Hoje estava com vontade de escrever sobre outra coisa. Comecei por divulgar um excelente (e bem bonito) diseur declamando um poema de Alberto Caeiro (dois posts abaixo), depois expliquei a falta de tempo com que ando, que me leva a sacrificar uma coisa de que gosto tanto dado que não me é fisicamente possível sacrificar tantas horas de sono (post seguinte) e, quando me preparava para falar de uma coisa sobre a qual me apetecia escrever, vejo-me obrigada a ceder à força dos acontecimentos.
A televisão está ligada aqui na sala e vejo o que se está a passar.
1. A Europa, tal como nos foi vendida, a provar que não passa de uma ficção entregue a gente que, não tendo lugar nos seus países, foi parar às diversas instâncias europeias. Salvo raras e muito meritórias excepções, vai para um lugar de responsabilidade nesta Europa quem era difícil de encaixar nas listas nacionais, ou quem merecia um upgrade de vencimento, ou quem devia estar um tempo afastado dos holofotes, ou quem não fez nada de jeito e esse é mesmo o perfil ideal.
Veja-se Vítor Constâncio. O que fez ele por cá? Esteve de olhos fechados enquanto o BPN e o BPP distribuiam prebendas por amigos, desviavam dinheiro para onde lhes dava jeito, aldrabavam contas. E não é que foi para vice-presidente do BCE? Alguém percebe isto? Eu não.
Veja-se o Durão Barroso? O que fez ele por cá? Nada. Nada. E, no entanto, não está onde está?
E o que está ele a fazer lá, presidente da Comissão Europeia? Nada. A Europa a ferro e fogo e ele a fazer o quê? Que eu saiba, nada.
Como seria de esperar de nulidades assim, o resultado está à vista. Um mundo de burocratas à solta sem que uma gestão forte, estratégica, liderante, conduza aquele mastodôntico barco segundo um rumo certo e definida. Um disforme elefante branco a fingir que é um navio, andando por aí aos tombos, à deriva.
E o que fazem estes burocratas, estes aprendizes de estadistas-de-faz-de-conta, entregues a si próprios? Porcaria, só porcaria.
E o que fazem estes burocratas, estes aprendizes de estadistas-de-faz-de-conta, entregues a si próprios? Porcaria, só porcaria.
Não sabem prever o impacto das medidas que tomam tal como não sabem avaliar o impacto das que não tomam.
Juntaram a trouxe-mouxe países culturalmente muito diferentes, em estádios de desenvolvimento completamente diferentes, com políticas fiscais distintas, e, claro, o resultado está à vista: assimetrias perigosas, nacionalismos exacerbados, prepotências ignóbeis.
Vejo as ruas do Chipre e tudo aquilo não parece a Europa civilizada, pacífica, a que nos tínhamos habituado. Os bancos fechados, os russos como alternativa à UE, gente à pancada na rua. Uma vergonha, uma grande vergonha civilizacional.
A Grécia, a Espanha, a Itália, Chipre, Portugal - países em que a miséria alastra como uma nódoa humilhante. O mundo a andar para trás. Uma coisa impensável. Em dois ou três anos os países ficam de pantanas, devastados, depauperados, esvaídos.
2. Em Portugal, Cavaco Silva parece que finalmente está a acordar e começa a falar claro, manifestando que, na cabeça dele, este Governo 'já era'. Cavaco Silva já não disfarça a irritação que estes ignorantes lhe causam.
O Governo está totalmente isolado. Sem poder sair à rua, acossado, com os resultados a falarem por si, o Governo é a imagem do falhanço mais absoluto. Já ninguém acredita naquelas estúpidas medidas pois o trajecto seguido atirou-nos para dentro de um poço sem fundo, conduziu-nos a um cenário de negra devastação. Um desemprego que coloca toda uma sociedade e o futuro de várias gerações em perigo, um défice que é uma vergonha, uma dívida impossível de pagar, uma recessão descontrolada - este é o resultado da desgovernação do inteligente Passos Coelho e da sua clique de onde se destacam o Gaspar-não-acerta-uma e o Vai-estudar-ó-Relvas.
