sábado, maio 11, 2013

Eu não sou outra! ¡No soy un sosia! I'm not a look-alike! Je ne suis pas un sosie! Ich bin kein Doppelgänger! - os estranhos gémeos separados à nascença de François Brunelle


No post abaixo falo do fim da linha a que estamos a chegar: Carlos Abreu Amorim está a pedir a demissão de Vítor Gaspar...! Será porque o eleitoralismo fala mais alto do que a suposta lealdade devida ao partido pelo qual se concorre? Ou será que o PSD está em tal decomposição que já se comem uns aos outros (espero que apenas em sentido literal, claro)? Não sei, pergunto. Mas, para saberem mais, é deslizarem por aí abaixo, que é já a seguir.

Agora, aqui, a conversa é outra. Agora falo de outra eu. E de outros que têm outros eus. Coisas estranhas, portanto.

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Uma vez, há uns anos, estando eu em Espanha, no rés-do-chão creio que do El Corte Inglés (estou em dúvida se seria Corte Inglés ou Preciados), percorria aquele espaço onde há muitos balcões, perfumarias separadas por marcas, relojoarias, etc. Eis então que, para minha surpresa, sai uma jovem vendedora de detrás de um deles, vem na minha direcção, vem para me abraçar, vem cumprimentando-me com familiaridade.

Admirada, até um bocado assustada com aquilo, involuntariamente dou um passo atrás. Ela cumprimenta-me então pelo nome, olhando já com alguma estranheza para mim, mas estranheza pelo meu espanto. Digo-lhe que não é esse o meu nome. A jovem fica com ar assustado, olhos perplexos. Pergunto-lhe o que se passa. Ela quase que não fala. Depois, instantes depois, diz-me, assustada, que julgava que eu era uma tia dela, uma tia muito amiga, diz-me que sou igual, exactamente igual, diz que não está a perceber, mostra-me os braços, está arrepiada, diz-me que até a minha voz é igual, tudo igual, o cabelo, os olhos. Diz que estranhou por me ver vestida de uma maneira um pouco diferente da tia mas que sou igual, completamente igual. E, dizendo-o, já começa ela a recuar como se estivesse a ver algo de paranormal, algo que, por desconhecer a origem, a assustasse.

Fico também muito admirada, digo - quase como se me desculpasse - que não sei, que não sou a tia dela, e, claro, falo em português e ela diz que sim, que vê que sou portuguesa, que, pois, sim, acredita, mas que não percebe, que nunca imaginou uma coisa assim, e que a minha voz e a forma como falo é igual e isso parece assustá-la ainda mais. Quando me afasto e, ao fim de uns passos, olho para trás, estava ela, com ar nervoso, relatando o sucedido às colegas que me olhavam com incompreensão.

Nunca mais me esqueci disto. Supostamente sou como sou porque herdei uns genes da minha mãe, outros do meu pai e a natureza encarregou-se de os combinar da forma como entendeu. 

Ora, assim sendo, como é possível haver uma outra igual a mim? Qual a explicação para um fenómeno destes?

Pensava que era única. Afinal não sou. Há pelo menos outra mulher exactamente igual a mim. Uma outra eu.

Nem quero imaginar se um dia desse de caras com ela... deve ser um susto do pior que há.

Pois bem, há um fotógrafo que corre o mundo descobrindo pessoas iguais. É François Brunelle que vive e trabalha no Canadá-  e transcrevo da sua biografia: 

Born in Sherbrooke, Canada, he discovered photography through the work of André de Dienes and Richard Avedon. His ensuing fascination - one might say obsession - with portrait photography as a means of visual expression led him to devote his  work to taking portraits of the people around him in an ongoing effort to capture the elusive human soul. He is the author of The Seven Essential Tools for the Creative Photographer, published by Les Editions du Trait. 

François Brunelle desenvolveu recentemente um projecto com muita piada, o projecto que, em várias línguas, tem o nome que consta do título desta mensagem: fazer 200 retratos de pessoas parecidas (ou iguais!). As fotografias são a preto e branco para melhor captar as semelhanças.

O projecto, aliás, ainda está em curso e quem saiba de duas pessoas iguais pode escrever-lhe para info@francoisbrunelle.com

Querem ver alguns exemplos?










Assustador, não é? Imagine que era você e outro(a) igualzinho(a), um(a) ilustre desconhecido(a)... e igual...! Não era altamente perturbador?

Será que todos nós, algures, temos pelo menos uma pessoa igual a nós? E será que estas pessoas são apenas fisicamente iguais ou são totalmente iguais? Gostava de saber.


