uma empresa.





Pois bem. Pasmem. Há quem os contrate.

Procurei melhor e lá me aparece a Next Power associada às autárquicas do Porto e Gaia e lá vejo o cartaz do Carlos Abreu Amorim e lá vejo no facebook aquele Secretário de Estado do Turismo, um gaiato qualquer, aparentemente a oferecer um prémio a uma iniciativa também ligada a esta gente toda.

E vi que esta criatura também por aí anda a fazer conferências e, do que vi, cada uma mais vazia de conteúdo do que a anterior. Se há gente que personifique o que significa viver sobre a espuma dos dias, é esta gente. Dizem banalidades, vacuidades, parvoíces e fazem disso um modo de vida.

É a esta nata que o actual governo vai contratar para assessores, para especialistas em comunicação e imagem. É também desta nata que saem deputados, adjuntos.

É esta gente que acha que o mal das reformas de estado são os reformados, é esta gente que parece achar bem que se mate à fome os reformados deste país. Uma gaiatagem que não estudou e que medrou nas jotas, nos blogues, que 'manda umas bocas', que se protegem uns aos outros. É esta gente que Passos Coelho e Portas escolhem para fazer parte das listas eleitorais ou que vai buscar para enxamear os ministérios, é esta gente que faz press releases para os órgãos de comunicação social.

Uma vergonha.

Muito do que é Portugal agora, um país deprimido, falido, numa triste deriva, a esta gente o deve.

Mas não nos ponhamos de fora: somos nós que os elegemos, somos nós que permitimos estas fantochadas inacreditáveis.

Fico-me por aqui. É tarde. Estou cansada de ter estado a ver parvoíces em catadupa, estou quase arrasada por ver por onde anda esta gente. Como é que é estes sujeitos podem ir parar a lugares de deputado ou secretários de estado, ou  por aí andarem a assessorar ministros, a conferenciar, a fazer opinião?!

Assustador.

***

Não vou reler pelo que, por favor, relevem se encontrarem letras ou vírgulas fora do sítio, está bem?

***

A propósito desta crise horrível e do horror que é estarmos entregues a gente desta, fui buscar Jorge de Sena e, até, José Afonso. E, com ambos, caminhei pelo meu Ginjal e Lisboa, desfiando as minhas mágoas. A seguir surge um coro celestial que ajuda a lavar a alma. Gostava muito de que me fossem lá fazer uma visita.

***

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma quinta feira muito feliz.

Gostava de ter disponibilidade mental para escrever histórias, coisas leves, agradáveis. A ver se o dia corre tranquilo, sem peripécias rocambolescas. Também gostava de vos falar sobre o relatório da OCDE que já li.

2 comentários:

  1. O que será desta parasitagem se um dia tiver que trabalhar?

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  2. É bem verdade o que aqui diz. E muito oportuno. Esta gente jovem e impreparada que julga que sabe tudo da vida é, todavia, em boa parte, fruto das proteções e convites que tem vindo a ter de quem dirige o país, e as empresas até, pois também os há na “privada”. Hoje aparecem-nos jovens deputados, jovens assessores, jovens do raio que os parta a todos, a emitir opinião por tudo e por nada, sem nada de nada saberem de concreto. Um bando de imbecis e cabotinos, é o que são todos os que se comportam desta forma. A escrevem e a dizerem insensibilidades, provocações, que metem nojo aos cães. Este modelo de sociedade assente nestes youpies vai no caminho errado. Conheço alguns, até no seio da família. Não têm cultura geral, não se interessam por política, mas pelo que a política lhes pode trazer de benefícios, como escada para subirem rápido e sem olhar a meios, são calculistas, frios, frívolos, indiferentes ao sofrimento dos outros, novo-ricos no consumo e no comportamento social, vaidosos no mau sentido, arrogantes, convencidos, impreparados perante a vida, reagindo mal a desaires profissionais, supérfluos, sem respeito pelos mais velhos, pouco corajosos, em resumo uma trampa de gente. E muitos deles acantonados no PSD, CDS, e até muitos no PS.
    Mudar isto, quando já está nas engrenagens desta Sociedade e deste País será difícil. Só mesmo vindo de cima um exemplo diferente. O que não se vislumbra que possa vir a suceder. Pelo menos nos próximos tempos. Por mim, combato-os no local onde os encontro, profissionalmente (e até familiarmente) expondo-os e expondo-lhes as fraquezas, ensinando-lhes algo de seguida. Não sei se resultará como exemplo a seguir no futuro.
    Esta modelo neo-liberal dá nisto. Produz esta merda de jovens. E de pessoas.
    Até nisto, este governo e a sua ideologia e comportamento político está a deixar marcas negativas, que, quem sabe, poderá ser irreversível.
    Abjecta gente e abjecta política.
    P.Rufino

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