Face a isso, os patrões põem-se de acordo com os sindicatos para atacarem o Governo. E dentro dos próprios partidos do Governo já não há vozes decentes que defendam o que é indefensável. Aparentemente os próprios ministros já não acreditam em nada daquilo. O Sol diz que por aquelas bandas alguns já admitem a demissão.
Ou seja, na prática, o Governo já caíu, embora, com o autismo e burrice de alguns (escuso de referir nomes), nem tenham dado ainda por isso.
3. O PCP e o BE já pediam a demissão do Governo há algum tempo e hoje foi a vez do PS sair da casca e anunciar que vai apresentar uma moção de censura ao Governo.
Com a conclusão do Tribunal Constitucional a aproximar-se e sem quaisquer condições para impor mais o que quer que seja, este Governo arrasta-se como um morto-vivo, um patético morto-vivo.
As moções de censura não conduzem à queda do Governo mas, depois da rua ter mostrado um estrondoso cartão encarnado e agora com todos os partidos da oposição a fazerem o mesmo, e com os Parceiros Sociais já impacientes perante tanta estupidez, Cavaco Silva não vai poder esperar muito mais tempo.
4. No meio disto soube-se hoje que a RTP contratou Sócrates como comentador. E o País, que tem verdadeiras razões para estar preocupado com coisas sérias, o que faz? Entra em histeria e desata a fazer petições.
Sócrates foi diabolizado por esta trupe de Passos Coelho e por bloggers avençados que manipularam completamente a opinião pública - e, dois anos decorridos, e vendo o que se passa, ainda há pessoas que pensam que foi ele que virou a Europa de pernas para o ar... Como é isto possível, senhores?
O primeiro mandato de Sócrates foi bastante razoável (o défice foi reduzido, o desemprego era baixo, havia algum crescimento). A seguir deu-se a crise financeira do Lehmans's e da Europa vieram ordens para se avançar com investimento público à farta para estancar a crise. Sócrates alinhou e, claro, alinhou à custa da dívida. Eis então que as agências de notação e demais especuladores resolvem atacar, como abutres, um pequeno País que se debatia e que precisava de ajuda.
E porque precisava Portugal de ajuda?
Porque, desde a integração europeia, Portugal foi conduzido (com a conivência dos vários governantes, com Cavaco à cabeça) à redução da sua actividade económica. A UE despejou dinheiro para acabar com a frota pesqueira, para acabar com a agricultura, para fechar fábricas, para fazer auto-estradas.
Numa crise como a que assolou o país em 2009, Portugal viu-se desprotegido, sem economia e rodeado de abutres.
Durante essa crise, naqueles dois últimos anos, Sócrates foi exemplar? Não. Aumentou o ordenado dos funcionários públicos quando era notório que o não deveria fazer. Alimentou falsas esperanças quando a situação já era de aflição. Mas fê-lo porque sabia que a alternativa era muito pior. E fê-lo porque tinha a garantia do apoio da Alemanha. Julgou que a UE o ia ajudar sem ter que se colocar nas mãos da troika. Lutou já sem apoios. Temia que a troika pusesse o país de joelhos e lutou mesmo sem ter a maioria na Assembleia e sabendo que o fariam apear (como fizeram).
Diabolizar Sócrates é um disparate. O País está mal desde que começou a desfazer-se do seu tecido económico. O que sucedeu na recta final foi apenas a evidência disso.
Faz algum mal que a RTP o contrate como comentador? Claro que não. Sócrates é um cidadão livre. É natural que tente ganhar dinheiro. Presumo que não viva do ar. E, além disso, tem direito a dizer de sua justiça.