***

Recordo que sobre os ratos que abandonam o navio e sobre o inefável deputado Carlos Abreu Amorim (e claro que a conversa dos ratos não tem nada a ver com o candidato à Câmara de Gaia - vocês têm cá uma cabecinha pensadora...), falo no post já a seguir a este.

***

E desejo-vos, meus Caros leitores, um fim de semana em grande estilo!

4 comentários:

  1. Essa é extraordinária! Que coisa estranha! Já tinha ouvido falar de casos assim, mas achava algo fantasioso, todavia, ao que vejo, não é. Pergunto-me: onde estará, viverá e como, o meu outro “eu”? Tinha graça encontrá-lo!
    Este seu Post fez-me recordar uma história de família, que, embora não tenha a ver com um caso do género, ocorreu-me por causa da questão das semelhanças entre pessoas.
    Um tio nosso, já falecido, quando era ainda um jovem imberbe, teve um “caso” com uma empregadita lá de casa de meus avós. Ou melhor, como ele era ainda bastante jovem, o mais provável foi ter sido a empregadita a ter o caso com ele. Seja. A rapariga engravidou e a família, ao que consta, tê-la-á ajudado e posteriormente arranjado emprego noutro lado. Isto passou-se no Douro, há uns 76/77 anos, mais coisa menos coisa (o tio se fosse vivo teria hoje uns 90 anos). O rapaz que nasceu daquele caso veio a crescer e, ao que se dizia, saiu igualzinho ao pai, aquele nosso tio, a cara e o físico (alto e largo) chapados. Um dia, muitos anos depois, já aquele nosso tio tinha falecido, meu pai, ao ir de visita aquela nossa terra duriense (Alijó) ao entrar num conhecido café local, coincidiu com a presença daquele seu sobrinho desaparecido (visto não residir ali, nem tão pouco se saber onde). E ía tendo um “baque”, pois à sua frente estava, ou parecia estar, seu irmão, mas uns anos mais novo! Era rigorosamente igual ao progenitor. Um primo que acompanhava meu pai lá lhe disse que era o tal filho da empregadita que, por vezes, ali aparecia, sabe-se lá porque razão. E lá se conheceram e falaram cordialmente. E parece que estava bem na vida. Mas o que impressionou meu pai foi a incrível semelhança entre aquele indivíduo e o nosso tio, entretanto falecido. Há coisas assim na vida.
    P.Rufino

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  2. Fisicamente o CAA tem um sósia. Está no Zoo e só toca o badalo se lhe derem "moedas brancas".

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  3. Olá UJM,
    Um tema muito interessante! Também já me aconteceu por duas vezes, numa pastelaria, em Lisboa, terem-me confundido com outra pessoa, e as pessoas que me confundiram ficaram muito incomodadas e desconfiadas quando lhes disse que não era a pessoa que julgavam que era. Pensaram, certamente, para consigo próprias, que eu era alguma impostora, etc., não sei. A verdade é que eu não era nem a médica de família de uma delas, nem a amiga da outra! Há mesmo casos tão semelhantes que nos poem a pensar que não somos únicas à face da terra! Gostava de me encontrar com a minha sósia para desvendar o mistério das nossas parecenças.
    Um beijinho e bom fim de semana

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  4. JOAQUIM CASTILHO (QUIM)maio 12, 2013

    Olá UJM!

    Não sei porquê mas...eu tenho passado, por não uma mas várias experiências semelhantes. Várias pessoas, em várias ocasiões, em diferentes cidades chegaram mesmo a dizer-me que me achavam parecidíssimo com uma outra pessoa figura pública ou não! As que eram conhecidas publicamente, tanto quanto pude verificar, nunca as achei parecidas comigo e os amigos e amigas pessoas a quem contei o
    sucedido também não . Por várias vezes houve pessoas que se dirigiram a mim de braços abertos para me abraçarem julgando-me um amigo e só mesmo junto a mim é que verificavam o equivoco. Uma vez eu estava-me a referir este facto num grupo de amigos e conhecidos de ocasião e houve alguém que disse que não me achava parecido com ninguém ao que eu respondi que também era natural, muitíssimas pessoas não me acham parecido com qualquer outra ! Daí a pouco essa mesma pessoa veio ter comigo e disse-me que afinal me achava me achava muito com um amigo o José Rodrigues. Ao que eu respondi. Isso é normal porque esse José Rodrigues é meu Tio. Agora que estou velho, há anos que este problema das "parecências" não me ocorre mas não deixa de ser curioso o facto de eu também ter sido uma vítima deste curioso fenómeno!

    um abraço

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