No post abaixo felicito Isabel Moreira, a corajosa Mulher-República cujas lágrimas de emoção me emocionaram, por ter conseguido a aprovação da lei da coadopção por casais homossexuais. O País abre-se à diferença, mostra que respeita e aceita a diferença e abre caminhos para os lutam por uma vida normal apesar das diferenças - e muito disso a Isabel Moreira o deve.
Mas disso falo no post a seguir a este. Aqui, agora, o assunto é outro. Hoje não há números nem palavras de revolta. Hoje há serenidade e leveza. E uma beleza branca.
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(...) A maioria dos manuscritos estão nos pedaços de papel que ela tinha à mão, prospectos comerciais, contas, etc, onde ela fazia as correcções e a si mesma propunha variantes, e que guardava assim, para dar-lhes a forma definitiva, quando expedia os poemas com um ramo de flores ou um pudim.
Estes poemas são tão elípticos como a sua simples vida o foi, e como muitas das numerosas cartas que escreveu, entre as quais se distinguem, pelo tom comedido e literário, as que dirigiu a Higginson, muito diversas pelo visionarismo irónico e da fantasia estilística de quase todas as outras.
E era lendária, risonhamente lendária, aquela solteirona que se via perpassar vestida de branco, sempre vestida de branco, por detrás das vidraças ou no pórtico da sua casa, e se esgueirava escada acima, quando batiam à porta.
(...)
A 15 de Maio de 1886, quando Emily morre, apenas Lavinia fica naquela casa, para pasmar-se com a papelada imensa que a irmã deixara. Apenas sete poemas - tremendamente e desalentadoramente 'corrigidos' - haviam sido publicados em vida de Emily. E ninguém sonhava o que era o espólio poético de quase trinta anos de ininterrupta poesia daquela mulher pequenina como uma carriça, de quem a sobrinha, em 1931, recordava 'olhos negros, a pele branca, o cabelo ticianesco, e a voz grave e profunda'.
[Hanne Tveter (cantora e música norueguesa) - My Letter To The World - Emily Dickinson]
By a departing light
We see acuter, quite,
Than by a wick that stays.
There's something in the flight
That clarifies the sight
And decks the rays.
A uma luz evanescente
Vemos mais agudamente
Que à da candeia que fica.
Algo há na fuga silente
Que aclara a vista da gente
E aos raios afia.
Jash Bagabaldo - Emily (Dickinson)
There is a solitude of space
A solitude of sea
A solitude of death, but these
Society shall be
Compared with that profounder site
That polar privacy
A soul admitted to itself -
Finite infinity.
Há uma solidão do espaço
E do mar há solidão
Solidão da morte, mas
Alegres parecerão
Comparadas à mais funda
E polar intimidade
De uma Alma diante si própria -
A Finita Infinidade.
"Hope" is the thing with feathers: Emily Dickinson
[Transcrevo da apresentação deste pequeno filme no youtube:
"Hope" is the thing with feathers, a great little poem by Emily Dickinson and the more I read it for this...the deeper it seemed to go. I would have liked the blind to have been right down...but I walked into the kitchen one morning and it was thus. If I had pulled it down...they would have flown off ! ]
How slow the Wind -
how slow the sea -
how late their Feathers be!
Quão lento o Vento -
Quão lento o Mar -
Quão tardas suas Penas em voar!
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O texto inicial é um excerto da Notícia Biográfica que faz parte da Introdução do livro '80 Poemas de Emily Dickinson', poesia traduzida por Jorge de Sena que também escreve a introdução.
Os poemas são de Emily, primeiro no original e a seguir na tradução/versão de Jorge de Sena.
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Caso queiram partilhar a emoção de Isabel Moreira, é descer até ao post seguinte.
Se quiserem continuar com Emily Dickinson, permito-me sugerir que venham comigo até ao meu Ginjal e Lisboa, a love affair onde hoje, por lá, excepcionalmente a poesia não vem pela mão de um poeta português. Hoje, por lá, Emily Dickinson vai ao cinema e entra dentro deles. Vale a pena ver, vão por mim.
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E já é sábado.
Vou ter cá em casa toda a descendência. Brincadeiras, risos, alegrias, ternuras, a doçura inocente da infância e de quem com ela convive.
E, como esta sexta feira mal dormi e tive centenas de quilómetros para cima, centenas para baixo e umas quantas horas de reunião, despeço-me por aqui.
Tenham, meus Caros Leitores, um dia muito feliz, leve, se possível com muito afecto e muitos sorrisos.
E em paz.
E em paz.
Vamos ver se a lei é efectivamente
ResponderEliminarpublicada, porque o CDS já pediu
ao Presidenta da República que
não a assine.No blogue da mãe do
Paulo Portas hoje tem um post sobre
a muita violência nos blogues sobre
os políticos.E há comentários que
dizem que quando entram num blogue
e encontram política saem para não
mais voltar. Então agora também não
querem que expressemos o que nos
vai na alma.
Algumas vezes vou ouvir os vídeos
que insere e já tenho colocado
alguns nos meus blogues, porque
você faz óptimas escolhas.
Bom fim de semana.Bjs.
Irene Alves
ResponderEliminarOlá UJM,
Obrigada por mais este post. Fiquei a saber um pouquinho mais sobre Emily Dickinson e também gostei muito dos vídeos.
Um beijinho e bom fim de semana