Que vai causar embaraços ao PSD e ao próprio PS e que, numa altura em que as pessoas andam de cabeça perdida, se calhar nem vão ouvir o que ele tem para dizer, lá isso é verdade e, portanto, não sei se os seus comentários vão introduzir esclarecimento ou se vão incendiar ânimos que já andam descontrolados.
Mas fazer disso um caso nacional...? Que disparate.
Preocupemo-nos, isso sim, com uma Europa em decomposição e com o molho de brócolos em que estamos metidos.
Quando à frente das organizações estava gente com visão, com força, com cultura, havia um caminho pela frente. Agora, com as organizações todas ensarilhadas e entregues a idiotas, o que vai ser de nós?
Isso, sim, merece reflexão. E sangue frio. E cabeça fria.
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Música para animar, se faz favor
Grandes intérpretes
Hush Little Baby
Violoncelo: Yo-Yo Ma
Voz: Bobby McFerrin
Violino: Mark o'Connor
Contrabaixo: Edgar Meyer
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Como acima referi, este é o meu terceiro post de hoje aqui no UJM (não tenho emenda, senhores...) pelo que, se estiverem para isso, é irem por aí abaixo para os verem a todos.
E, no Ginjal, hoje também matei saudades. Um novo Poeta fez a sua entrada por lá, José Carlos Soares, e uma entrada em grande. E levou-me pela mão até à beira do rio onde desfiei saudades. Na música continuamos com Nelson Freire, um magistral intérprete, desta vez jogando em casa, interpretando uma Bachiana brasileira de Villas-Lobos. Muito gostaria de vos ver por lá.
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E é tudo. Tenham, meus Caros leitores, uma bela sexta feira apesar deste tempo.
E que a serenidade não vos abandone.
Lamentável, esse seu lado cego!
ResponderEliminarNo meio de tantas virtudes, essa sua cegueira relativamente a este indivíduo Sócrates, que tem no cadastro, tantas acusações não esclarecidas (à beira dele o Relvas é um aprendiz!) mete-me nojo!!!
Vamos ver se agora ele pergunta ao Luís, 'se está bem assim, ou se é melhor do outro lado', como o fez naquele triste dia, em que nos ia anunciar que pôs o País de joelhos perante a Europa. Vaidade essa que você, lembro-me, achou perfeitamente natural e oportuna.
Tenho pena de si... e de nós! E nojo de tudo isto...
Carlos J. Costa
Devemos é ter pena do Sr. Carlos J. Costa cuja cegeira mental e provávelmente a opção partidária "obrigam" a fazer este tipo de comentários. O que me mete nojo, e deveria deixar o Sr. Costa enojado, são as opções do governo actual que levaram a uma taxa de desemprego de 19%, a uma recessão em 2012 de 3,8% que continuará nos proximos anos, a um defice de 6,6% em 2012 e a um divida da ordem dos 122% do PIB. O que me enoja, e deveria enojar o Sr. Costa é o Sr. Gaspar ir ao Parlamento e vangloriar-se de ter efectuado em 2012 e prever para 2013 o dobro dos cortes que a troika previa no memorando (em vez de 7,5 mil milhões são 15 mil milhões). O que me enoja, e deveria enojar o Sr. Costa, é termos um ministro chamado Relvas que é um atentado ao bom nome de Portugal. O que me enoja, e deveria enojar o sr. Costa, é termos um Sr. Portas no governo cuja desonestidade intelectual não tem limites. O que me enoja, e deveria enojar o Sr. Costa, é termos um Sr. Passos como primeiro ministro cuja incompetencia, a ignorancia, a falta de lucidez, a impreparação,a cegueira ideologica, a arrogancia e a desonestidade moral são impares nas últimas decadas da historia do nosso País. Mas acima de tudo o que me enoja, e que deveria enojar o Sr. Costa,é que as opções deste governo nos tenham deixado sem qualquer tipo de esperança num futuro melhor para nós e para os nossos filhos.
ResponderEliminarE já agora Sr. Costa quem de facto nos tem posto de joelhos perante a Europa é o governo actual, que nojo!
