Se quiserem conhecer a minha opinião sobre o plano do Álvaro dos Pastéis - que foi desenvolvimento e sol de pouca dura - é dois posts abaixo. Se quiserem saber o que acho das bocas empoladas da Cinha Jardim e da Alexandra Lencastre e da pele de bebé da Teresa Guilherme é no post a seguir.
Mas, aqui, agora, a conversa é outra.
De vez em quando aparecem aqui, in heaven, pássaros coloridos, com uma plumagem exuberante, lindos. Não sei que pássaros são estes. No outro dia contaram-me que aqui à frente, sobre o cabo do telefone, estava uma fiada deles, vistosos. Dissemos que deviam ser periquitos mas não sei se há periquitos em liberdade na natureza, por estas bandas. Se calhar são simplesmente birds in heaven.
Ontem, de manhã, que nem de propósito, a ave do paraíso, a strelitzia reginae começava a soltar as plumas, a beleza prestes a despontar.
A beleza atrai-me. Ao longo do dia fui vigiando: estava serena, posta em sossego.
Hoje, mal me levantei, fui espreitá-la.
Não sabia que eu a estava a ver: despudorada, despia-se, exibia as suas cores indecentes. Assim a fotografei.
À tarde, quando o sol deixa a sua luz dourada sobre o horizonte e o verde das árvores fica muito suave, fui espreitá-la outra vez.
Uma cortina de poalha dourada iluminava a minha bela ave do paraíso. É a grande azinheira que agora está assim, toda ela cheia de rendas e jóias, um luxo, filigrana em ouro puro. Aqui, neste cenário que a valoriza, feliz, confiante, cabeça elevada, eis que quase cantava, a minha estrelícia, a minha ave do paraíso.
Agora que escrevo a noite vai avançada e não sei se ela se enrolou, friorenta, casta, ou se estará a oferecer o seu belo corpo às estrelas.
Amanhã, mal acorde, vou logo lá espreitá-la. Vou em silêncio para que ela não dê por mim, quero apanhá-la desprevenida - gosto de a ver em liberdade, exuberante e tentadora - à minha bela strelitzia reginae.
Birds of Paradise
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Acho que deveria ter escrito pela ordem inversa. Para mim foi agradável acabar a minha escrita por este texto mas, para quem lê, é ao contrário. Por isso, não sei se relembre que abaixo há mais dois textos (e não são sobre passarinhos e florzinhas...).
Mas convido-vos para virem comigo até ao meu Ginjal e Lisboa. Hoje o dia é dedicado a David Mourão-Ferreira e temos a sua própria voz, linda, linda voz, dizendo a sua poesia, e temos Amália cantando um poema seu e Vasco Graça Moura que fala e que bem que fala sobre David. Vão gostar, vão ver.
V.V.V
E, com isto, já é sexta feira.
Desejo-vos, meus Caros leitores, um belo dia. O sol está de volta, que bom!
Já vi que está in heaven com o seu namorado, fez-me lembrar a Hélia Correia.
ResponderEliminarFez-me também lembrar aquela bela canção que começa assim:
Heaven... I'm in heaven
tralalalala...
When we're out together dancing cheek to cheek.
Desculpe só transcrever isto mas o poema é enorme.
No entanto acho que tem tudo a ver consigo, subir às montanhas, ver os rios, etc.
E estou a imaginá-la e ao seu namorado, rodopiando (talvez ao luar) como a Ginger e o Fred, aí no vosso pedacinho de céu.
Fiquei comovida com a beleza da sua ave do paraíso, e com a ternura com que a trata.
Beijinho e bom fds
Antonieta
Cara UJM:
ResponderEliminarEm primeira versão e ousando "copiar" uma foto sua, devidamente referenciada, uma "leitura" do "ambiente" (texto meu de hoje em "Traçados sobre nós"):
Corpo de flor
Corpo de flor que em mistério se faz
De cores e de contornos doces
E se abre
Candidamente
Por amor…
Évora, 2013-05-03
José Rodrigues Dias
As flores são pássaros sem asas.
ResponderEliminarAbraço
... entretanto...
ResponderEliminara canalha ainda anda
à solta