Começaria por subscrever – por inteiro – o comentário do anónimo (é um direito manter-se o anonimato) ao outro comentador Carlos J. Costa. Nem mais! Apoiado.
ResponderEliminarAlberto Cairo, um dia “escreveu” num seu poema, esta coisa curiosa: “Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples. Tem só duas datas – a da minha nascença e da minha morte. Entre uma e outra coisa, todos os dias são meus.”
Quanto á Europa, concordo consigo e creio que explicou bem a questão numa sua frase no Post, sublimar, que reproduzo: “Juntaram a trouxe-mouxe países culturalmente muito diferentes, em estádios de desenvolvimento completamente diferentes, com políticas fiscais diferentes e, claro, o resultado está à vista – assimetrias perigosas, nacionalismos exacerbados, prepotências ignóbeis.” Tal e qual!
Relativamente a Cavaco, o homem surpreendeu-me. Acordou, decididamente. E está a ficar zangado. Com esta cambada nojenta. Assim, oxalá que lhes tire o tapete. A ver vamos.
Pode também suceder que os juízes do Palácio de Ratton venham a considerar determinados aspectos do orçamento inconstitucionais e deste modo inviabilizarem, em boa parte, a sua execução. E depois? Passos e Companhia vão á vida? Oxalá!
Sobre o patético espalhafato à volta de Sócrates e o convite para ser comentador só me ocorre dizer que há sempre uns tontos para embarcar em patacoadas, como essas das Petições, contra ou a favor. Qual é o problema? Santana depois de ser PM não voltou a ser comentador político-desportivo? Que os contribuintes vão pagar a sua (Sócrates) presença na RTP? Bom, ao que ouvi será de borla a palração. Mas grave é sermos nós contribuintes a pagar os Gaspares, Passos, Moedas, Borges, Portas, etc da vida, tendo em vista a catástrofe economia-financeira e social em que colocaram o país!
De resto, concordo igualmente consigo quanto ao que nos devia preocupar: o estado do País e da Europa.
Ah, o Sr. Constâncio! Um nabo, cego, incapaz, mas que acabou premiado. Como Barroso, que fugiu depois de eleito para ir para Bruxelas, deixando-nos com o Santana ao colo.
Quanto à UE e o Euro, foi uma golpada de mestre da ALE para conseguir manter a sua sustentabilidade económica, á custa de outros, entre os quais os países hoje em séria dificuldades, como nós, os gregos, Chipre, Espanha, etc. Um projecto a prazo? Com os dias contados? Quem sabe!
P.Rufino
PS: já viram a inflação de comentadores políticos? Não há pachorra!
Tem razão, Senhor Anónimo: o Governo anterior, liderado por um intelectual de alto gabarito (brilhante agente técnico, forte em línguas e, agora em farmácia, restaurants e filosofia) deixou-nos de cofres cheios...
ResponderEliminarAquilo de não haver dinheiro para pagar vencimentos e reformas e ter ajoelhar perante os credores (tantos!), foi só um brincadeirinha... Ficção, talvez, para contarmos um dia às nossas crianças.
A propósito, o Senhor Anónimo, ou Anónima, tem nome? Ou só terá o "petit nom" de Cobardezito?
Carlos J. Costa
Oh Costa!
ResponderEliminarVocê é um adepto desta equipa, que nos desgoverna, está visto! Tudo bem, está no seu pleníssimo direito, visto este confuso (e de gatas país, até o escrevo em minúsculas, tal a vergonha que sinto por esta pandilha nos ter colocado de rabo perante a Toika) ainda ser uma Democracia. A minha Tia Pulquéria (que morreu depois de me ter topado a fazer amor com uma sopeirita que lá tinha em casa, gira de morrer e muito delambida, uma marafona que só visto! – ao ver-nos naquelas indecências, deu-lhe um baque e foi-se desta para pior, agora se calhar melhor, pois o Inferno é aqui em Portugal e eu e os manos ficámos-lhe com a maçaroca, a título de herdeiros e os manos ainda me agradeceram, pois já desesperavam que a medonha criatura nunca mais partisse em direcção ao Além) também era fã deste “rapaz de bom ar, tão boa presença, meu filho, tão sincero, porque não gostaides dele?” – dizia-me ela, na sua religiosa admiração pelo fagúncio (o Passos).
Quanto à intelectualidade do Engº, permita-me que lhe diga, Meu Caro, de facto o homem não se compara com o gabarito do Relvas. Você já ouviu o “Relvas da Marta” a falar? A dar opinião? Vá ver e ficará espantado. Quando era miúdo, aprendi que “ambos” se referia a 2,pois o Relvas, do alto da sua extraordinária sapiência, chegou à conclusão que a palavra “ambos” afinal tem uma abrangência diferente, pode significar...o que quisermos. Outro dia, numa reunião, disse (com o Relvas na mente), para calar uns ignorantes: “ambas as 72 propostas são do maior interesse. Vou pois analisa-las!” Não é que a atrevida (não só por usar mini-saia, uma deslavada!) da minha secretária me chama
à atenção que eu tinha excedido em 70 o significado de “ambos”! Despedi-a, liminarmente (mas, como sou um manganão, “preservei” a nossa amizade a um nível pessoal e lá nos vemos de quando em quando, secretamente).
Eu ajoelhar, Caro Costa, só mesmo perante um grande amor, daqueles tipo “Queda de um Anjo”, de Camilo. Já o nosso comum (seu e meu, para minha infelicidade) PM-Passos (e “su” amigo, Gaspar) ajoelham perante a Srª Merkel e “su” prima Troika. Que mau gosto! Mal por mal, prefiria a Luciana Abreu, apesar de pirosa.
Agora mais a sério, já se dignou, o Mui estimado Costa, ver os números, estatísticas, etc e tal sobre o passado recente e comparar com ol presente (até deu para rimar!). Olhe que os números produzidos, ou da responsabilidade desta corja, são manifestamente piores do que aqueles do rapaz Sócrates. No PIB, no desemprego, no consumo privado, nas falências de empresas, na dívida pública, na queda da receita fiscal, enfim, em tudo, ou quase.
O meu Tio Osvaldo, um marotão lá do Douro, dizia-me: “menino, preocupa-te mas é com as cachopas e deixa lá o governo em paz (ao tempo da Ditadura). Entre um mal e outro, melhor optares pelo mal que te dá prazer!”
Caro Costa, não se amofine com o Sócrates, que não sendo um anjo, está a léguas do Passos, esse sim, um profissional da bancarrota – ou seja, o estado em que nos colocou a todos nós (ou quase). Goze a vida, “que é curta”, como me dizia uma tia-avó, Maria dos Prazeres (fazendo jus ao nome) “menino, goza o que puderes, não o reveles nem ao padre, confessa-te a ti mesmo, que Deus é grande!” Morreu depois de muito pecar nesta vida. Bendita seja!
Cordialidade Costa,
P.Rufino
Ó Sr.Costa,
ResponderEliminarQue impreparação! Toda a gente sabe que Portugal tinha dinheiro para pagar os salários e as pensões. As dificuldade era pagar os juros cujas taxas eram/são um nojo.
Antes Cobardezito do que Carlos J. Costa
Caro Carlos J. Costa,
ResponderEliminarDepois de ontem ter dito que, por ora, iria suspender o meu hábito de responder a cada comentário, eis que logo de seguida me vejo confrontada com a necessidade de abrir uma excepção.
Já há muito tempo que não o via por cá e por vezes interrogava-me sobre se estaria tudo bem consigo.
Afinal constato que só vem a terreiro para mostrar a sua estranha obsessão contra Sócrates.
Pode Passos Coelho e Cia. destruir o país de uma ponta a outra que o meu Caro Carlos J. Costa nada tem a dizer. Lembro até que costumava vir aqui mostrar-se muito ofendido comigo quando eu alertava para a incompetência de Passos Coelho. Achava que era embirração minha. A realidade infelizmente encarregou-se de demonstrar que não era embirração, era apenas uma análise crua e racional dos factos.
E agora, depois de prolongada ausência vem aqui mostrar (deselegantemente) que continua sem ser capaz de vislumbrar as evidências, preferindo mover-se em terrenos emocionais de ódios e paixões.
Ora, tratando-se de analisar desempenhos políticos, gosto de me situar em terrenos menos movediços que os da subjectividade e, assim sendo, não vou dar-me ao trabalho de desmontar as suas afirmações.
Acho que fui clara quando disse que não considero que Sócrates tenha tido um desempenho exemplar mas estou longe de o diabolizar. Deixo isso para quem tem algumas dificuldades de raciocinar objectivamente. Apesar do meu tom, por vezes, mais aceso, pode estar certo que sou uma fria analista de números.
Dir-lhe-ei apenas ainda uma coisa mais: se acha que eu manifesto cegueira em relação a Sócrates e se isso lhe mete nojo, tem um bom remédio - afastar-se e ir curtir a sua paixão a Passos Coelho, Gaspar e Relvas e o seu ódio a Sócrates para longe.
Quanto ao que proferiu em relação ao comentador anónimo acho também desagradável e deselegante. Que interessa o nome que aqui se escreve? Sei eu, porventura, se o seu nome é mesmo Carlos J. Costa? Só se pedisse a cada comentador que, junto com o comentário, enviasse o BI ou Cartão de Cidadão digitalizado para eu conferir se o nome corresponde com o que se assina e, ainda assim, como saber se o que apresentava era o respectivo ou de um amigo? Percebe? Não há como conferir e, não havendo, é irrelevante o que se escreve. Chame-se você isso ou outra coisa qualquer, vale pelo que escreve e não pelo nome que escreve em baixo.
Uma outra coisa: não tenha pena de mim. Não preciso da sua pena. De nada ela me vale perante a situação de descalabro que o País atravessa.
Caro P. Rufino,
ResponderEliminarApesar da irritação que me causaram os comentários de Carlos J. Costa já me ri com o que escreveu. Como habitualmente, as suas palavras têm os condimentos certos para que a sua leitura seja um prazer.
Concordo com a sua leitura da situação política e social e acho imensa graça aos apontamentos picantes ou pitorescos com que condimenta a escrita.
Obrigada pela sua presença e pelas suas palavras.
Muito bom fim de semana e haja humor e alegria, não é?
Caro Anónimo,
ResponderEliminarGostei de ler o que escreveu e concordo em absoluto com o que diz. A sua análise dos factos é muito coincidente com a minha e coincidente aliás com a leitura racional dos dados disponíveis.
Muito obrigada pelo seu contributo.
E não leve a mal o que o Leitor Carlos J. Costa escreve. Cada um é livre de assinar ou não assinar ou de usar o nome próprio ou o que lhe aprouver. Desde que se escreva com correcção e com educação, não vejo que diferença isso faça. Por isso, volte sempre e deixe os seus comentários que eles serão sempre muito bem vindos.
Um bom fim de semana!
A Tia Pulquéria, na vida real, nunca existiu, era um Tio-avô (do qual nada herdámos, naturalmente), as frescuras com a sopeirita (sua empregada) nunca sucederam, mas ela existiu, linda de morrer, engravidou um dia, não sei de quem e desapareceu de vista e o tio Osvaldo existiu (usava laço), mas com outro nome e dava-nos por vezes conselhos semelhantes, sobre as “cahopas”. A secretária existiu, de mini-saia e tudo (e decote acentuado), mas nunca houve nada entre nós e também não brinco, como o Relvas, com a palavra “ambos”.
ResponderEliminarApeteceu-me divertir – sem ofender. Mas tenho histórias pitorescas desta vida que já levo.
Abraço,
P.Rufino